Around the World in 80 Days 1x07

De volta à estrada…

O episódio mais tenso e revoltante até aqui – foi preciso muito estômago para assisti-lo até o final. Phileas Fogg, Passepartout e Abigail Fox chegam aos Estados Unidos no seu 65º dia de viagem, e se veem no meio de uma história muito maior que eles quando a carruagem que os está levando é parada por um oficial da justiça que pede carona. O delegado, Bass Reeves, está levando um prisioneiro perigoso que é um racista nojento e um dos líderes de uma organização que está matando pessoas negras por todo o país… como eu já comentei em outras reviews, eu gosto de como “Around the World in 80 Days” consegue abordar uma série de temas enquanto acompanha uma viagem ao redor do mundo, e esse sétimo episódio é um daqueles que nos deixa pensativos e inquietos, porque não podemos terminar o episódio sem que nos sintamos incomodados, no mínimo.

Passepartout e Abigail Fox estão mais próximos do que nunca desde que ficaram perdidos em uma ilha deserta, e agora o prisioneiro de Bass Reeves quer provocar o Fogg fazendo-o enxergar a proximidade dos dois, o instigando a “fazer algo” – felizmente, apesar de Phileas Fogg dar a Abernathy muito mais atenção do que deveria, Fogg não compactua com seus pensamentos racistas… até acontece um pequeno “desentendimento” entre o trio (já sinto que não seria um episódio de “Around the World in 80 Days” se não acontecesse), mas mais por cobranças do tipo “eles não terem falado nada” ou “o Fogg ter ficado conversando sobre eles com um bandido”. Precisamos dar toda a razão aqui a Abigail, que embora também tenha se passado ao publicar a matéria sobre a vida amorosa de Fogg, tem o direito de reclamar que Fogg estivesse falando dela com Abernathy.

Afinal de contas, ele era um homem desprezível!

Dessa vez, como o pessoal em Londres acredita que Fogg e seus companheiros de viagem morreram no mar, Bellamy não consegue sabotar a viagem – o que tampouco quer dizer que eles consigam fazer uma viagem tranquila até Nova York para pegar o último navio de volta a Londres. Quando dão carona a Bass Reeves e a seu prisioneiro, Fogg e os demais não sabem que estão sendo perseguidos pelos comparsas de Abernathy, que estão em busca de mortes. Toda a sequência de perseguição é extremamente tensa, aquela cena no saloon é angustiante, e felizmente temos Abigail preocupada em mandar um telegrama para o pai para avisar que está viva, o que quer dizer que ela acaba se separando do grupo e, consequentemente, não está dentro do saloon quando toda a confusão com os homens da Klan começa… então, ela pode salvar o dia. De novo.

Confesso que parte de mim estava MUITO TENSA, e não sabia como Abigail poderia ajudar, mesmo que soubesse atirar, mas a série faz toda a sequência de ação de maneira convincente, ao colocar a Abigail dando um sinal a Passepartout (enquanto Abernathy tenta obrigar Fogg a cortar um dos dedos dele), que consegue enrolar e dar um sinal a Fogg e Reeves, e então Abigal entra toda poderosa montado em um cavalo e atirando, enquanto Reeves vira uma mesa e, aos poucos, eles conseguem virar o jogo no meio de uma tremenda confusão… algumas pessoas morrem, um dos bandidos é preso, mas Abernathy, é claro, acaba escapando – ele precisa ser o desafio maior para o clímax do episódio, e quando Reeves manda Fogg e os demais irem pegar o navio deles para Londres, “porque essa não é uma luta deles”, eles discordam: é, sim, uma luta deles.

E eles vão ajudar.

Tudo é muito simbólico e muito importante, e fico feliz por, novamente, ver o Fogg colocar sua viagem e sua aposta em segundo plano quando algo tão grande está acontecendo: prender Abernathy é a prioridade agora. Fogg tem um momento muito intenso conseguindo encontrar o Abernathy, assim como o Passepartout tem uma cena forte quando tem a possibilidade de matá-lo, mas escuta Reeves e seu discurso sobre como “eles precisam ser melhores do que Abernathy e as pessoas que estão com ele”. Todo o acontecimento deixa o Passepartout bastante pensativo e bastante inseguro em relação ao que está começando com Abigail, mas eu também gosto de vê-la ser uma pessoa decidida, quando Passepartout diz que o mundo está cheio de Abernathys, e Abigail responde que o mundo também está cheio de Reeves, de Foggs e de Passepartouts.

Agora, o trio embarca na sua última parte da viagem, de volta para Londres, para fechar a volta ao mundo em 80 dias. Gosto do tom de ironia do fim do episódio, quando Abigail diz que “só falta um trem e um navio, o que pode dar errado?”, e Passepartout ri divertidamente. Estou MUITO ANSIOSO para vê-los chegar em Londres na Véspera de Natal, mas esse sétimo episódio já trouxe um momento que estávamos aguardando muito ver: a queda de Bellamy. Depois da notícia da suposta morte de Phileas Fogg, Bellamy faz um discurso vergonhoso a Fortescue sobre como “ele devia se responsabilizar pela aposta de Fogg, em honra à memória dele”, e ele está quase conseguindo o que quer, quando, FINALMENTE, o telegrama enviado por Abigail, dos Estados Unidos, chega… eu vibrei assim como o Fortescue com aquela notícia chegando assim, e a cara de Bellamy.

Fogg e os demais agora são CELEBRIDADES – é até difícil embarcar, com todos os jornalistas em volta!

 

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