Lost 2x22 – Three Minutes

O que você faria para salvar um filho?

Uma das coisas que eu sempre achei mais legais em “Lost” é a maneira como seus personagens são humanos – como nós conseguimos sentir raiva deles, como conseguimos nos solidarizar por eles, como nos perguntamos o que faríamos na sua situação… não sei o que pensar sobre o Michael, essa é a verdade. Nos últimos episódios, minhas reviews não o atacam, porque, como esse episódio evidencia, ele está apenas desesperado para salvar o Walt, e eu acho que o amor de um pai e de uma mãe pelo filho é a coisa mais poderosa do mundo – até onde as pessoas iriam para salvar o filho? De qualquer maneira, é difícil não sentir raiva de Michael enquanto assistimos às cenas, e agora ele está deliberadamente levando os seus “amigos” para uma armadilha. Acho que o mais irônico de tudo é que o Jack, com toda sua pose de herói, teria ido de qualquer maneira se Michael tivesse dito a verdade.

“Three Minutes”, exibido em 17 de maio de 2006, é um episódio muito bom e eu adoro quando “Lost” apresenta flashbacks que não são de antes da ilha – nesse sentido, esse episódio é parecido com “Maternity Leave”, que foi quando descobrimos tudo o que tinha acontecido com Claire no tempo que passou com os Outros. Voltamos 13 dias ao passado para acompanhar Michael e entender o que o levou a fazer o que fez, embora eu acredite que isso já era bastante claro. Naturalmente, é bom começar a conhecer oficialmente os Outros e ganhamos algumas informações que não tínhamos, mas a ideia geral do que aconteceu era bastante óbvia: Michael foi devolvido para libertar “Henry Gale”, que estava preso na Estação Cisne… e, no meio do caminho, ele acabou matando Ana Lucia e Libby, porque nada mais importa do que conseguir seu filho de volta.

É a primeira vez que vemos o acampamento dos Outros – e ele certamente não é o lugar onde eles realmente moram; sabemos disso porque Kate descobriu aqueles adereços todos como a barba falsa… coisas que eles estavam usando ali no “acampamento” deles. Embora tudo claramente seja uma encenação, a sequência de Michael nos mostra algumas coisas interessantes como os bastidores de quando Locke, Sawyer e Jack foram atrás de Michael e Kate foi capturada, e chegamos a rever Alex Rousseau, perguntando a Michael sobre Claire – se ela está bem, se ela teve o bebê, se é menino ou menina… e, graças ao episódio de Claire, sabemos que ela está sendo sincera em suas perguntas. Mal posso esperar pelo momento em que a personagem de Alex vai ser mais desenvolvida, porque podemos sentir que ela tem história para contar.

No presente, o pessoal da escotilha está organizando o funeral de Ana Lucia e Libby, enquanto Michael observa tudo, talvez com algum remorso, talvez não, e age de maneira estranha ao incentivar o pessoal a ir com ele de volta até o acampamento dos Outros – o problema, é claro, é que Michael age de maneira suspeita durante todo o episódio, e ele está decidido a levar com ele apenas mais quatro pessoas: Kate, Jack, Sawyer e Hurley. O que me incomodou durante todo o episódio, mais do que a atitude de Michael, foi a maneira como as pessoas parecem não notar como ele está se comportando… é extremamente suspeito que ele seja tão contra a ida de qualquer outra pessoa, mesmo quando Jack diz que “cinco pessoas podem não ser o suficiente”, ou quando Sawyer diz que contou para Sayid e que ele também vai… e fiquei com raiva do Michael provocando o Hurley.

E fiquei muito feliz pelo Hurley dizer que não ia

Os últimos flashbacks do episódio nos mostram Michael preso em uma barraca, três dias antes, quando ele estava prestes a ser liberado com a missão de soltar o prisioneiro na Estação Cisne – para ele fazer qualquer coisa que os Outros peçam, no entanto, ele diz que quer ver o Walt. Por alguns segundos, nos perguntamos se ele vai chegar a vê-lo, mas trazem Walt para dentro e lhe dão 3 minutos, nos quais Walt consegue dizer que “eles estão fingindo” (ha, sabe o que isso significa, né?) e abraça o pai, diz que o ama e pede que não o deixe. Depois desse encontro, Michael fará o que for preciso para voltar a ver o filho, e o faz. Então, vemos a Srta. Klugh lhe entregar uma lista com o nome de quatro dos seus amigos (!), dizendo que, além de soltar o prisioneiro, ele precisa retornar trazendo aquelas quatro pessoas… todas as quatro e nenhuma além delas.

Por isso Michael está tão determinado a “escolher quem vai”.

No fim, as coisas meio que acontecem como o Michael queria. Meio. Hurley primeiro diz que não vai, mas acaba mudando de ideia durante o funeral de Libby, e Sayid diz que vai, mas acaba “voltando atrás” quando Michael o confronta. FELIZMENTE, TEMOS O SAYID PARA SER O ÚNICO CÉREBRO PENSANTE NESSE GRUPO! Quando Michael vem confrontá-lo, dizendo que “a decisão de quem vai e quem fica é dele” (?), Sayid diz o que ele quer ouvir, mas percebe que ele está escondendo alguma coisa e que não se pode mais confiar nele. Acho bizarramente revoltante como, quando Sayid conta o que percebeu a Jack, Jack ainda acha que pode dizer que “não acredita nele”. O Jack realmente se acha a pessoa mais inteligente daquele lugar, né? Mas, depois do aviso de Sayid, é fácil de perceber que Michael está mesmo agindo de forma estranha… mas o que eles podem fazer?

Antes, pelo jeito, terão que lidar com um misterioso barco que aparece na praia.

Que surpresas o barco trará?

 

Para mais postagens de Lost, clique aqui.

 

Comentários