O Coro: Sucesso, Aqui Vou Eu 1x02 – Berrante
“Pegue a viola…”
EU ADOREI!
Eu sou facilmente envolvido por uma série musical, e embora ainda existam
detalhes a serem aperfeiçoados, “O Coro:
Sucesso, Aqui Vou Eu” tem um início muito bacana – inclusive, “Berrante” é um episódio melhor do que o Piloto! Talvez tenha
sido porque já conhecemos um pouco dos personagens e podemos ver algumas tramas
darem pequenos passos enquanto os jovens se preparam para as audições às quais
foram chamados, ou porque tudo me pareceu muito organizado, narrativamente falando, durante o episódio, e eu achei
os clássicos escolhidos incríveis… assim como supus no primeiro episódio, a
série parece disposta a explorar diferentes gêneros musicais em seus episódios,
e se a estreia foi com a MPB, esse segundo episódio foi com clássicos do
sertanejo (nem é um gênero de que sou muito fã, mas são músicas icônicas da
cultura brasileira, e me arrepiou!).
Pena falar
de clássico sertanejo e não ganhar um “Evidências”,
mas tudo bem.
Acho que é
necessário assistir a “O Coro: Sucesso,
Aqui Vou Eu” entendendo que a proposta da série não é, necessariamente, ser
algo realista… é exagerado e caricaturado mesmo, tem umas atuações que poderiam
ser mais orgânicas (embora o modo de falar seja algo que eu já tenha notado em
outras produções brasileiras da Netflix, por exemplo, que parecem muito
preocupadas em que o texto e a dicção sejam claros, perdendo um pouco da naturalidade que as cenas poderiam ter),
existe um quê de vilania cartunesca, que ainda promete se intensificar, mas é
uma grande celebração do teatro musical (evocando clássicos que eu adoro, como “A Chorus Line” e “Fame”) e, principalmente, da música brasileira em suas várias
representações… passamos pelo MPB e pelo sertanejo clássico, e ainda chegaremos
ao rock clássico, com Legião Urbana, por exemplo.
Diferente de
algumas críticas que acompanhei, tenho gostado da inserção das músicas nos
episódios, porque eu não me importo que elas “não sejam justificadas pelo
roteiro”… é um musical, e é uma excelente maneira de mostrar o talento do
elenco e um pouco dos sentimentos dos personagens… “Nuvem de Lágrimas”, de Fafá de Belém, por exemplo, ganha uma
interpretação nas vozes de três personagens que lidam com relacionamentos
potencialmente problemáticos: temos Nora, que acaba de descobrir que está
grávida do homem casado com quem
estava saindo; temos Sandra, que está em um relacionamento abusivo com o
namorado que também é seu “empresário” e acha que pode mandar em sua vida e não
valoriza seu sonho; e Alícia, que tem alguém vindo de Buenos Aires para
“visitá-la” em São Paulo, o que não parece deixá-la muito feliz.
Minha música
favorita, no entanto, foi “Fogão de
Lenha”, de Chitãozinho & Xororó, porque foi a que mais fez com que eu sentisse alguma coisa – em parte pela
força que essa música tem (ela é lindíssima!), e em parte porque foi uma
releitura brilhante… calma e suave, o arranjo estava bonito, as vozes dos
meninos ficaram harmoniosas juntas, e aquilo me arrepiou. Temos, aqui,
Reginaldo, sempre tendo que lidar com a mãe que parece estar vivendo o próprio
sonho através dele e quer “mandar em tudo”; temos o Jorge, que é uma história
paralela a de Reginaldo, porque, em parte, ele “faz pela mãe”, mas ela está
doente, no hospital, e ele quer orgulhá-la; temos o Leandro, que sonha com esse
universo sem conhecê-lo direito, mas sabendo que ele o fascina, e que também
sente a falta da mãe, como vemos brevemente; e, por fim, Maurício, o único
intérprete da canção que não tem nenhuma história que envolva a família.
Se “Fogão de Lenha” foi minha música favorita, acredito que “Pra Ser Feliz”, do Padre Fábio de
Mello, foi minha cena musical
favorita, por todo o contexto, pela ideia, pelo clima… Sandra, Ivone e Sissy
estão tentando chegar à audição quando eles são surpreendidos por um problema no metrô – e, é claro,
nenhum deles tem dinheiro para pagar por um táxi para chegarem a tempo. Então,
Sissy tem uma ideia: elas vão começar a
audição delas ali mesmo, e cantar para arrecadar dinheiro para um táxi… a
música casou bem com o momento, foi muito legal ouvir o Sissy cantar (acho que
ele devia estar no grupo em cima daquele palco!), e o que ficou mais deslocado aqui foi a inserção de
Artur para cantar com eles, depois de ele ter ido à escola para buscar o
Alessandro depois de uma briga (uma trama que prometeu ser interessante no
primeiro episódio).
O episódio
caminha todo para as audições e eu não posso falar das audições sem mencionar a
sempre MARAVILHOSA (gente, como eu sou fã dela!) Karin Hills, que BRILHA sempre
que está em cena… Marion é uma mãe difícil,
para a vida real, mas divertidíssima de se assistir, e eu dei boas risadas com
momentos simples, como o “Quer um chá?”,
para a Alícia, ou o “Antipática!”,
para a Marita. Karin Hills sabe como fazer com que a atenção se volte para ela,
e isso é incrível! As “audições” serão, na verdade, um workshop de 15 dias, um processo avaliativo e eliminatório no qual
todos eles terão que demonstrar o seu talento… e descobrir até onde são capazes de ir para conseguir uma vaga.
Maurício, por exemplo, já mostrou que é bem inescrupuloso, e ele está fazendo
de tudo para seduzir Artur em busca
de uma vaga, seja enviando fotos, olhares ou seduzindo durante “Pense em Mim”. Inclusive, uma escolha
musical perfeita: clássico do sertanejo, e um pedido/promessa direta de
Maurício a Artur.
E Artur está vidrado… é quase patético.
Embora o
Rhener Freitas seja mesmo um gostoso,
então…
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