Lost 4x11 – Cabin Fever

“My time’s over, John. It’s yours now”

Esse é um daqueles episódios que dividem opiniões… não é o meu episódio favorito na temporada nem nada (impossível quando temos episódios tão bons quanto “The Constant” e “Ji Yeon”), mas “Cabin Fever”, exibido em 08 de maio de 2008, é o que eu considero um bom episódio de “Lost”: tem um flashback revelador (fazia algum tempo que nenhum flashback era de fato revelador na série), tem uma trama interessante de se acompanhar na ilha, introduz plots como o de “mover a ilha”, e ainda nos deixa cheios de dúvidas ao mostrar que o médico, que apareceu morto na ilha recentemente, ainda está vivo no cargueiro – o que não deveria ser lá uma grande surpresa, já que, quando Daniel Faraday mandou uma mensagem perguntando sobre o médico, eles responderam que “ele estava bem”, e Daniel vem falando da distorção temporal há tempos!

Ainda assim, é interessante de se ver!

Dessa vez, passamos mais tempo no cargueiro e acompanhando a jornada atual de John Locke do que na ilha – que só aparece uma única vez, introduzindo uma trama que será desenvolvida no Season Finale em três partes. Locke está, atualmente, em busca da cabana de Jacob, na esperança de que ele possa lhe dizer o que fazer… é uma caminhada interessante de Locke, Ben e Hurley, mesmo que, por algum tempo, eles pareçam “sem rumo” – até que a ilha envie um sonho para Locke. Os sonhos e visões de Locke sempre foram uma parte mística de “Lost” e que estiveram presentes desde a primeira temporada (como quando Locke causou a morte de Boone, por exemplo)… dessa vez, Locke vê Horace, um matemático que trabalhava na Iniciativa Dharma e que está morto há 12 anos, e que lhe diz que, quando ele o encontrar, ele encontrará Jacob.

Então, Locke vai até a vala onde o que restou da Iniciativa Dharma está – o mesmo lugar no qual Ben tentou matá-lo, sem sucesso. Locke sabe/sente/acredita que é “o escolhido” pela ilha, seja lá o que isso quer dizer, e os seus flashbacks nos levam de volta a alguns momentos diferentes de sua vida, para nos mostrar que ele sempre foi observado… a “ilha” estava esperando o momento certo para levá-lo até lá, e ele estava sob observação desde o momento em que nasceu. São quatro momentos de sua vida: um quando ele era bebê; um quando ele era criança e foi submetido a uma espécie de “teste” no qual ele não conseguiu passar; um na adolescência, quando tentaram enviá-lo para um “acampamento de ciências”, mas ele disse que não era cientista; e, por fim, um na sua fase adulta, depois do acidente, quando ele foi instigado a ir para a Austrália.

Tudo sempre manipulado para que ele estivesse no Oceanic 815.

Depois que Locke encontra Horace e, no bolso do seu uniforme da Dharma, um mapa até a cabana que ele estava construindo, que agora eles conhecem como “a cabana de Jacob”, Locke finalmente tem um rumo a seguir e sente que não precisa mais de Hurley – voltar sozinho para a praia não é uma opção para o Hurley, no entanto, então ele continua com o grupo. As cenas da cabana são enigmáticas e interessantes como sempre, e mostram Christian Shephard, o pai de Jack e Claire, como o “mensageiro” de Jacob ou qualquer coisa assim… ele pode falar em seu nome e lhe contar o que eles precisam fazer para salvar a ilha: MOVÊ-LA. Enquanto isso, Ben e Hurley compartilham uma cena perfeita, sem nenhuma fala, quando Hurley divide a barrinha de cereal/chocolate que está comendo para dar um pedaço a Ben. É impressionante como pequenos momentos como esse funcionam e enriquecem o episódio.

Em paralelo, também acompanhamos a trama do cargueiro – e ficamos tentando entender como funciona a tal “distorção temporal” da qual já ouvimos falar, desde o início da temporada. Afinal de contas, o médico que apareceu com a garganta cortada na praia ainda está vivo, mas Keamy e o restante do seu “exército” que foi atacado pelo Monstro de Fumaça na ilha está de volta… toda a sequência do cargueiro é repleta de tensão, enquanto diferentes partes da trama se desenvolvem simultaneamente: temos o embate entre Keamy e o capitão, que claramente não querem a mesma coisa; temos o Sayid e o Desmond tentando fugir do cargueiro e retornar para a ilha, para ajudar/salvar os amigos; e temos o Frank, tentando ajudar o Michael e perguntando a ele por que, mesmo depois de tudo o que ele lhe disse, ele não contou que era um sobrevivente do Oceanic 815.

Keamy e os demais querem retornar para a ilha e colocar fogo em tudo – e é por isso que Sayid não vai ficar no cargueiro, mesmo com a chance de ser resgatado: ele precisa avisar e ajudar os amigos. Eu entendo perfeitamente o Desmond, no entanto, que se recusa a voltar: ele já passou três anos naquela ilha, e não vai sair dali se existe a possibilidade de que Penny esteja vindo para buscá-lo. Agora, tudo está mais ou menos preparado para o Season Finale em três partes que está por vir: Keamy está pronto para destruir tudo na ilha, Locke tem um plano para salvá-la, mas não sabemos se ele terá tempo de executá-lo, e Jack tem uma missão, que é seguir o helicóptero que está chegando… não para salvá-los, talvez, mas é a única saída possível da ilha, e eles não podem perdê-la. Afinal de contas, sabemos que seis deles conseguem sair da ilha, não?

 

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