Vale o Piloto? – Kamen Rider Black Sun – Episode 1
Humanos e
kaijins.
Celebrando
os 50 anos de “Kamen Rider”, uma das
maiores séries de tokusatsu da
história, “Kamen Rider Black Sun” é
uma temporada comemorativa fora do comum – e tem uma estreia empolgante e
promissora! Sendo, oficialmente, um reboot
de “Kamen Rider Black” (temporada de
1987 da série, que completou 35 anos em 2022), “Black Sun” tem uma proposta diferente
do que estamos habituados na franquia (a não ser, quem sabe, por “Kamen Rider Amazons”, de 2016), tanto
no que se refere à exibição e distribuição (a série conta com 10 episódios de
aproximadamente 40 minutos, lançados simultaneamente na plataforma de streaming Amazon Prime), quanto ao que
se refere ao estilo de narrativa (embora com temática similar à de “Kamen Rider Black”, a abordagem é muito
mais madura, sombria e sangrenta). O resultado é muito bom!
O primeiro
episódio começa com uma rápida pincelada no que aconteceu há 50 anos – na mesma
época em que “Kamen Rider” estava
estreando, em 1972, dois garotos estavam passando por um “experimento” no qual
uma pedra misteriosa era inserida nos seus corpos… dois personagens importantes
que voltaremos a encontrar em 2022. No presente, o mundo está dividido… humanos
dividem o planeta com os chamados kaijins, pessoas que podem se transformar em criaturas de
características animalescas, quando estão agitados, e a humanidade está
dividida em dois grupos: de um lado, aqueles que defendem o convívio pacífico
entre as duas espécies; de outro, grupos extremistas que pregam o ódio e querem
“se livrar” de todo kaijin que encontram pela frente… é uma verdadeira e
intensa guerra política. E uma discussão
bastante atual.
É nesse
cenário caótico que conhecemos Aoi Izumi, uma garota de 14 anos que estuda em
uma escola na qual humanos e kaijins convivem perfeitamente, e que é uma
ativista que prega contra o preconceito – a vemos fazer um discurso inspirado
na sede da ONU, em Nova York, e seu discurso é recebido de diferentes maneiras…
os amigos a recebem com uma celebração e muitos parabéns, porque ela falou muito bem e seu vídeo está circulando e
ganhando a repercussão que se esperava, mas os fanáticos racistas estão do lado
de fora da escola, com cartazes e gritos absurdos que pedem a morte dos
kaijins. Vemos um pouco mais do preconceito
contra os kaijins através de Shunsuke Komatsu, o melhor amigo de Aoi, que vive
a discriminação na pele, e é uma abordagem bastante humana – estou muito curioso
para ver como “Kamen Rider Black Sun”
desenvolverá isso!
Também
destaco aquela sequência do protesto – e como o embate entre os grupos opostos
causa uma confusão tensa e contínua… enquanto gritos de ódio são levantados de
um lado do “protesto”, kaijins entre os ativistas começam a se transformar no
meio da multidão, e aquilo era exatamente
o que os grupos antikaijins estavam esperando
para poder acusá-los de ser “aberrações” e de “colocarem os humanos em perigo”.
É uma sequência desesperadora, e,
como era de se esperar, a polícia fica do lado dos humanos, mesmo quando eles
estão claramente errados… quantas vezes isso já aconteceu na história da
humanidade? Quantas vezes isso ainda
acontece todo dia? Os kaijins são apenas uma alegoria para todos aqueles que são diferentes em tantos sentidos e que têm suas vidas ameaçadas
diariamente pelo simples fato de existirem e de ser como são.
No meio de
toda a tensão, conhecemos também Kotaro Minami, o protagonista de “Kamen Rider Black Sun”, que parece
tentar se esquivar de todo esse conflito – mesmo que ele seja parte dele.
Afinal de contas, Kotaro é um dos garotos que foram transformados no início do episódio, há 50 anos… possivelmente os
primeiros kaijins da Terra. Tentando passar despercebido e fazendo trabalhos
ocasionalmente duvidosos em troca de uma droga que o impede de se transformar
em kaijin (!), Kotaro é um personagem enigmático e complexo, o que é um tipo fascinante de protagonista para mim,
porque sinto que há muito a se explorar em seu passado e em sua personalidade,
e também acredito que ele tenha um longo arco de desenvolvimento que vai ser
prazeroso de se acompanhar nos 10 episódios que compõem “Kamen Rider Black Sun”.
Ainda há
muito pouco a se falar sobre Nobuhiko Akizuki, o segundo garoto.
Eventualmente,
os caminhos de Kotaro e Aoi convergem, quando Aoi e o amigo são atacados pelo
Spider Kaijin – um kaijin perigoso e com um visual tremendo! Kotaro se aproxima
para matar Aoi sem fazer perguntas, como parte de um trabalho que recebera, mas
ele acaba se detendo ao ver que ela traz uma Kingstone no pescoço, e é ali que as coisas mudam de maneira assustadora.
Alguma coisa naquela interação libera uma energia poderosa que faz com que
Nobuhiko Akizuki se liberte da prisão em que está há muitos anos (!), e o próprio Kotaro Minami acessa seus poderes
de kaijin, que parecia estar tentando evitar a qualquer custo, E QUE CENA
IMPACTANTE. Ver Kotaro se transformar no Kamen Rider Black Sun pela primeira
vez é intenso: um visual sombrio, mas que tem tudo a ver com o visual que
conhecemos da franquia “Kamen Rider”.
A primeira
sequência de ação do Kamen Rider Black Sun é brutal – macabra, assustadoramente
gráfica, sangrenta… mas, ao mesmo tempo, gera tanto impacto e horror que nos
deixa vidrados na tela. É surpreendente como não há receio quanto à violência
(a maneira como Black Sun mata o Spider Kaijin é alarmante), e nos perguntamos o que mais a série vai nos apresentar
nos próximos episódios… nesse momento, estou bastante curioso para saber como
vai se estabelecer a relação entre Kotaro e os demais personagens: ele leva uma
Aoi desacordada para casa, para investigar a pedra preciosa que ela traz no
pescoço, e descobre que Nobuhiko está lá, esperando com ele para uma “missão”
que eles têm que cumprir… e, no meio de tudo isso, essa batalha imensa e eterna
entre humanos e kaijins. É uma estreia e tanto, parece que teremos uma boa
série pela frente!
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EM BREVE!
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