A Favorita – Irene fala com Donatela e Halley
“Seja bem-vinda de novo à sua casa, minha filha”
A
consciência pesou… depois de uma vida
inteira menosprezando Donatela e a acusando do assassinato de Marcelo, além
de diminuir todo mundo ao seu redor e se sentir superior a todos porque conhece
pintores famosos ou qualquer coisa assim (estou falando igual à Flora agora,
mas ela tem total razão nessa parte!), Dona Irene descobriu que ela estava errada o tempo todo. Que
Flora nunca prestou e que é a assassina que matou não apenas o seu filho, mas o
Dr. Salvattore e o Gonzalo. Para acreditar nisso, Irene precisou ouvir da própria boca de Flora, com todo o
deboche e escárnio que ela sempre dedicou a ela, a Lara e a todos os demais, e
agora Irene está se sentindo mal, está querendo ir conversar com Donatela para
pedir desculpas, e é o mínimo que ela pode fazer, para dizer a verdade. E eu
não consigo, nem agora, sentir pena dela.
Quando Irene
pede, Lara a leva de novo à casa do Zé Bob, e quando ela vê a Donatela, ela
chora e implora pelo seu perdão, de joelhos (!), o que mostra que, estando
certa ou errada, a Irene é sempre
patética. A cena é longa e eu bocejei durante a maior parte dela, sinceramente
– eu não consigo gostar, suportar ou me
importar com a Irene, a verdade é essa. E é claro que a Donatela a perdoa,
mas sem grandes demonstrações de afeto, ela mais diz que já chega de falar
sobre isso mesmo, o que é mais do que o suficiente. E eu gostei de ver a
constantemente tendo que enfrentar as consequências de sua infinita burrice,
como quando Lara e Halley trazem o Zé Bob para contar sobre a situação da W
Paper e sobre o golpe em que a Fontini caiu, e enquanto Irene lamenta dizendo
que “o Gonzalo não merecia isso”, uma voz em minha cabeça dizia: “Foi você quem deixou que acontecesse, ué”.
Irene tem a
chance de confrontar a Flora depois de saber a verdade pela primeira vez em uma missa dedicada a Gonzalo. Flora
vai à missa, mas fica escondida e assiste enquanto Irene abraça o Halley, o Zé
Bob, o que só pode querer dizer que ela
já está sabendo de tudo. Ao fim da missa, depois que todos vão embora,
Irene diz que quer ficar sozinha na igreja, e é quando Flora vem atormentar – e
é curioso, porque várias cenas das duas no início da novela foi justamente na igreja. Flora a
cumprimenta com a voz dissimulada de sempre, e Irene não consegue se controlar,
e se volta imediatamente contra ela – “Como
é que você se atreve? Como é que você tem coragem de vir à missa do homem que
você matou?” Irene diz que sabe quem ela é, diz que ouviu sua conversa com
o Silveirinha e então pergunta por que
ela fez tudo o que fez, e Flora vai falar…
Ela não tem mais motivo pra dissimular…
A cena é
forte, Flora parece bem desequilibrada falando sobre um caderno com o nome dos
Fontini que “foi o seu primeiro caderno”, e como isso a fez ficar na cola de
Marcelo quando o conheceu, mesmo que ele estivesse interessado na Donatela. E,
aqui, Flora tem a chance de fazer o que sempre quis fazer, que é dizer umas
verdades na cara da Irene, coisas que a Irene já ouviu, mas que são mais fortes
quando ditas assim, cara a cara. Flora diz que ela a ajudou muito e que
convencê-la foi muito fácil: “Sabe por
que, Dona Irene? Porque a senhora é muito burra! No fundo, a senhora não passa
de uma topeira”. É como eu disse no outro texto: não mentiu. Aqui, Flora também joga na cara de Irene que ela se
julga muito inteligente porque conhece sei lá quem, mas é uma estúpida. Flora a
manipulou falando o que ela queria ouvir, e não deu uma semana para que ela estivesse comendo na mão da Flora…
“Falta de aviso não foi, hein, Dona Irene?
Tanta gente alertou a senhora!”
Debochada
como sempre é, Flora diz que Irene podia ter ouvido as pessoas que tentaram
alertá-la, como o Seu Pedro – afinal de contas, um pai dizendo aquelas coisas
da própria filha, será que ele não merecia nem um pouco de crédito? Talvez eu
não me orgulhe de dizer o que direi agora, mas EU RI DEMAIS quando a Dona Irene
passou mal e a Flora soltou aquele: “Mas
Dona Irene, já vai morrer?” GENTE, A FLORA É MUITO ICÔNICA. Flora pede que
Dona Irene não morra ainda, porque quer que ela viva o suficiente para ver seu
império cair e para ver Flora se tornar a rainha e dona de tudo… depois ela
pode “se juntar ao marido, ao filho, porque ninguém vai sentir sua falta
mesmo”. Dona Irene cospe na cara de Flora como se isso fosse um grande ato de
rebeldia e repúdio, mas a verdade é que Flora já derrubou Irene tão baixo que aquele
cuspe não faz a menor diferença.
Agora que
Irene sabe da verdade e acredita nela, Donatela pode voltar pela primeira vez
ao rancho (“Seja bem-vinda de novo à sua
casa, minha filha”), mas ainda tem coisas que Irene não sabe: como toda a história de Halley. Eventualmente, então,
Irene descobre que Lara não é filha do Marcelo, que o Halley é o Matheus, o
filho perdido de Donatela, e Irene fica em
choque ouvindo tudo. Tudo o que faz com que os motivos que levaram ao crime
de Flora no passado venham à tona. Irene e Lara terminam a cena abraçadas e
chorando, e Irene diz que Lara é sua neta
de todo modo. Depois, Irene chama o Halley para conversar, diz que já sabe
de tudo e que ele não precisa mais chamá-la de “Dona”, e ele responde: “Vó?” Não é um abraço emocionante, na
verdade, mas ainda assim é um abraço de avó e neto, com direito à Irene se
martirizando e dizendo que não o merece, porque Gonzalo sempre sentiu, e ela sempre o tratou mal…
“Matheus… meu neto adorado que a vida me
trouxe de volta”.
Mas é bom
ver a Irene pedindo perdão. Tem mais é que se humilhar pra todos mesmo!
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