Stranger Things 4x07 – Chapter Seven: The Massacre at Hawkins Lab
A queda de 001.
QUE EPISÓDIO
FOI ESSE?! Depois de praticamente 1h40 de episódio, termino “The Massacre at Hawkins Lab” sem
fôlego, com um sorriso no rosto e aplaudindo os rumos escolhidos e a maneira
como a história foi contada… o núcleo da Califórnia foi totalmente ignorado
nesse Mid-Season Finale, e a parte da Rússia continua sendo bastante chata de se assistir, mas o restante
do episódio é construído de uma maneira tão incrível que é um grande prazer
estar assistindo a essa quarta temporada de “Stranger
Things”. E esse foi um excelente
ponto para encerrar essa primeira parte, nos deixando ansiosos, curiosos e
apreensivos pelo que vem a seguir nos dois últimos episódios! Existem teorias e
possibilidades interessantes, e a promessa de que “haverá uma contagem de
corpos no fim da temporada”, e eu fico nervoso pelos personagens de quem mais
gosto…
A quarta
temporada de “Stranger Things” foi
construída de uma maneira completamente
diferente das demais, em termos narrativos. Com vários personagens e
diferentes núcleos dividindo tempo de tela, ganhamos episódios mais longos e
que contam “histórias paralelas” – que eu acredito que podem/devem se conectar
de forma mais clara nos dois últimos episódios. É natural, com essa escolha
criativa, que alguns plots se destaquem e empolguem 95% do público (o plot de
Hawkins é excelente!), enquanto outros sejam bem difíceis de suportar (como o
da Rússia), mas, ao mesmo tempo, essa divisão de núcleos fez com que os
episódios não parecessem assim tão longos
enquanto assistíamos… mesmo assim, confesso que era um pouco frustrante
sair de uma cena incrível no Mundo Invertido e ter que enfrentar o plot de
Hopper e o Demogorgon.
Se
analisarmos esse último episódio do Volume 1 dessa temporada, no entanto,
percebemos, agora, qual é o fio condutor da quarta temporada, aquilo que
conecta as investigações de Nancy e Robin, as mortes em Hawkins investigadas
por Dustin e o restante do grupo, e as memórias de Eleven no Projeto Nina: a história de Henry Creel e como ele
passou de Henry a 001 e a Vecna. E sendo uma completa surpresa para alguns ou
nem tanto para outros que já tinham matado a charada com antecedência, é um
roteiro muito bem conduzido – e é revelador e eletrizante acompanhar toda a
sequência final desse episódio… por mais didática que ela tenha sido, talvez.
Ainda assim, a atuação de Jamie Campbell Bower estava impecável, e os efeitos estavam excelentes e cheios de referências…
mas eu vou voltar a falar sobre isso mais lá para o fim do texto.
O grupo de
Hawkins, aquele sexteto incrível que foi, facilmente, A MELHOR PARTE DA
TEMPORADA, se dividiu no fim do episódio anterior: depois de Steve ter sido capturado
e levado para o Mundo Invertido ao descobrir um portal embaixo da água, Nancy,
Robin e Eddie o seguiram, e foi interessante ver a divisão entre o grupo de
adolescentes e de jovens… enquanto os mais velhos estavam no Mundo Invertido (e
eu sempre quis passar mais tempo no
Mundo Invertido, porque existe muito a ser explorado do lado de lá), Dustin,
Max e Lucas ficam do lado de cá, e
precisam lidar com interrogatórios da família e dos policiais, que querem saber
o que eles estavam fazendo à noite no lago
em que um cara tinha sido assassinado recentemente… e, a esse trio que já é
incrível, se une, então, Erica – e eu espero ainda poder ver muito da Erica no
futuro!
Eu adorei a
maneira como, ainda que “separados”, os agora dois grupos se complementam. De
um lado, no Mundo Invertido, temos a parte da ação, porque eles precisam evitar o Vecna, escapar das coisas que
se arrastam no chão e se defender de morcegos – e, para isso, eles vão em busca
de armas, que aparentemente Nancy tem em seu quarto… ou teria, se o seu quarto
do Mundo Invertido não estivesse, por algum motivo, “no passado”, exatamente
como era há dois anos. De quebra, o episódio consegue mostrar algumas
interações bacanas, como aquela conversa do Eddie e do Steve, e ouvir os dois
conversando sobre o Dustin foi muito fofo! Do outro lado, vemos Dustin contando
tudo a Erica e a conversa virando um brainstorming
interessante que levanta perguntas pertinentes e os levam a uma conclusão a
respeito dos portais…
Vecna está abrindo portais a cada pessoa que
mata.
A
comunicação entre os mundos acontece da melhor maneira possível! Steve é o
primeiro que consegue ouvir Dustin falar, porque eles estão no “mesmo” lugar,
só que em mundos diferentes, e então eles chamam a atenção de Dustin, Erica e
Lucas mandando um “S.O.S.” pela luz da cozinha – e, assim como na primeira
temporada tivemos o Will se comunicando através das luzes de natal, ganhamos
uma sequência brilhante na qual Steve, Nancy, Eddie e Robin conseguem se
comunicar com Lucas, Dustin e Erica através de um brinquedo de luzes. “Stranger Things” consegue tornar a
sequência empolgante e é delicioso acompanhá-los porque conhecemos e amamos esses personagens. Então, quando Dustin os
avisa sobre os demais portais abertos,
os dois grupos saem pedalando rumo ao mesmo lugar em mundos diferentes: ao trailer de Eddie, onde Chrissy morreu.
