Wednesday (Wandinha) 1x02 – Woe is the Loneliest Number

Snap twice.

Sim, eu tenho noção que eu já falei isso na minha primeira review de “Wednesday”, mas também sei que eu vou precisar repetir: EU ADORO A FAMÍLIA ADDAMS, E A JENNA ORTEGA ESTÁ ENTREGANDO UMA WANDINHA PERFEITA! “Woe is the Loneliest Number” é o segundo episódio de “Wednesday”, a nova série da Netflix com os personagens criados por Charles Addams, e é um episódio tão gostoso de se assistir – temos um pouco de desenvolvimento da trama principal (iniciada com o assassinato de Rowan no fim do episódio passado), mas, ao mesmo tempo, parece que sem a obrigatoriedade de “apresentar” a sua trama, personagens e cenários, esse segundo episódio é menos ambicioso e, por isso, ainda mais legal, porque ele se diverte brincando com o universo da Academia Nevermore e as possibilidades de relações dos seus alunos!

Comentei, no episódio passado, sobre como eu adoro o fato de o nome da escola ser “Nevermore”, uma clara referência a Edgar Allan Poe – e esse segundo episódio traz isso à tona oficialmente em uma série de referências divertidas e que funcionam muito bem para quem gosta da escrita desse grande mestre do terror! Com a aproximação da “Copa Poe”, vemos os alunos se organizarem para uma competição de remo (o que de fato parece um pouco injusto, tendo em vista que alguns dos alunos da Academia Nevermore são sereias), cada equipe escolhendo um conto de Edgar Allan Poe como “tema” de seus barcos… a equipe de Enid, à qual Wandinha inicialmente nem pensa em se juntar (mas, eventualmente, acaba sendo parte da competição), é dedicada a “O Gato Preto”, conto de Edgar Allan Poe publicado pela primeira vez em 1843.

Antes disso, no entanto, Wandinha tem que se preocupar com os acontecimentos terríveis do episódio anterior – e “terríveis no mal sentido”, como ela mesma diz. Aparentemente, ela pode ser responsável pela destruição da escola ou algo assim, e embora ela tenha visto Rowan ser morto por um monstro misterioso na sua frente na floresta, ele aparece para a aula no dia seguinte… ela tem certeza do que viu e, consequentemente, também tem certeza de que alguém está tentando encobertar o seu assassinato. Quando Rowan é “coincidentemente” expulso da Academia Nevermore no mesmo dia em que Wandinha contara a todos que o viu ser morto por um monstro, ela coloca a Mãozinha para investigar, mas a Mãozinha acaba o perdendo quando ele entra no banheiro de uma estação, porque não vê que ele sai de lá como outra pessoa.

Era um metamorfo se passando por ele.

Então, Wandinha vai ter que investigar por conta própria – ela não sabe nada sobre o monstro que aparecera para ajudá-la, e existem mais coisas misteriosas acontecendo na Academia Nevermore, como a própria relação de Rowan com Xavier… e talvez ela não entenda por que Xavier está tentando tanto se aproximar dela. É interessante esse jogo que “Wednesday” está fazendo com os personagens, porque realmente não sabemos em quem podemos confiar – se é que podemos confiar em alguém. Será que podemos confiar em Xavier? Será que podemos confiar na Diretora Weems? Será que podemos confiar em Marilyn? Será que podemos confiar em Tyler? É possível que não possamos confiar em nenhum deles. “Wednesday” é o tipo de série, inclusive, que pode fazer com que confiemos em Enid e não gostemos de Bianca para sermos surpreendidos no fim.

Vai saber?

Nesse momento, no entanto, Wandinha tem uma relação fascinante com Bianca – adoro a rivalidade que surgiu desde o episódio passado e que escala durante os eventos desse segundo episódio… a aula de botânica, por exemplo, é uma tensão sem fim, enquanto as duas tentam mostrar quem sabe mais sobre a planta carnívora que a professora trouxera para a sala. E quando Wandinha invade o quarto que Xavier dividia com Rowan, em busca de um livro que viu em suas visões psíquicas (eu estou ADORANDO esse elemento, de verdade!), ela escuta uma conversa de Xavier com Bianca na qual Bianca fala mal dela e de como “ela se acha melhor do que todo mundo”. Bem, talvez Wandinha se junte, então, à Copa Poe para mostrar para Bianca que, embora não se sinta melhor do que todo mundo, ela realmente se sente melhor do que ela… é uma competição ferrenha.

Wandinha entra com tudo na Copa Poe – uma sequência divertida e eletrizante que me faz pensar um pouco em “Cálice de Fogo” e, convenhamos, “Corrida Maluca”. Como a competição não tem regras, Bianca ganha há anos sabotando outros barcos e tendo a ajuda de outras sereias, mas Wandinha e Mãozinha pensam em tudo dessa vez… e realmente é tão gostoso vê-la ganhar! Gosto muito de como Wandinha é inteligente, de como ela consegue prever algumas das ações de Bianca e se preparar para elas, e como quando as coisas estão quase saindo de controle, Mãozinha improvisa e ajuda a equipe de “O Gato Preto” a vencer. Jenna Ortega entrega uma riqueza de interpretação durante a vitória de Wandinha, por exemplo, porque Wandinha é contida, não gosta de sorrir, mas é possível ver claramente a satisfação dela por ter derrotado Bianca.

Sequência incrível!

Por fim, Wandinha retorna, então, para as suas investigações… graças à vitória na Copa Poe que a faz fugir das pessoas que estão sorrindo para ela (!), e isso a leva até uma estátua de Edgar Allan Poe com o símbolo que também estava no livro que ela está buscando – aqui, temos provavelmente a referência mais gostosa e nostálgica de “Wednesday” até o momento, quando ela decifra o “código” para abrir uma passagem secreta e a senha é ESTALAR OS DEDOS DUAS VEZES… isso sempre vai ser muito “A Família Addams”, e eu adorei! Então, a estátua de Edgar Allan Poe abre uma passagem até a sede de uma sociedade secreta da qual, ao que tudo indica, seu pai e sua mãe fizeram parte na época em que estudaram na Academia Nevermore (vai ser bom explorar esse passado deles!), mas quando Wandinha está prestes a conseguir respostas, ela é capturada.

Curioso para saber quem está por trás dessa captura. Será uma surpresa?

 

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