[Season Finale] 1899 1x08 – The Key
“It worked.
It didn’t start all over again”
É isso:
OFICIALMENTE, EU ADOREI! “1899” pode
ter nos feito pensar, durante a sua divulgação, em um tema completamente
diferente, e em uma história inteiramente ambientada no fim do século XIX, mas
era necessário fazer isso pela surpresa dos últimos minutos de “The Key”, que mudam drasticamente o
cenário da série e a deixa ainda mais com
cara de ficção científica – as possibilidades a partir de agora seguem
sendo infinitas, e eu estou curioso para saber que história será contada em uma
eventual segunda temporada. Será que realmente
acabamos de conhecer a “realidade”? E o que é, de verdade, a realidade? Como
sabemos se o que estamos vivendo é real, e não apenas projeções e
interpretações que fazemos com base naquilo que conhecemos? Com um tom gostoso
de filosofia, “1899” chega a uma conclusão extremamente interessante.
Assim como toda a série o foi.
No fim do
episódio anterior, os personagens sobreviventes terminaram em um “depósito de
navios” de simulações que vieram antes da do Kerberos, e agora Eyk se junta a
eles para que ele e Maura possam contar aquilo que descobriram: que o que eles estão vendo não é real, mas
uma simulação – sombras na parede da caverna. Inusitadamente, no entanto,
mesmo com a possível realização gradual de que o que estão vivendo “não é
real”, o restante do grupo tem dificuldade
em aceitar o que Maura está dizendo porque, para eles, aquilo simplesmente não faz sentido… então, eles preferem se
agarrar à ideia que eles têm de realidade (o que é, por si só, um conceito
bastante interessante) e tentar “escapar do Kerberos”, enquanto Maura e Eyk
tentam voltar para o hospital psiquiátrico, em busca de mais respostas e, quem
sabe, de impedir uma nova simulação.
Achei que
não seria interessante acompanhar esse grupo de sobreviventes presos em uma
simulação que tomam como verdade, mas a participação de Daniel torna tudo muito
mais gostoso de se assistir – Daniel está tentando modificar alguns códigos da simulação, e isso acaba mexendo com a
“realidade” dos passageiros enquanto a simulação se desintegra e o navio é
tomado por aquele misterioso e perigoso metal preto. Assim, barreiras são
derrubadas e as memórias dos personagens “se misturam” em uma sequência
eletrizante e visualmente impactante que consiste em passagens se abrindo para
“memórias”, mas tudo parece fora de lugar… Tove está na memória de Lucien e
Jérôme, por exemplo, enquanto Clémence encontra Lucien na caixa em que Mei Mei
morreu e Ramiro escuta a voz de Ángel do fundo de um poço… sequência brilhante!
Enquanto
isso, Elliot protagoniza alguns dos momentos mais interessantes do episódio –
porque chegou a hora de ver as suas
memórias… assim como aconteceu quando foi a vez de Daniel, eu nem sabia que precisava tanto desses flashbacks de Elliot, e eles são
extremamente importantes para as concretizações de teorias que acompanhamos
durante esse Season Finale.
Descobrimos, por exemplo, que o famoso quarto 1011, no hospital psiquiátrico,
não é de Maura, mas de Elliot, e que ele realmente estava morto ou morrendo,
como o diálogo de Maura e Daniel sugeriu,
no episódio anterior, e Maura é a pessoa por trás dessa história de simulação…
ela criou essa simulação e submeteu Elliot a ela para que pudesse “mantê-lo
vivo”, já que não foi capaz de suportar a dor de perder seu filho. E, agora, é
Henry, o avô, quem conta e mostra essa verdade a Elliot.
“It’s yours. You’re the Creator”
Gosto da
ideia de ser a Maura por trás da simulação – mesmo que isso não seja uma grande
inovação, e penso em “Maze Runner”,
por exemplo, que também tem a ideia de experimento e de alguém que estava por
trás da construção do labirinto, e
acabou preso dentro dele, tentando escapar como qualquer outro. Henry também
conta a Maura que isso que ela chama de “jogo psicológico cruel” é, na verdade,
seu próprio jogo… não é ele por trás
disso tudo. Então, ele a coloca sentada na cadeira onde espera que uma
injeção a leve de volta para o começo da
simulação, como já aconteceu dezenas de vezes antes. Dessa vez, no entanto,
Daniel conseguiu fazer algo que nunca conseguira antes, que é mexer com o mainframe da simulação, e as
coisas não saem conforme Henry planejara, ainda que ele tenha a pirâmide em
mãos e a chave que deveria reiniciar tudo.