A sequência
das bicicletas, embora simples, evoca o tom da primeira temporada de “Stranger Things”, e é incrível em sua
simplicidade – bem como aquele momento em que eles encontram o portal nos dois
mundos e o abrem. A direção da cena, o fato de eles estarem um de cabeça para
baixo em relação ao outro, a reação de felicidade quando eles se encontram…
tudo é incrível. E, então, com a ajuda de lençóis amarrados, o grupo pode
começar a sua escalada no Mundo Invertido rumo a uma queda na realidade… mas
sabíamos, desde o princípio, que as coisas não seriam tão simples e que essa
passagem não seria tão tranquila. Robin é a primeira a atravessar, com
segurança; Eddie é o segundo. Nancy, no entanto, tem uma queda prolongada que
não a derruba no colchão do lado de lá
e, ao invés disso, ela cai por muito tempo, capturada por Vecna…
E chega à casa de Victor Creel… a mesma em
que Max estivera.
É hora de algumas respostas.
Em paralelo,
Eleven continua precisando enfrentar as memórias do passado – finalmente
chegando a um momento importantíssimo: O MASSACRE NO LABORATÓRIO DE HAWKINS. É
para esse momento que toda sua trama se construiu ao longo dessa temporada… e
finalmente entendemos todos os detalhes dela. Depois de ser perseguida no
laboratório e de possivelmente estar correndo risco de morte, Eleven aceita a
ajuda daquele “personagem misterioso” com quem vem conversando há algum tempo,
e que agora oficialmente descobrimos ser o 001. Ele fala sobre ajudá-la a
fugir, ela se voluntaria para tirar dele o mecanismo que usam para monitorá-lo
e rastreá-lo, e então tudo vai se desenhando para que cheguemos àquela cena da
qual só vimos flashes… flashes que
davam a entender que Eleven tinha matado todos os demais no laboratório.
E finalmente
descobrimos que não foi ela.
A sequência
final é longa e bastante explicativa – MAS QUE ATUAÇÃO E QUE EDIÇÃO IMPACTANTE!
Aquilo tudo valeu muito a pena assistir! Como eu já comentei, a atuação de
Jamie Campbell Bower como o 001, contando toda sua história a Eleven depois de
ter sido o responsável pelo massacre no Laboratório de Hawkins, é de arrepiar
(a intensidade, a voz, o olhar, tudo!), e a edição foi inteligente, mostrando a
fala do 001 enquanto o conecta com dois personagens que já conhecemos: Henry
Creel e Vecna… todos a mesma pessoa.
Enquanto ouvimos o 001, Vecna mostra a Nancy um pouco de sua história, a leva
através das memórias de quando ele era Henry Creel e de quando se revoltou,
matou a família, e se tornou quem Eleven conheceu… para, eventualmente, ele se
tornar o demônio que está matando agora em Hawkins.
A sequência
é brilhante… sombria e de encher os olhos! Pequenos detalhes como a fascinação
de Henry Creel por aranhas que dão forma ao Devorador de Mentes como o
conhecemos em outras temporadas, em paralelo ao 001 sanguinário no laboratório
destruído e cheio de corpos, e a batalha contra Eleven – que, mesmo tão nova,
conseguiu vencê-lo… e conseguiu vencê-lo
usando uma “dica” que ele ingenuamente lhe deu. 001 jamais pensou que
Eleven poderia ganhar dele, mas a memória da mãe dizendo que a amava ou a
chamando de Jane tentando levá-la embora do laboratório é o suficiente para
fazer com que Eleven resista quando já estava no ar, flutuando, com os membros
se contorcendo… ela chegou perto demais
de morrer, mas então ela consegue voltar ao normal e tem uma demonstração de
poder tão forte que até atordoa o
001.
E então ela
abre um portal e o envia para o Mundo Invertido.
Toda a
construção da cena é uma clara (e inteligente) referência à história da queda
de Lúcifer, e tudo vai se encaixando… a própria escolha do ator, sua
caracterização inicial e sua nomenclatura como 001 têm a ver com Lúcifer, que
era o primeiro, o mais bonito e o mais poderoso dos anjos… até que ele se rebelou
e foi expulso do Paraíso. Quando Eleven abre um portal para o Mundo Invertido e
joga 001 dentro dele, o vemos cair em um mundo sombrio de trevas e fogo,
relâmpagos vermelhos, assim como Lúcifer caiu ao inferno… e transformou aquilo
em seu reino. A aparência, então, também é desfigurada, e o mais belo dos anjos
se torna um ser monstruoso, assim como 001 se torna o Vecna. A última cena, então, é a revelação do 001
ainda tatuado no braço de Vecna… e, agora, vamos ver atrás de quem ele vem. E quem vai conseguir escapar.
Final
excelente. Ansioso pela segunda parte!
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