American Horror Story: NYC 11x01 – Something’s Coming
Estreia
promissora!
Digam o que
quiserem (até porque eu mesmo digo bastante e acho que “American Horror Story” está se prolongando muito além do que era
necessário e isso “cansou” a marca), mas essa estreia me deixou super empolgado
para a nova temporada da série, “New York
City”. Diferente do esperado, aparentemente sem temática sobrenatural (mas
não seria a primeira vez, é só lembrarmos de “Cult”, por exemplo, e foi uma temporada excelente), “Something’s Coming” apresentou um
cenário sensual, convidativo e perigoso da comunidade gay ambientada em uma
Nova York de 1981 – e, particularmente, parece promissor. Não sei como a
temporada vai explorar o tema (e sei que “American
Horror Story” tem um histórico de desandar boas ideias), mas a questão da
homossexualidade e a homofobia gerando um roteiro de mistério e suspense é
muito interessante.
A trama de “New York City” começa com um
assassinato brutal quando a polícia encontra um corpo decapitado e, aparentemente, esse não é um caso isolado…
outros homossexuais apareceram mortos nos últimos dias, e a polícia se recusa a
reconhecer isso como um “padrão” e colocar-se a investigar. Assim, a temporada
vai aos poucos nos apresentando seus personagens principais, como Patrick Read,
um policial gay que nunca se assumiu, e que quer convencer seus superiores a
tratar o assunto com mais seriedade; Gino Barelli, um repórter de um jornal
pequeno que é o único que parece interessado em “expor” a história e tentar
chamar a atenção para o que está acontecendo; e Adam, um cara que está em um
lugar de pegação gay com o seu colega de quarto e tenta reportar o seu
desaparecimento para a polícia, sem receber a atenção necessária.
O episódio
planta muito bem a temática, as primeiras pistas, o mistério que pretende
desenvolver… Adam, que é o tipo de personagem que caminha com um alvo no peito,
viu o cara que acredita ter matado Sully, seu colega de quarto, pouco antes de
ele desaparecer, e quando ele vê uma foto desse mesmo cara pendurada
orgulhosamente em uma sauna gay (que, inusitadamente, tem performances ao vivo
de ninguém menos do que a própria Patti LuPone, QUEM DIRIA?!), ele resolve investigar…
e sua primeira pista, é claro, é ir atrás da pessoa que tirou aquela foto:
Theo. Aqui temos as sementes de outra relação que me parece promissora, Adam e
Theo, e Theo deve ser uma peça importante da temporada, já que ele trabalha
para/com Sam, um homem ambicioso e ameaçador, interpretado por Zachary Quinto –
e sabemos que ele sabe entregar personagens assustadores.
Em paralelo,
também acompanhamos a introdução de um vírus que está se espalhando entre os
veados e que pode se tornar uma epidemia em breve, acabando com todos os veados
da região e representando ainda mais riscos caso se espalhem para outros
animais e, eventualmente, para humanos… é aí que encontramos a Dra. Hannah
Wells, interpretada por Billie Lourd, um rosto conhecido das últimas temporadas
de “American Horror Story”, cuja
função ainda estamos tentando entender – não sabemos bem como as tramas se conectam, mas, nesse momento, é bastante
simbólico e assustador o fato de os veados estarem sendo caçados para “expurgar
um vírus desconhecido”, enquanto homens gays da cidade de Nova York estão sendo
igualmente perseguidos em uma caça claramente motivada pela intolerância e pela
homofobia.
A matança,
ao que tudo indica, vai continuar – vemos uma nova vítima ser feita no fim do
episódio, e eu fiquei com pena dele – e algumas pessoas não vão descansar até
encontrar o culpado, como o próprio Adam, que quer, quem sabe, encontrar o
amigo, e Gino, que está fazendo perguntas e certamente se colocando em perigo…
gostei muito da temática, gostei muito da apresentação, e não posso negar que
toda a vibe de “New York City” é prazerosamente excitante e chamativa, ainda que
seja, também, repleta de tensão e de suspense… há muito o que se explorar com
esse tema e com esses personagens, talvez tenhamos uma boa temporada em mãos.
Infelizmente, só saberemos isso com certeza ao longo das próximas semanas –
será que, dessa vez, a temporada consegue se sustentar e contar uma boa
história? Eu realmente espero que sim.
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