[Season Finale] Lost 2x24 – Live Together, Die Alone: Part 2

“I think I crashed your plane”

Que orgulho poder, a cada novo episódio, poder vir aqui e reafirmar o que eu digo desde que assisti a “Lost” pela primeira vez, há mais de 12 anos: COMO EU AMO ESSA SÉRIE! “Lost” é inteligente e cativante, tem personagens incríveis, mistérios intrigantes, gera possibilidades infinitas para teorias, e está sempre crescendo, mas mostrando que houve um planejamento prévio do que estava por vir, e isso, para mim, é uma das melhores coisas que uma série pode ter. “Live Together, Die Alone: Part 2”, exibido em 24 de maio de 2006, é o Season Finale da segunda temporada de “Lost”: E QUE FINALE DE TIRAR O FÔLEGO. Continuamos acompanhando os flashbacks de Desmond Hume, agora no seu tempo na ilha (e temos revelações importantes aqui!), enquanto o grupo liderado por Jack e Michael se aproxima da armadilha preparada pelos Outros.

Sempre digo que eu adoro quando os flashbacks se conectam com a história do presente, e temos tanta coisa boa nos flashbacks desse episódio! Acompanhamos Desmond confinado na Estação Cisne enquanto Kelvin sai periodicamente, todo equipado com uma roupa amarela contra radiação e doenças, até que ele rasgue a roupa sem perceber e isso entrega a Desmond que ele estava mentindo esse tempo todo – ele não precisa ficar ali dentro de “quarentena” para estar em segurança. Então, Desmond acaba seguindo Kelvin para descobrir que ele mentiu sobre não saber nada sobre o seu barco, e que o tem arrumado nos últimos tempos para que possa escapar… afinal de contas, ele “encontrou outro otário para apertar o botão e salvar o mundo”. Em uma briga intensa entre Desmond e Kelvin, Kelvin acaba caindo e batendo a cabeça em uma pedra e morre…

Desmond está sozinho e precisa voltar para a escotilha.

No presente, acompanhamos alguns momentos bem interessantes e cheios de revelações. Vemos o Sayid encontrar o suposto acampamento dos Outros, por exemplo, mas ele está abandonado e, atrás das portas da Dharma fortemente guardadas que Michael vira, apenas uma parede de pedra – mostrando que não apenas a farsa do suposto líder dos Outros era falsa. Destaco a caminhada de Jack, Kate, Michael, Sawyer e Hurley que chega até uma pilha de cadernos da Dharma que, como sabemos, vem da Estação Pérola, e então as coisas começam a mudar de figura: achamos que a Estação Cisne era apenas um experimento e que apertar o botão não significava nada, mas aquela pilha de cadernos abandonada no meio do nada nos mostra que talvez o experimento fosse a Estação Pérola, no fim das contas – devo dizer: um plot twist e tanto.

E é justamente o que o episódio nos mostra: apertar o botão a cada 108 minutos era, no fim das contas, importante. Depois da morte de Kelvin, Desmond volta correndo para a Estação Cisne, ainda atordoado, e encontra o lugar começando a se transformar em um caos – o eletromagnetismo, que já foi percebido naquela região da ilha, está mais forte do que nunca, coisas da estação estão começando a ser puxadas, e o relógio na parede está mostrando hieróglifos ao invés da contagem regressiva: o botão não foi apertado. Desesperado e com tudo ao seu redor em um caos, Desmond tenta digitar o código atrasado, enquanto o computador acusa “Falha no sistema” repetidamente. Eventualmente, Desmond aperta o botão, as coisas se acalmam, tudo volta ao normal, e Desmond precisa se perguntar o que ele fará, agora que está sozinho ali…

Achei FASCINANTE como “Lost” juntou esse flashback interessante com o presente, quando Locke conta a Desmond sobre a Estação Pérola, sobre as câmeras, os cadernos e os registros que eram impressos lá, e então ele resolve dar uma olhada, sabendo exatamente o que ele estava procurando: o dia em que aconteceu a falha no sistema. O mais interessante de tudo, é claro, é que Desmond pergunta há quanto tempo Locke está na ilha e quando exatamente o seu avião caiu: no dia 22 de setembro de 2004. O MESMO DIA EM QUE DESMOND FALHOU EM APERTAR O BOTÃO – então, de certa maneira foi o Desmond quem derrubou o Voo 815 na ilha?! Eu gosto muito desses detalhes se encaixando, e isso parece nos responder se o botão é real e se ele realmente precisa ser apertado… e precisa. Sabendo disso, o próprio Desmond o quer apertar agora.

