1899 1x02 – The Boy
“Wake up”
Realmente
veio aí mais uma grande série de
Jantje Friese e Baran bo Odar: QUE SEGUNDO EPISÓDIO BOM! Mas estando amando a série e todas as possibilidades
que ela tem a oferecer, vou fazer um comentário polêmico: seria tão bom se ela não tivesse sido lançada tudo de uma vez. E é
claro que “eu posso assistir um episódio por semana se eu quiser”, como quem
adora maratonar sempre diz, mas a verdade é que essa experiência é fajuta
quando não se está todo mundo no mesmo episódio, porque “1899” é uma série que se beneficiaria de ser vivida e discutida
durante uma semana antes do próximo episódio, com teorias levantadas e tudo o
mais, como acontecia com “Lost” (que
tem uma força imensa ainda hoje por causa da experiência que ela foi). “The Boy” proporcionaria uma série de
teorias por conta daqueles últimos segundos, por exemplo…
E é isso o que mais mantém uma série viva:
pessoas debatendo a seu respeito.
Dito isso
(senti que precisava desabafar), vou ao episódio. Muito antes do que eu previra,
a estreia de “1899” já trouxe o
encontro do Kerberos com o Prometheus, o navio que tinha desaparecido há quatro
meses, e esse é um daqueles encontros que traz mais perguntas do que respostas…
o navio estava aparentemente vazio, a não ser por um garoto silencioso
escondido dentro de um armário, que eles levam para o Kerberos com eles.
Ninguém sabe o que aconteceu com o Prometheus e com as pessoas que deviam estar
dentro dele, ninguém sabe quem estava mandando a mensagem com as coordenadas,
se o aparelho não estava funcionando, e o garoto misterioso não fala
absolutamente nada… tudo o que ele tem a oferecer é uma espécie de pirâmide preta que ele está disposto a
entregar a Maura, mas cujo significado ela ainda não entende.
A relação de
Maura com o garoto é importante e traz algumas respostas a respeito da
personagem… entendemos, por exemplo, por que ela estava tão interessada no Prometheus quando ele foi
descoberto no episódio anterior: seu irmão desapareceu há quatro meses, e ela
acredita que ele podia estar a bordo do outro navio. Além disso, ela recebeu
uma carta, que imagina ser do irmão, com um símbolo que curiosamente coincide
com uma tatuagem que o garoto silencioso tem – por isso é tão importante entender o que aconteceu no navio.
Falando no garoto, eu não consigo, ainda, deixar de pensar que o garoto e
Daniel Solace podem ser a mesma pessoa,
talvez pela maneira como eles foram apresentados na reta final do episódio
anterior, ou talvez por causa de “Dark”.
Esse, inclusive, é um dos motivos pelos quais eu acho que o garoto não é o Daniel…
Corria o risco de ser muito parecida com a
história do Jonas?
Falando em
Jonas… o Capitão Eyk é bastante afetado
depois de sua visita ao Prometheus, e o episódio começa em uma espécie de flashback que mais parece visões/sonhos
de eventos traumatizantes da vida do Capitão, antes de ouvirmos uma voz que o
mandava “acordar”, e então ele é “trazido de volta ao presente”. Durante todo o
episódio, no entanto, ele parece estar experimentando coisas que ninguém mais
(a não ser, talvez, Maura) está. Eyk ouve uma mulher cantando, por exemplo, e
tem toda uma sequência interessante, curiosa e enigmática na qual ele
reencontra a esposa e as filhas – a família que perdeu em um incêndio, pelo que
pudemos entender. “1899” consegue construir
uma atmosfera que é melancólica e misteriosa ao mesmo tempo, enquanto constroem
um suspense que, nesse caso, se baseia no quanto as memórias são perturbadoras para Eyk.
Outros
personagens também ganham algumas tramas menores, enquanto vemos aquelas
“duplas” que nos foram apresentadas no Piloto se refazerem… vemos Lucien se
aproximar de Ling Yi no convés, por exemplo, enquanto Clémence se aproxima de
Jérôme. O destaque, no entanto, fica para Ángel. O vemos dar sequência a uma
breve interação do episódio anterior com Krester, o buscando pelo navio até
encontrá-lo – e embora eu estivesse torcendo
para que eu não estivesse enganado e Ángel estivesse mesmo interessado em Krester, eu só tive a certeza naquela excelente
sequência que começa com a irmã do Krester vindo devolver um presente que Ángel
lhe dera e o mandando ficar longe do seu irmão, e segue para uma pequena
discussão de Ángel com Ramiro, no qual ele o manda não julgá-lo porque “ele
nunca fingiu ser diferente do que é”.
Não sei o
que isso tudo vai virar – até porque não me parece que “1899” seja uma série que terá muito tempo de sobra para ficar
desenvolvendo romance… de todo modo, existe uma história interessante aí, e
espero pelas próximas interações de Ángel com Krester, enquanto a série nos entrega
aquela revelação de que Ramiro não é um padre de verdade, não é irmão de Ángel
e nem mesmo é espanhol como finge ser… fico feliz em poder dizer que eu tinha sentido a tensão entre eles no
primeiro episódio, mas deixei de lado porque, até então, eles supostamente eram
irmãos. Não sendo, os dois entram em uma discussão acalorada que termina com
Ángel acusando Ramiro de “estar com ciúmes”, e ao invés de negar, Ramiro faz o
que provavelmente queria fazer há muito tempo… e beija Ángel. Bem, eu estou muito feliz com a representatividade
gay em “1899”, é verdade.
E a cena é boa.
Sem saber o
que fazer sobre o Prometheus, Eyk pensa em desobedecer
uma instrução que recebera, que mandava que ele afundasse o navio – algo está errado com o Prometheus e, se o
afundar, ele nunca vai descobrir a verdade… então, ele pede que Olek verifique
a quantidade de carvão restante para que ele tome uma decisão, e então ele
anuncia: eles vão dar meia-volta e levar
o Prometheus de volta para a Europa… infelizmente, não há carvão o suficiente
para terminar a viagem até Nova York, rebocando um segundo navio. As
pessoas protestam, é claro, mas Eyk ignora todos e comanda que deem meia-volta.
O final do episódio traz duas surpresas interessantes sobre as quais eu vou
ficar pensando até ver o próximo episódio: 1) o assassinato daquela garota por
Daniel; 2) as telas através das quais diferentes passageiros do Kerberos estão
sendo monitorados.
O QUE ISSO
TUDO QUER DIZER?! Fiquei bem curioso
com esse final.
Será algo
meio “O Show de Truman”?
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