Smiley 1x06 – Un Grado de Separación

A torta de climão.

Uma dura realidade do mundo: todo mundo se conhece. Pode parecer interessante quando pensamos que “apenas algumas pessoas” nos separam, sei lá, da Ariana Grande, como o Ramón diz, mas certamente é muito menos interessante quando o cara com quem você está saindo é amigo do cara que está saindo com o cara de quem você gosta… bem, quem viu o episódio entende o que eu estou dizendo. “Un Grado de Separación” traz Bruno e Álex tentando fingir para si mesmos que não estão arrasados com o possível romance que nunca deu certo, enquanto tentam engatar um namoro com Ramón e Ibra, respectivamente, mas não importa o quanto eles digam, da boca pra fora, o quanto a pessoa com quem estão é “perfeita para eles”, porque tudo é ameaçado por um encontro.

Esse sexto episódio de “Smiley” também traz bastante das histórias secundárias da série. O namoro de 7 anos de Vero e Patri parece cada vez mais fadado a chegar ao fim – e, sinceramente, parece que essa é o único caminho correto… naturalmente, é muito mais fácil de se falar isso quando se está do lado de fora. Ambas já erraram continuamente uma com a outra, e parecem estar em um estágio no qual retomar o que um dia tiveram é quase impossível. Vero tomou decisões à sua maneira sem consultar Patri ou a empurrando para algo que ela não queria de fato, mas Patri também errou ao mentir para os pais e fazer aquele comentário totalmente desnecessário durante a ceia de Natal, e quando Vero vem correndo para casa para pedir desculpas e corrigir tudo, ela a encontra com outra.

Acho que é o fim para elas.

Enquanto elas estão possivelmente terminando algo, há quem esteja começando… depois de ter magoado Rosa profundamente contando que fora apaixonado por Juan e que eles se beijaram uma vez, Ramiro está tentando “consertar” as coisas dizendo que não queria magoá-la, mas Rosa não quer ouvi-lo… e, na verdade, Álex tampouco. Ramiro vai para o Bar Bero e fica esperando o fim do turno de Álex, na esperança de que eles possam conversar, mas Álex vai embora sem falar com ele. Toda a situação com Ramiro é complicadíssima, eu não sei se ele devia ter mencionado a história com Juan para Rosa agora, depois de tanto tempo, mas eu fiquei com pena dele; e fico muito feliz que ele e Javi tenham se encontrado, na verdade… o sorriso de Ramiro acordando ao seu lado me encheu de esperança.

Para encerrar as histórias paralelas do episódio, temos um pouco mais de Albert, que está se sentindo sobrecarregado com a ideia de que “está vivendo uma vida que não escolheu para si” ou qualquer coisa assim, como comentara em outra ocasião com Bruno… eu gosto bastante do Albert (fora que ele é muito lindo, minha nossa!), e acho que é fácil se identificar com a sua história, por isso foi angustiante ver a tensão crescendo dentro dele e tomando conta dele, até que aquela carta pesadíssima da filha o traga de volta para a realidade e para o que verdadeiramente importa. A carta da filha é dolorosa, mas eu fiquei cheio de orgulho ao ver o Albert jogar tudo para cima e voltar correndo para casa para abraçar os filhos e para dizer que os ama.

Mas a história central de “Un Grado de Separación”, como o título sugere, está no fato de que o mundo em que vivemos é um lugar muito pequeno. Bruno faz de tudo para escapar do Bar Bero quando Ramón o convida para entrar, mas então Ramón encontra um velho amigo na rua, que é ninguém menos do que o Ibra, e então os dois acabam entrando – e pense no climão lá dentro! Toda a sequência é absurdamente desconfortável, de maneira proposital, e, ao mesmo tempo, ironicamente engraçada, e rende alguns dos melhores momentos de “Smiley”, enquanto Bruno e Álex fazem um péssimo trabalho escondendo o que sentem um pelo outro, mas Ramón e Ibra parecem bastante alheios a tudo, porque não sabem da “história” que esses dois tiveram… ou quase tiveram.

A cena toda é excelente, com direito a beijos nos respectivos namorados apenas para provocar o outro, reações desconfortáveis às conversas de Ibra e Ramón sobre algo que nem tem nada a ver diretamente com eles, e aquele momento perfeito no qual Ibra e Ramón vão ao banheiro juntos e Álex e Bruno são deixados sozinhos por alguns minutos – a discussão provocativa deles parece quase um flashback de como tudo começou, lá no primeiro encontro caótico deles… a química que esses dois compartilham é muito difícil de explicar. Por isso, no fundo sabíamos que aquele beijo apaixonado e cheio de desejo era apenas a imaginação deles a respeito do que queriam fazer, mas também poderia estar acontecendo de verdade e não seria uma grande surpresa.

Essa série fica cada vez melhor. Estou com pena de me despedir.

 

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