Lost 5x13 – Some Like It Hoth
“Hey,
Miles. Long time no see”
É só voltar
para a ilha em 1977 e para a Iniciativa Dharma que OS EPISÓDIOS FICAM MUITO
MAIS INTERESSANTES. “Some Like It Hoth”
é um dos meus episódios favoritos nessa temporada de “Lost” – e é muito bom ver o Miles ganhando um episódio só dele,
com direito a flashbacks que exploram
seu poder e o seu recrutamento para o cargueiro de Widmore, em paralelo com a
sua história acontecendo ali no presente da ilha, já que Pierre Chang é seu pai
e existe um Miles de apenas 3 meses de idade que está na ilha… por isso Miles sentiu as reações aos
consecutivos saltos temporais antes dos demais, assim como Charlotte. Além
disso, esse episódio traz algumas dicas que introduzirão o plot final da temporada – embora ainda não tenha sido citada a
palavra “incidente”, elementos foram colocados na narrativa, como aquela morte
misteriosa cujo corpo Miles tem que levar à Orquídea.
Sawyer – ou
melhor, James LaFleur – é o responsável pela segurança, e deveria ser quem
levaria esse corpo para o Dr. Chang na Orquídea, mas como Sawyer está envolvido demais com toda a história de ter
ajudado Kate a tirar o pequeno Ben baleado do hospital e entregá-lo aos Outros,
Miles é chamado para “substituí-lo”… e, enquanto tem essa nova missão para
cumprir e o olhar atento de Horace sobre ele, Miles não consegue fazer o que
Sawyer lhe pedira, que é apagar as fitas de segurança da câmera 4, para que
ninguém descubra que foram ele e Kate a tirar Ben do hospital. Assim, é uma
questão de tempo até que tudo exploda nas mãos de Sawyer, até porque Kate está
chamando a atenção de Roger em todo seu interesse por Ben e tentando
confortá-lo ao dizer que “tem um pressentimento de que ele vai ficar bem”. Impressionante como eles voltaram para estragar
a vida dos que ficaram na ilha.
Miles
deveria cumprir ordens e não fazer perguntas – mas um corpo gera dúvidas, e se
ninguém vai lhe dizer nada, então ele pode “conversar” com o cadáver… não que
isso lhe traga muitas respostas, porque, aparentemente, o homem foi mesmo morto
por um acidente causado pela obturação que atravessou a sua cabeça ou qualquer
coisa assim. São os primeiros sinais de
uma grande trama vindo à tona – afinal de contas, sempre soubemos do forte
eletromagnetismo da ilha. O episódio também traz uma dupla inusitada de Miles
com Hurley, que também está indo para a Orquídea para levar sanduíches de
almoço para os trabalhadores, já que ele está com um emprego na cozinha, e
Miles e Hurley FUNCIONAM PERFEITAMENTE JUNTOS. Hurley é sempre divertido e tem
os melhores comentários, e Miles tem uma vibe sombria e cheia de sarcasmo que
também me diverte.
O resultado é sensacional.
Uma das
maiores provas do quanto Miles e Hurley funcionam incrivelmente bem juntos é
quando eles começam a conversar sobre seus “poderes”, e o Hurley fala sobre
como seu poder “é muito melhor” que o de Miles, porque ele realmente conversa com fantasmas, às vezes até joga xadrez com
eles, e Miles só tem uma espécie de “sensação” que lhe dá informações sobre o
que a pessoa sabia, sentia e pensava até
o momento de sua morte. É incrível como Hurley sempre foi um personagem
extremamente carismático e continuamente nos arrancou risadas, mas, ao mesmo
tempo, trouxe alguns dos momentos mais emocionantes da série, e aqui não é
diferente… vemos Hurley escrever “O
Império Contra-Ataca”, com melhorias, para enviar para o George Lucas, por
exemplo, mas também o vemos confrontar Miles sobre o fato de ele estar fugindo
do pai.
As cenas de
Miles com Pierre Chang funcionam surpreendentemente bem – é uma desmistificação
interessante do personagem, que foi visto nas primeiras temporadas nos vídeos
de orientação da Iniciativa Dharma e parecia tão distante, e a quinta temporada
o humaniza. Adoro o Hurley provocando e fazendo Chang falar sobre o filho,
Miles, de 3 meses, e adoro o fato de o Miles ser convidado a perceber que essa
chance de estar perto do pai e o conhecer é algo único e que ele deveria
aproveitar… afinal de contas, ele não sabe bem o que foi que aconteceu. Ele
sempre acreditou que o pai o abandonara quando ele ainda era bebê, mas,
enquanto ele vê Pierre com o pequeno Miles no colo dentro de casa, parece que ele realmente ama o filho…
foi uma cena lindíssima, e as expressões de Miles com os olhos enchendo de
lágrimas…
Tocante!
Além disso,
também temos um outro momento maravilhoso que nos é proporcionado pela viagem no tempo: A CONSTRUÇÃO DA ESTAÇÃO
CISNE. É interessante pensar como a Estação Cisne sempre foi um símbolo muito
icônico de “Lost”. O mistério da
escotilha e as tentativas de abri-la guiaram uma parte do roteiro da primeira
temporada, e grande parte da segunda temporada foi exatamente sobre a Estação Cisne, Desmond e o botão que precisava
ser apertado a cada 108 minutos para “salvar o mundo”, e foi quando entramos no
universo da Iniciativa Dharma. Agora, estamos vendo a sua construção, ainda antes do acidente que vai exigir que o
botão seja apertado… e é muito interessante a reação de Hurley ao ouvir os
números e ver enquanto eles são gravados na porta da escotilha, contando ao Miles
sobre como “é aquela escotilha que faz o avião deles cair”.
Inclusive, uma introdução fascinante do que
vem pela frente.
Nos flashbacks, voltamos inicialmente à
infância de Miles – e o momento em que ele entrou em contato com seus poderes,
provavelmente pela primeira vez. Os flashbacks
cobrem uma boa parte da vida de Miles (embora não mostrem como e quando ele
saiu da ilha com a mãe), e trazem um pouco dos seus poderes, uma conversa com a
mãe sobre o pai, sobre quem ele não sabe
nada, bem como o momento em que ele foi abordado por Naomi com uma oferta
de 1,6 milhões de dólares para que ele fosse para a ilha e ajudasse a encontrar
uma pessoa… segundo ela, seus poderes poderiam ser úteis, já que essa pessoa
foi o responsável pela morte de tantas outras, com quem ele poderia
“conversar”. Acho que fazia tempo que flashbacks
não funcionavam tão bem em “Lost” quanto nesse episódio, mas talvez
tenha a ver com o fato de que eu gosto do Miles e amo a ilha em 1977.
De todo
modo, é um episódio e tanto!
E termina
com um gancho MARAVILHOSO, que é O RETORNO DE DANIEL FARADAY. Quando Miles está
do lado de fora da casa de Pierre Chang, o assistindo contar história para o
seu filho de três meses (tão fofa e carinhosa a maneira como ele beija o filho
antes de entregá-lo à esposa quando recebe uma ligação), ele é quem mais está
por perto para levar Pierre até o submarino que acabou de chegar, não trazendo
recrutas, dessa vez, mas um grupo de
cientistas – e, de dentro do submarino, sai o nosso querido Daniel Faraday,
com um sorriso no rosto e uma expressão talvez esperançosa? Por algum motivo, Daniel não estava mais na ilha após
os três anos depois de os clarões terem parado, mas certamente ele estava fazendo alguma coisa importante
fora da ilha, e “The Variable” deve
nos trazer respostas. Eu sempre adoro os
episódios do Daniel.
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