1899 1x03 – The Fog
A história de Ying Li.
A cada
episódio de “1899” eu tenho mais
certeza que ela é uma daquelas séries que devem ser saboreadas episódio a
episódio… indo contra todos os maratonistas de plantão, eu acredito na magia
que acompanha o lançamento gradual de
uma série – especialmente quando temos uma série com uma temática cheia de
mistério, como é o caso da nova produção de Jantje Friese e Baran bo Odar, os
criadores de “Dark”. Se o fim do
segundo episódio trouxe aquelas telas vigiando
alguns dos passageiros do Kerberos, e isso é certamente algo que geraria muita
discussão e teoria até o lançamento de um próximo episódio, se a temporada não
tivesse sido liberada toda junto, o fim desse terceiro episódio também traz
algo inusitado, que ainda não
entendemos, e sobre o que é divertidíssimo pensar… o que exatamente aconteceu
com o navio?!
Se comentei
muito sobre “Dark” quando assisti ao
primeiro episódio de “1899”, e citei “Lost” na minha review do episódio passado (“Lost”
é uma das primeiras séries que acompanhei fielmente e semanalmente, e eu
adorava passar a semana lendo teorias em fóruns e vivendo esse momento por
meses ao lado de outros fãs!), novamente trago “Lost” ao comentar “The Fog”
por uma questão estrutural: gosto da ideia de termos episódios “centrados” em
diferentes personagens. O episódio começa com um flashback de Ying Li e então ouvimos novamente a voz que diz “Wake up”, até a câmera sair de dentro
do olho da personagem (um recurso visual
que também me faz pensar em “Lost”,
por sinal). Mesmo que tenha muitas coisas
acontecendo ao mesmo tempo durante o episódio, “The Fog” nos permite explorar um pouco do passado de mais uma
personagem.
No episódio
passado, uma garota apareceu morta no convés – e, agora, Eyk está tentando
manter isso em segredo, mesmo que a família da garota esteja preocupada
procurando por ela, e dizendo que “ninguém se importa se um deles some”. Tudo
nessa viagem do Kerberos parece estar acontecendo diferente do que eles tinham previsto. Além de terem desviado a
rota para seguir uma mensagem que os levou até o Prometheus, e depois Eyk ter
decidido dar meia volta para levar o Prometheus de volta à Europa, abandonando
a viagem até Nova York pela qual os
passageiros tinham pagado, agora eles precisam parar por completo: as
bússolas começaram a agir de forma estranha
já no episódio anterior e, agora, o barco é envolto em uma neblina grossa… sem
bússolas que os guiem e sem qualquer tipo de visibilidade, não há como seguir
em frente.
Com o barco
parado, Eyk resolve voltar ao Prometheus em busca de alguma coisa – anotações
do capitão que possam ajudá-lo a entender o
que aconteceu lá, por exemplo… é intrigante demais pensar que ele encontrou
no Prometheus uma fita de cabelo que pertencera à filha, que morreu dois anos antes. Quando Eyk e Maura vão
juntos até o Prometheus, no entanto, mais informações intrigantes estão prestes
a vir à tona, e então começamos a levantar uma série de teorias… apesar de os
dois estarem formando uma boa dupla e de estar surgindo uma relação de
confiança entre eles, tudo muda quando Eyk descobre algo na lista de passageiros
do Prometheus: O NOME DE MAURA. O que isso significa? Que ela estava lá? Que
ela deveria estar lá, mas não estava?
Que ela estará em algum momento do futuro ou esteve em algum momento do
passado?
Apesar de
ser a temática de “Dark”, eu acho
possível que “1899” ainda aborde
viagem no tempo.
Gostei muito
de acompanhar mais de Ling Yi – e de como a série trouxe isso, visualmente.
Seus flashbacks são encaixados na trama de maneira incrível…
depois daquelas primeiras cenas, que parecem apenas um “teaser”, vamos
entendendo através de alguns diálogos que Ling Yi roubou o lugar de alguma
outra garota e, portanto, tudo é uma mentira: aquele quimono não é seu, a
língua que fala não é sua, a vida que está sendo obrigada a assumir também não…
mas foi o que ela pôde fazer depois de “acidentalmente” matar a garota que
deveria estar ali no seu lugar. Enquanto foge da mulher com quem está viajando,
Ling Yi se esconde em uma caixa, o que a faz “revisitar” os acontecimentos que
a levaram até o Prometheus, com essa identidade falsa, e é toda uma sequência
atormentadora para ela, como se ela estivesse no lugar da garota cujo corpo
esconderam e jogaram no mar.
Atordoada,
ela é encontrada por Olek – o que promete ser uma dupla bastante interessante.
Acho muito interessante essa ideia de “1899”
de ter personagens e atores de diferentes nacionalidades, e como vemos diálogos
acontecendo em duas línguas simultaneamente, sem que os personagens se entendam
de fato, mas isso também nos prova que existe muito mais que a linguagem verbal na comunicação… aquela cena em
que Olek deixa Ling Yi sozinha e é como se a neblina estivesse invadindo o
navio e a engolindo é uma sequência
fortíssima na qual ela novamente “retorna” ao passado e espera que, dessa vez,
as coisas sejam diferentes e a outra garota não morre… mas ela não pode mudar
isso. Há muita força na confissão de Ling Yi para Olek mais tarde, quando ela
diz que “tudo é uma mentira”, e é como se ele entendesse, compreendendo a
língua ou não.
Falando em
barreiras linguísticas não impedindo a relação entre os personagens, também
temos aquela sequência marcante de
Ángel e Krester – e eu ainda não sei bem o que pensar sobre os dois, e sei que
é mais uma questão de desejo e fetiche do que qualquer outra coisa, mas está
interessante de se acompanhar. Mas as cenas mais
importantes de Ángel continuam sendo com Ramiro, e temos mais uma briga dos
dois quando Ramiro pergunta onde ele estava e se estava com Krester, e então
Ramiro dá uma prévia do seu segredo e do que eles estão fugindo (todos a bordo
do Kerberos parecem estar fugindo de algo do passado), falando sobre um homem
“que teve que matar”, cujas roupas agora ele está usando… acredito que Ramiro
(ou Ángel) seja um dos próximos personagens que terá flashbacks para que entendamos mais do que é essa história…
Além da
morte da garotinha que vimos no fim do episódio anterior e cujas consequências
acompanhamos em “The Fog”, mais
passageiros começam a aparecer mortos de maneira misteriosa: sem sangue, sem
hematomas, sem maneira de determinar a causa da morte, como se fosse de causas naturais… é claro, no entanto,
que não é, não com esse número de corpos. De qualquer maneira, isso parece ser
a gota d’água para dar início a um motim que pretende tomar o barco e fazer com
que ele abandone o Prometheus e retome o seu curso a Nova York: afinal de contas, claramente havia algo de
errado com o Prometheus, e se mandaram que o navio fosse afundado, é por um
motivo… além disso, vemos uma breve interação do garoto com Daniel (ainda
me parece que eles são a mesma pessoa, será?) e Daniel mexendo em algo que faz com que o navio desapareça.
DESAPAREÇA!
Quero dizer… como assim?!
Mas tudo
bem… eu já vi uma ilha desaparecer.
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