Então,
encontramos Daniel e Maura juntos no que ela se pergunta se é a realidade – mas
não é. Alterando os códigos e os valores dos objetos, Daniel conseguiu fazer
com que Henry mandasse Maura para a
primeira simulação que eles criaram juntos, e é uma cena bastante
emocionante protagonizada pelos dois. Antes de mandar Maura para o suposto
“mundo real”, Daniel lhe conta, por exemplo, que o irmão dela foi quem assumiu toda a simulação (pode ser que
ele seja o vilão da segunda
temporada, acredito), e quando Maura pergunta se Daniel estará lá quando ela
acordar, ele diz que sim, que sempre estará com ela, mas ele está chorando tão
sinceramente e com tanta dor que eu acredito que ele diz dizer em sua mente e em seu coração… aquela
cena me deixou com a sensação de que, assim como Elliot, Daniel também não está
mais vivo, e isso explicaria algumas coisas.
Como o
“poder” que ele tem dentro da simulação…
Semelhante ao de Elliot, para quem tudo foi
criado.
Daniel
entrega a “nova pirâmide” para Maura, mostra que a nova “chave” é a aliança em
seu dedo, e diz à esposa que ela precisa acordar e deter Ciaran, porque existe muito mais em jogo… então, MAURA
DESPERTA, FINALMENTE – e é uma sequência surpreendente e MARAVILHOSA de se
assistir, sem dúvida! Infelizmente, a reviravolta não deve agradar quem se
interessou por “1899” por causa do
cenário e figurino de época, mas eu achei uma guinada tão interessante que deixou meus olhos brilhando: Maura desperta EM
UMA NAVE ESPACIAL, que também se chama Prometheus, e uma mensagem na tela de um
computador dá a Maura algumas informações. O PROJETO PROMETHEUS é uma nave com
1423 passageiros, tripulação de 550 pessoas, Ciaran, o irmão de Maura, é a
pessoa no comando de tudo, e a data é 19
de outubro de 2099.
ISSO É
INCRÍVEL DEMAIS!
Seria
possível termos uma “segunda temporada” que se chama “2099” ao invés de “1899”
ou fica muito ruim, em termos comerciais? De qualquer maneira, teremos uma
segunda temporada que, ao invés de se passar em um navio de 1899, se passará em
uma nave de 2099… se aquilo é mesmo a
realidade ou não, saberemos apenas na próxima temporada – mas existe uma
possibilidade grande de que Maura esteja, na verdade, em outra simulação. Afinal de contas, é só pensarmos no que Henry
dissera a Elliot sobre as dúvidas e os pensamentos de Maura, quando garota,
depois de ler sobre o Mito da Caverna, de Platão – sobre como se tudo o que
vemos ao nosso redor foi criado por Deus,
a “realidade” não seria o mundo em que Deus vive? E, se sim, quem criou Deus?
Isso é algo que pode se perpetuar eternamente… e o mesmo pode acontecer nessas
simulações.
Prometheus
2099 é a realidade de onde eles entraram no Kerberos 1899, mas e se tiver algo
ainda maior que isso, algo além disso? Se essa “realidade” de 2099 for, também,
projetada, então não é, de fato, a realidade, mas apenas uma simulação dentro
de outra simulação – mais ou menos como “Inception”
e a ideia de um sonho dentro do sonho. Em algum momento, a realidade fica tão
distante que nós não conseguimos mais separar o que é real do que é
sonho/simulação. “1899” começou com
um potencial gigantesco, mudou todas as minhas expectativas durante a
temporada, e conseguiu terminar de uma maneira que me deixou ainda mais empolgado para uma possível
segunda temporada. Mal posso esperar para explorar 2099, seja realidade ou
simulação… e acho que a série vai assumir ainda mais elementos da ficção
científica, o que eu adoro!
“Hello sister. Welcome to reality”
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