Vale o Piloto? – Smiley 1x01 – Cuando Álex encontró a Bruno
Número
errado.
Eu me
apaixono com facilidade por esse tipo de história romântica e clichê – só não
estou ainda suspirando pelo futuro romance de Álex e Bruno porque fiquei com raiva de como o Álex reagiu à
entrada de Bruno no Bar Bero no fim do episódio, e eu já estou querendo
proteger o Bruno de todo e qualquer sofrimento… “Smiley” é uma história de amor entre um cara que sofre (?) porque
aparentemente “qualquer um quer transar com ele, mas ninguém quer realmente ficar com ele” (eu sei, é um dilema de
gay branca padrão e um comentário a respeito disso é feito no próprio
episódio!) e um romântico inteligente que sonha com o amor e faz projeções que
podem ser perigosas para ele. Não sei como essa história se desenvolveria na
vida real, mas, sendo uma série natalina da Netflix, eu acredito que o romance
deles tem tudo para dar certo, então estou bem.
O episódio
começa com Álex desiludido por causa de um cara com quem ele saiu uma vez,
imaginou toda uma vida juntos (meio emocionado demais, é verdade) e tentou
passar essa mensagem para ele através de um “smiley” no WhatsApp, mas o cara
simplesmente nunca o respondeu, nem
no WhatsApp nem em qualquer outro aplicativo onde Álex lhe deixou uma
infinidade de mensagens – então, ele deixa uma mensagem de voz emocionada,
exaltada e longuíssima, mas a mensagem acaba não indo de verdade para o cara
para quem ele pretendia ligar… e sim para o Bruno, que escuta a toda a mensagem
bastante curioso, na verdade. Todo esse
mal-entendido que inevitavelmente vai aproximá-los me fez pensar em “Com Amor, Anônima”, um filme recente da
Netflix que também começa com uma mensagem que é mandada para o número errado…
Temos, em
destaque, dois protagonistas interessantes – mas a verdade é que eu tenho um
tipo, e personagens como o Bruno fazem com que eu me apaixone por eles imediatamente. Há algo muito encantador na maneira como o Bruno
fala, como assiste a documentários abraçado ao seu cachorro, como se emociona
assistindo TV, como deixa que sua timidez e seu romantismo sejam marcas
características de sua personalidade. Tenho
a impressão de que eu me apaixonaria facilmente por um homem como ele.
Então, sem conseguir deixar a curiosidade de lado, ele acaba ligando para o
telefone de onde veio a mensagem de voz equivocada, e ele tem uma conversa
divertida com Álex na qual rola alguma primeira conexão interessante, uma
química inegável, mesmo que eles ainda não estejam, de fato, contracenando… e, ali, foi impossível não torcer por eles.
Ambos se
empolgam, cada um à sua maneira… e ambos tinham alguém mais “concreto” por
perto, interessados neles, mas alguma coisa lhes dizia para arriscar. Bruno
ficou evidentemente empolgado com a
conversa pelo telefone, e dá para ver na maneira como ele conversa a respeito
disso com os seus melhores amigos, e é uma sequência adorável. Álex, por sua
vez, resolveu “tentar algo diferente”, já que foi alertado por uma amiga sobre
como ele fica sempre fazendo as coisas do mesmo jeito e espera resultados diferentes…
talvez o grande problema estivesse no
tipo de pessoas com quem ele estava saindo. Então, Bruno e Álex marcam um
encontro no Bar Bero (adorei o paralelo dos dois se arrumando para o encontro e
como eles são diferentes), e meu
coração se partiu com o Bruno levantando o livro para mostrar a Álex que é ele,
enquanto o Álex torcia para não ser ele, fingia um sorriso e dizia: “Mierda”.
P*rra, Álex!
O Bruno é um
partidão… mas padrão não gosta de não-padrões, né?
Interessante
como “Smiley” pode estar querendo tocar
em algumas feridas da comunidade – não sei se discretamente ou descaradamente,
terei que assistir aos próximos episódios para poder ter certeza… existe um
clima leve e convidativo na série, se passa próximo ao Natal, o que é algo que
eu gosto de verdade (adoro essa época
do ano!), e a série é bem-humorada, mas isso não quer dizer que ela não vá
tratar de assuntos sérios. Afinal de contas, Bruno recebeu uma mensagem no
Grindr de um cara padrão que disse que “não sairia com ele nem com boa noite
Cinderela” (profundamente cruel e, infelizmente, bastante real… achei doloroso
de assistir), e Álex não teve uma boa primeira impressão dele baseada
exclusivamente em sua aparência (embora, convenhamos, Bruno seja lindo)… certamente “Smiley” ainda vai elaborar mais
esse tema.
Parece
promissora!
Em paralelo,
o primeiro episódio também apresenta outros personagens com histórias que
acompanharemos durante esses 8 episódios. Conhecemos Javi, o dono do Bar Bero e
um dos grandes amigos de Álex, e que se apresenta à noite como Keena Mandrah, e
Vero, a sócia de Javi, que, embora esteja se mudando para um apartamento com Patri,
sua namorada há sete anos, acabou de receber uma proposta de emprego
irrecusável em Ibiza… no fim do episódio, Javi faz uma declaração a Vero e pede
desculpas pelo show que dera mais cedo sobre não querer que ela fosse embora, sem saber que Vero ainda não
conversara com Patri – e agora o drama está instalado. No meio disso tudo, lá
está o Bruno, confiante e esperançoso entrando pela porta do Bar Bero. Estou me
preparando para sorrisos, suspiros e golpes. Acho que “Smiley” terá um pouco de tudo.
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