Power Rangers Dino Thunder – Lost & Found in Translation

“We’re a TV show in Japan? I gotta see this!”

UM DOS EPISÓDIOS MAIS ICÔNICOS DA FRANQUIA “POWER RANGERS” – e olha que ele é um clip show, de certa maneira, mas com uma ideia diferente de tudo o que “Power Rangers” tinha feito até então! Como sabemos, “Power Rangers” é adaptado de uma franquia japonesa de tokusatsu que existe desde a década de 1970, o “Super Sentai”, com cada temporada adaptada de uma equipe japonesa diferente, da qual eles reaproveitam parte das sequências de ação com os Rangers morfados (em maior quantidade em temporadas antigas, como “Mighty Morphin”, com filmagens de “Kyōryū Sentai Zyuranger”, e em menor quantidade em temporadas novas, como “Dino Fury”, que tem muita filmagem original além das reaproveitadas de “Kishiryu Sentai Ryusoulger”), mas o que “Lost & Found in Translation”, exibido em 19 de junho de 2004, faz de diferente é não usar apenas as cenas dos Rangers morfados

Ethan está animado com uma nova antena que a Hayley colocou na televisão do Cyberspace, e se recusa a ir embora enquanto explora os inúmeros novos canais, em vários idiomas diferentes, que agora estão disponíveis e, eventualmente, ele acaba esbarrando em algo muito interessante: em “Bakuryuu Sentai Abaranger”… O SENTAI QUE SERVE DE BASE PARA “DINO THUNDER”. Acho que uma das coisas mais inusitadas do episódio é a inversão da realidade que acontece quando Conner, Kira e Ethan ficam chocados porque “o Japão está fazendo uma versão de algo que está acontecendo com eles”, mas o episódio se torna algo bem interessante tanto em defesa a “Power Rangers”, para os puristas que falam mal da franquia para favorecer o “Super Sentai”, quanto em promoção ao “Super Sentai”, para todos aqueles que têm preconceito e acham que “só Power Rangers é legal”.

É uma interessante “união” das franquias.

O mais legal de “Lost & Found in Translation” é que ele se torna um episódio em que, basicamente, Ethan, Conner e Kira ficam sentados assistindo ao episódio de “Abarenger” e reagindo a ele, e é muito diferente de tudo o que “Power Rangers” já fez, mas eu adorei, porque eu adoro poder ver Ryouga, Yukito e Ranru na tela durante um episódio de “Power Rangers”. Começamos com a abertura e com o logo de “Abarenger”, e Ethan e Kira se envolvem rapidamente na história, querendo saber o que vai acontecer e como, enquanto Conner passa metade do episódio, pelo menos, incomodado e resistente (representando uma grande parte dos fãs chatos de “Power Rangers” e, hey, se você não é um desses “fãs chatos”, não se incomode!), reclamando, por exemplo, que “está tudo errado” e que “o cara vermelho não tem nada a ver com ele”.

Eu adoro a atitude de Ethan e Kira, que falam, por exemplo, que “a identidade deles é secreta, não tem como eles saberem a verdade sobre eles mesmo”, e como o diálogo é conduzido para uma mensagem bastante bacana, com os personagens dizendo que algo não é ruim só porque é diferente. Destaque para o Conner incomodadíssimo com o monstro da semana quando ele aparece, dizendo que “dá para ver que é alguém em uma fantasia de borracha” (A IRONIA DISSO, AMEI!), e o Ethan todo sábio dizendo que “não é um documentário, ele pode usar a imaginação”, ou então a reclamação do Conner de que “ninguém vai acreditar na combinação daquele monstro”, mas Kira diz que ele não é tão diferente assim das coisas que eles enfrentam todo dia… o episódio é divertido e bem-conduzido e, aos poucos, Conner vai aceitando que “Abarenger” é bom.

Fico feliz por ver Conner quebrando esse preconceito e se sentando para assistir a um episódio inteiro de “Super Sentai” antes de sair reclamando e, no fim, se apaixonando pelo que está assistindo… é um episódio “bobo” de “Abarenger”, com direito aos Rangers morfados de peruca (!), mas é muito interessante e tem uma mensagem bacana, como normalmente também acontece com “Power Rangers”. “Lost & Found in Translation” funciona muito bem, e é interessante que a franquia tenha demorado mais de 500 episódios para se voltar a “Super Sentai”, que é a base para o que eles estão fazendo, para referenciá-los e, de certa maneira, debochar de si mesmos em um episódio divertido, inteligente e preciso… agora, preciso comentar: apesar de gostar de “Dino Thunder”, a sinopse de “Bakuryuu Sentai Abaranger” é bem mais interessante!

 

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