Sítio do Picapau Amarelo (2005) – A fuga de João
João da Luz e “Felisberto”!
Tudo parecia
estar caminhando tão bem… Dona Benta visitara João no reformatório, conversara
com a mãe dele e dera entrada no pedido de guarda do garoto, mas ele não vai
poder ficar esperando até que esse processo termine, porque as coisas não andam boas para ele no reformatório.
Matosinho já tinha como principal passatempo transformar a sua vida em um
inferno, e quando Marcela foi atrás dele para pedir que ele afastasse o garoto
de Cléo e “desse um sumiço nele”, João está correndo perigo! Felizmente, o dia em
que Matosinho “vai dar um sumiço no João” coincide justamente com o dia em que
a trupe à qual Saraiva (agora “Felisberto”) se juntou vai fazer uma
apresentação na instituição, e é justamente aí que está a “carona” de João para
fora daquele lugar… gosto de ver as histórias se juntando, gosto de ver o João
interagindo com o “Felisberto”.
Durante a
apresentação – que é, na verdade, mais uma contação de história do que qualquer
coisa –, “Felisberto” e João da Luz já interagem um pouco, e é justamente
enquanto as crianças estão distraídas com a história de “João e Maria” que os capangas de Matosinho aproveitam para
capturá-lo, e é um pouco desesperador ver o João amarrado e amordaçado sentado
no meio-fio. Quando ele fica sozinho por uns minutos, ele consegue se soltar, e
então se esconde em uma lata de lixo, e como é muito rápido para que todo mundo
comece a procurar por ele em todo lugar, a única saída dele é se esconder no
carro da trupe de teatro e ir embora com eles… depois ele pensa no que fará
caso seja descoberto. Felizmente, quando isso acontece, ele é descoberto por
“Felisberto”, que é quem dos três estaria menos
inclinado a entregá-lo de volta.
A primeira
conversa de “Felisberto” e João é bem interessante, e ele fala sobre como, por
algum motivo, acha que ele está dizendo a
verdade – o Dr. Saraiva não tem nenhuma recordação de sua vida de antes, a
não ser por alguns flashes, mas ele
diz que “parece saber quando alguém está dizendo a verdade”, e então eles se
tornam cúmplices. É bom ter o “Felisberto” como cúmplice, especialmente porque
o João ainda não pode sair sozinho por aí, porque está com a perna cortada de
quando saiu de dentro da lata de lixo (inclusive, Cléo tem um pesadelo com o
João, como se fosse capaz de sentir a sua dor). Não demora muito para que
Estelita também se torne cúmplice de “Felisberto” e João, mas eles precisam
manter o João escondido de Leopoldo, porque ele adora chamar as crianças da
instituição de “marginaizinhos” e está louco para entregar o João.
Quando
Leopoldo descobre o João, porque eventualmente acontece, e ameaça entregá-lo de
volta ao reformatório, Estelita e “Felisberto” precisam negociar. “Felisberto” diz que ele vai embora se Leopoldo entregar
o João, o que não parece lhe assustar, mas Estelita diz que vai também, então Leopoldo prefere não
dizer nada – João tem um lar, pelo menos por enquanto, e um lugar onde ele pode
contar suas histórias com a Cuca, com o Saci-Pererê… afinal de contas, o “Felisberto” adora falar sobre o folclore
brasileiro quando está contando histórias para as crianças… João até se torna
um ator interpretando o Pesadelo, o ajudante da Cuca, o que eu acho
particularmente interessante, pensando que, em 2004, o Henrique Ramiro chegou a
interpretar o Pesadelo por alguns capítulos quando a Cuca, como castigo, o
“transformou em um garoto bonito”.
Enquanto
isso, graças à fuga do João da Luz, Matosinho vai até o Arraial dos Tucanos
para procurar por ele, e tira Cléo da escola no meio da aula e a leva para o
Sítio do Picapau Amarelo, certo de que eles estão escondendo o garoto lá, mas a
verdade é que nem Cléo nem nenhum deles
têm notícias do João, e eles ficam todos muito preocupados ao descobrir que o
João fugiu – e já tem dois dias que ele fugiu, e ninguém teve notícias
dele! Dona Benta permite que o Matosinho busque pelo Sítio, já que ele não quer
acreditar na palavra deles de que o João não está escondido ali, mas é claro
que João não é encontrado. É como Dona Benta diz: João sabe que ele está fugindo e que certamente o procurariam por ali,
então por isso ele ainda não deu notícias… e é o que ela tenta dizer para
acalmar a Cléo e as crianças, que ficam angustiadas em pensar que alguma coisa
pode ter acontecido!
As cenas são
bem tristes e bem-feitas – as crianças acham muito estranho que o João tenha
fugido, justamente agora que ele sabia que a Dona Benta estava cuidando do
caso, e Cléo acaba indo até a casinha na árvore, cheia de esperanças de
encontrá-lo lá, e é muito triste quando ela encontra a casa vazia e chora,
desolada. Cléo está sofrendo bastante, e ainda tem que aguentar a Teteia
perguntando se ela tem notícias “do Joãozinho”. Enquanto isso, João também se
preocupa com Cléo, sabendo que, a uma hora dessas, a informação de sua fuga já
pode ter chegado até ela, e ela certamente estará preocupada, mas ele não tem
como conversar com ela, porque não se lembra do telefone do Sítio de Dona
Benta… de qualquer maneira, quando ele e “Felisberto” conversam sobre sua
namorada (mas ele não diz o nome de Cléo, o que podia, talvez, despertar
memórias em Saraiva), ele o incentiva a encontrar
uma maneira de falar com ela e dizer que está bem…
João
precisará da ajuda do destino.
E ela chega em forma de banda!
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