Vale o Piloto? – Wednesday (Wandinha) 1x01 – Wednesday’s Child is Full of Woe

Nevermore Academy.

QUE ESTREIA ESPETACULAR! Como um fã de longa data da Família Addams, eu estava ansioso para a estreia de “Wednesday” desde o seu anúncio pela Netflix. Os personagens criados por Charles Addams, uma família diferente e com gostos peculiares pelo sombrio e o sobrenatural, apareceram pela primeira vez em uma tirinha de 1938, e conquistaram o público em uma série de adaptações, dentre as quais eu destaco a série de 1964, o filme de 1991 e o musical de 2010. Agora, sob a competente direção de Tim Burton (eu adoro a sua visão, e tem tudo a ver com a Família Addams!), a carismática e intrigante família está de volta, embora a série leve o nome de Wandinha e, portanto, ela seja o centro narrativo da série – com uma caracterização fascinante e a excelente atuação de Jenna Ortega, temos uma estreia incrível e com futuro promissor!

O grande sucesso de “A Família Addams” se deve, principalmente, à natureza dos seus personagens – e à habilidade de brincar com o que é sombrio e, quiçá, assustador, em paralelo à interessante maneira como, no fim, os Addams talvez não sejam tão diferentes de nós… é a essência macabra aliado ao humor sombrio que caracteriza esses personagens, e quando uma adaptação consegue captar bem isso em tela, é sucesso na certa! Acredito, por exemplo, que a última adaptação de “A Família Addams”, em animação, não conseguiu equilibrar bem seus elementos, tirando um pouco do sangrento e ameaçador e deixando tudo apenas “bizarro” e divertido, como se quisesse “aliviar” o clima… mas o que queremos é ver Wandinha Addams soltar um monte de piranhas na enorme piscina da escola (!), para defender o irmão Feioso de bullying.

A introdução da série é rápida e não vai muito além do que os trailers nos mostraram: vemos Wandinha ser “expulsa” de mais uma escola (excessivamente colorida para ela, obviamente) depois de uma tentativa de homicídio, e então Mortícia e Gomez decidem que é hora de ela ir para a Nevermore Academy (eu adoro o nome, que é uma referência a Edgar Allan Poe, um mestre da escrita de terror!), o mesmo internato no qual eles se conheceram na juventude… e Wandinha acha que o lugar vai ser espantoso e quer, de toda maneira, encontrar uma maneira de escapar – mas é mais por uma questão de “desafio”, já que sente que essa não foi uma escolha sua e não quer os pais sigam tentando “a transformar em uma versão deles mesmos”, do que porque realmente não gostou do lugar… ela nem está muito disposta a dar uma chance à escola.

Até que coisas comecem a acontecer.

O cenário é interessante – divide opiniões o fato de Wandinha estar na Nevermore Academy. Parte do público gostaria de ver mais de Wandinha indo a uma “escola normal” (a sua concepção de escola certamente renderia mesmo bons momentos, em uma interação com “adolescentes normais”), mas o cenário de Nevermore é tão rico e tão interessante que é impossível não ficar intrigado com as possibilidades que ele oferece! Wandinha se despede da família (sua relação com a mãe vai ser um ponto importante de “Wednesday”, ao que tudo indica), e conhece o lugar onde vai passar a próxima semana, se não conseguir escapar… um lugar de “excluídos”, com direito a grupinhos de vampiros, lobisomens e sereias, por exemplo. E uma colega de quarto que é muito mais colorida que ela, é claro. A interação de Wandinha com Enid Sinclair pode trazer ótimos momentos.

Até porque Enid ganhou uma trama interessante antes do fim do episódio! Mas Enid Sinclair não é a única pessoa na Academia Nevermore cuja interação com Wandinha promete ser interessante… quando Wandinha é quase assassinada por uma estátua de gárgula que alguém joga sobre ela (!), ela é salva por Xavier Thorpe, um garoto que parece estar muito interessado em se aproximar dela, e que ela conheceu no passado, quando ele estava brincando de esconde-esconde, se escondeu dentro de um caixão e quase acabou cremado vivo… mas, se ele está interessado mesmo em Wandinha, ele certamente vai ter que disputar seu coração – não sei se “Wednesday” vai investir em romance, mas o musical de “A Família Addams” já provou que uma história de amor para Wandinha pode render um ótimo roteiro (eu sempre amei o Lucas Beineke!).