Apertar ou não apertar o botão é uma grande trama desse último episódio, o que é consistente com a temporada que “Lost” nos apresentou. Locke não quer apertar “para ver o que acontece”, Desmond acaba mudando de ideia, e o Sr. Eko convocou a ajuda de Charlie para entrar de qualquer maneira e apertar o botão. No fim do episódio, Locke destruiu o computador para que Desmond não digitasse o código, e tudo começa a virar o mesmo caos que virou no dia 22 de setembro de 2004, mas Desmond sabe o que ele precisa fazer: ele precisa usar a chave de emergência que faz sabe-se lá o quê para impedir que algo pior aconteça e, sei lá, que todo o mundo exploda e tudo o mais… a sequência é interessante e enigmática, e as consequências dela ficam para ser exploradas na terceira temporada, mas vemos a ilha toda “sentir” o que estava acontecendo.

Aquela luz branca me lembra MUITO a quinta temporada – ansioso para chegar lá!

Jack, Kate, Hurley e Sawyer, por sua vez, acabam sendo capturados pelos Outros – mostrando, mais uma vez, que apesar de qualquer coisa que Jack possa pensar, eles não têm a menor chance contra eles. Estou MUITO ANSIOSO para explorar mais sobre os Outros na terceira temporada de “Lost”, mas esse episódio já traz cenas incríveis, como o retorno de “Henry Gale”, agora mostrando toda a sua importância de fato: afinal de contas, ele parece ser o líder dos Outros. Ainda vemos os Outros como essas pessoas sujas e que vivem mal, mas logo chegará o momento de conhecer a sua verdadeira condição de vida – afinal de contas, Hurley é mandado de volta ao acampamento para dizer a todos que “eles não podem nunca ir para lá”, mas Jack, Kate e Sawyer serão levados pelos Outros “para casa”. Eu adoro os cliffhangers que “Lost” deixa: todos sempre muito eficientes.

Michael, por sua vez, consegue o que queria e vai embora com o Walt, mesmo que “Henry” lhe diga, com todas as letras, que não está feliz com o acordo que foi feito com ele… de qualquer maneira, ele diz que vai cumprir a sua palavra. Infelizmente, temos a sensação de que Michael não fará falta, e é triste nos despedirmos de um personagem desse modo, mas não tem como sentir nada de bom por ele com aquele seu olhar para o Jack enquanto está indo embora em um barco com o filho. Destaco o breve diálogo entre Michael e “Michael”, quando Michael pergunta “quem eles são” e “Henry” sorri e responde que “eles são os mocinhos da história”. “LOST” AINDA TEM TANTA COISA A EXPLORAR, E EU ADORO ISSO. Sempre elogiei de “Lost” a maneira como apresenta seus mistérios e como continuamente está expandindo o seu universo…

É sempre fascinante!

Por fim, temos uma última sequência INCRÍVEL e com uma pitadinha de português que, devo dizer, me deixou todo bobo e emocionado – gosto da sensação de ouvir o português falado em uma cena completa em uma série que não é brasileira. Vemos dois homens em uma base no Ártico, quando eles finalmente percebem uma mensagem misteriosa em um computador que fala sobre uma “anomalia eletromagnética” (!), e parece ser exatamente o que eles estavam buscando. Então, eles fazem um telefonema, e eu acho que essa é a melhor parte de toda essa cena: o fato de que quem atende o telefonema dos homens é Penny, e eles lhe dizem que “o encontraram”. Aparentemente, Penny estava procurando Desmond e, bem, ela dissera no episódio anterior que, com dinheiro, “você pode encontrar qualquer pessoa no mundo”. A pergunta é: será que ela consegue chegar à ilha?

Quer dizer, “Henry” comentou sobre a impossibilidade de se retornar para lá uma vez que você tenha saído.

QUE VENHA A TERCEIRA TEMPORADA!

 

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