Malhação
“Vou te levar, yeah / Te levar daqui”
“Malhação” é um marco da televisão
brasileira, e fez parte da vida de várias gerações, que se apaixonaram pelos
protagonistas e torceram por eles, passaram raiva com vilanias, aprenderam a
respeito de amor e de diferença, e se enxergaram em personagens que conversavam
com o seu universo… feita para o público jovem (com objetivos que tinham a ver
com descobrir/“formar” novos talentos para novelas futuras e fidelizar uma
audiência jovem ao gênero através de histórias que lhes fossem interessantes), “Malhação” estreou na Rede Globo em 1995
– e alcançou um sucesso estrondoso que foi além do que se podia imaginar na
época! Aos poucos, o nome “Malhação”
passou de um seriado teen
possivelmente fechado a um grande universo se expandindo aos poucos e,
eventualmente, uma marca que representava esse tipo de produção.
O grande
fascínio que “Malhação” gerou no
espectador jovem desde o seu lançamento foi, justamente, o fato de o jovem e o
adolescente estar no centro da narrativa,
e a novela tentar explorar temas que fossem pertinentes a essa fase da vida… e,
durante seus 25 anos de história, a novela pôde cada vez mais abordar temas atuais e, eventualmente, levantar
bandeiras e discussões pertinentes que tocam em feridas, fazem refletir e abrem
espaço para debates. Passamos por muitas histórias de romance e de amizade, mas
também tocamos em temas como o bullying,
a gravidez na adolescência, as ISTs, o uso de drogas, problemas familiares… e
cada temporada buscava dar sua cara à narrativa, explorando temáticas diversas
como o surfe, o skate, a tecnologia, o teatro, os sonhos… “Malhação” sempre foi um universo cheio de possibilidades.
A novela
passa, a meu ver, por três grandes “fases”. A primeira delas, entre 1995 e 1999
(compreendendo as cinco primeiras temporadas), se passa dentro de uma academia,
o que por si só já justificava o
título da atração, mas a academia ainda se chamava Malhação. A segunda fase de “Malhação”, entre 1999 e 2010, se passa
no Colégio Múltipla Escolha (e variações do nome até essa fase chegar ao fim),
que é, talvez, a fase de mais sucesso e mais destaque da novela, já que o
cenário ampliava as possibilidades de história, e era muito fácil para o jovem
se enxergar naquele lugar. Essa segunda fase conta, ainda, com outros cenários
importantes e cheios de memórias, como o Gigabyte e uma república. Por fim, a última fase, entre 2010 e 2020, nas quais as
temporadas se tornaram mais “independentes”, cada uma com seu próprio cenário
principal.
Apesar de
reconhecer toda a importância da primeira fase da novela, na academia, e de
personagens como o Mocotó, ou a maturidade de temporadas da última fase, como “Viva a Diferença”, e os temas abordados
nelas, minha adolescência (e, consequentemente, a fase da minha vida em que
mais assisti “Malhação”) foi durante
a fase Múltipla Escolha – e o próprio nome dessa escola traz uma nostalgia tão
grande! Dentre as minhas temporadas favoritas, destaco a temporada de 2002,
protagonizada por Júlia (Juliana Silveira) e Pedro (Henri Castelli), a icônica
temporada de 2004, com a memorável Vagabanda, protagonizada por Letícia
(Juliana Didone) e Gustavo (Guilherme Berenguer), e a temporada de 2008, já na
reta final do Múltipla Escolha e com mudanças sendo testadas, protagonizada por
Angelina (Sophie Charlotte) e Guga (Rafael Almeida).
Mas se estou
citando casais como Júlia e Pedro, Letícia e Gustavo, Angelina e Guga, eu
também não posso deixar de mencionar algumas vilãs que FIZERAM HISTÓRIA em “Malhação”, e três nomes que considero
incríveis me vêm à cabeça nesse momento: Débora, com Nathalia Dill dando um show na pele de uma vilã
mimada, cruel e um tanto desequilibrada;
Natasha, sendo uma estreia incrível para Marjorie Estiano, que deu vida à vilã
que a temporada de 2004 merecia, e ainda pôde mostrar seu talento na música; e
Priscila, interpretada por Monique Alfradique, uma vilã patricinha, que andava
sempre de rosa e cheia de pompa, mas era perfeitamente carismática, tanto é que
o público se divertiu tanto com ela que ela ficou por mais um ano, numa espécie
de “alívio cômico”, e sendo, facilmente, a
melhor parte da temporada seguinte. Vilãs que amamos acompanhar!
“Malhação” ficou no ar entre 24 de abril
de 1995 e, com histórias novas, 03 de abril de 2020, totalizando mais de 6.000
capítulos, quando foi interrompida por causa dos impactos da Covid-19 e
substituída por reprises, enquanto projetos futuros da marca foram arquivados
até serem oficialmente cancelados em
setembro de 2021, encerrando uma era na Rede Globo e deixando muita gente com o
coração sentido… depois de 25 anos de história, nós que crescemos com “Malhação” na TV parecíamos acreditar
que “Malhação” existiria para sempre…
o blog “Hoje é dia de NOVELA”, com
quem vou dividir o trabalho de comentar as temporadas, escreveu um texto bem
gostoso e nostálgico a respeito da produção e seu cancelamento, que você pode
ler através
desse link – vale a leitura, hein? Que temporada, personagem,
momento marcou você na história de “Malhação”?
Mais
postagens de “Malhação” EM BREVE!
Eu tenho um enorme carinho por "Malhação". Infelizmente, ela acabou, mas deixou um legado muito grande para várias gerações. E realmente a Priscila era uma vilã muito carismática. Era meio difícil odiar a personagem kkkkk
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