Quando Wandinha é obrigada a ir a uma sessão de terapia (ordem judicial), ela faz de tudo para não falar sobre seus sentimentos, e consegue escapar pela janela do banheiro… e é aí que ela conhece Tyler Galpin, o atendente de uma cafeteria (e filho do xerife da cidade, que por sua vez não gosta de Gomez Addams por causa de uma suposta acusação de assassinato do passado), que eu tenho certeza de que será um personagem mais complexo do que uma primeira impressão pode sugerir – além de ser encantador, Tyler parece ser uma das poucas pessoas que não acham Wandinha assustadora, mas interessante, e ele também tem seu próprio lado sombrio e seus próprios traumas… ele está disposto a ajudá-la a fugir dali porque, no fundo, ele também quer fugir daquela cidade, mas sente que nunca poderia, e talvez lhe traga certa realização ajudar Wandinha.

Não que Wandinha precise de muita ajuda… ela se vira muito bem sozinha, é claro! E temos sequências incríveis de Wandinha “se virando”. Além da introdução épica que a mostra jogando as piranhas na piscina ao som de “Non, Je Ne Regrette Rien” (essa música me arrepia, e sempre vai me fazer pensar em “Inception”), que também é o momento em que percebemos como Jenna Ortega está perfeita no papel de Wandinha Addams, temos aquele momento na própria cafeteria, onde ela tem que esperar o fim do turno de Tyler para que ele possa lhe dar uma carona até a estação mais próxima, e então uns garotos aparecem para provocá-la (porque, aparentemente, todos adoram provocar os estudantes da Academia Nevermore), e ela derruba cada um dos três… naquele momento, podemos ver a admiração de Tyler por Wandinha crescer bem em frente aos nossos olhos!

Quando ela é “capturada” novamente pela diretora da escola, Wandinha planeja escapar durante o festival que vai acontecer na cidade – e precisa da ajuda de Tyler novamente, se ele estiver disposto a ajudar… e ele está, mais do que ela imaginava, na verdade. Toda a sequência do festival, no entanto, acaba sendo uma grande surpresa, porque Wandinha e Tyler são perseguidos pelos mesmos garotos que ela derrubou na cafeteria na outra ocasião, e quando Wandinha tem uma visão, ela acaba voltando para tentar ajudar Rowan, um garoto da Academia Nevermore que, no fim, quer matar Wandinha… aparentemente, ela é a garota que a mãe dele desenhara há 25 anos, quando ainda estava em Nevermore, e que é uma ameaça para toda a escola ou qualquer coisa assim. Dessa vez, Wandinha só é salva por causa de um monstro misterioso que surge do nada e a ajuda.

A pergunta é: por quê?!

Foi uma primeira semana empolgante para Wandinha: ela quase foi assassinada duas vezes, foi salva por um monstro assustador, descobriu que pode ser a causa da destruição de Nevermore ou algo assim, e que o pai pode ter cometido um assassinato em algum momento do passado… foi bem melhor do que ela podia imaginar, não? “Wednesday” tem uma estreia MARAVILHOSA, assisti o episódio inteiro com um sorriso no rosto porque, como eu falei, eu AMO esses personagens, e Jenna Ortega está incrível no papel de Wandinha Addams. Também estou bem curioso para ver o que será feito desse plot de Wandinha ter visões quando encosta em algumas pessoas, mas preciso dizer que eu achei isso SENSACIONAL, um toque especial e único que deixou a Wandinha da série da Netflix ainda mais interessante – fora que a maneira como ela tem visões é muito legal!

Essa série promete! Vou assistir aos poucos e aproveitar cada episódio!

 

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