Vale o Piloto? – The Last of Us 1x01 – When You’re Lost in the Darkness

“…look for the light”

QUE ESTREIA ELETRIZANTE! “The Last of Us” é uma franquia de sucesso que conta atualmente com quatro jogos, o primeiro deles tendo sido lançado em 2013, para PlayStation 3. O cenário pós-apocalíptico e desesperador, com a aparente boa trama do jogo era a oportunidade perfeita para uma adaptação – oportunidade essa que a HBO abraçou, entregando um primeiro episódio que está sendo elogiado graças à sua fidelidade ao jogo original, por fãs de longa data da franquia, mas que também tem empolgado pessoas que nunca jogaram “The Last of Us”, porque temos uma proposta interessante de uma distopia onde a Terra foi contaminada há 20 anos, e os humanos tentam sobreviver em zonas de quarentena que são controladas pelo governo como ditaduras.

O episódio, de quase uma hora e meia de duração, passa por três momentos diferentes da história da humanidade com essa infecção… e o primeiro deles é uma breve introdução, um prólogo, que acontece em 1968, em um programa de TV no qual dois epidemiologistas estão sendo entrevistados – e é uma introdução brilhante! Um deles fala sobre a perspectiva de uma pandemia global que poderia matar milhões de pessoas, mas da qual sairíamos vencedores, no fim, um aceno inteligente para a Covid-19; o segundo deles, no entanto, fala sobre uma infecção que dizimaria a humanidade, contra a qual não teríamos nenhuma chance de vitória, e ela não seria causada por um vírus nem por uma bactéria, mas por um fungo, controlando seu hospedeiro e o devorando de dentro para fora.

Depois, então, partimos para 2003, onde conhecemos Joel e sua filha adolescente, Sarah – particularmente, essa é a minha parte FAVORITA do episódio. Gostei tanto de Sarah que lamento muito que não a tenhamos como regular na série (nunca joguei “The Last of Us”, então é tudo uma surpresa para mim, e prefiro que seja assim), e toda a tensão daquela sequência rende excelentes momentos… vemos Sarah em um “dia normal” de sua vida, mas coisas estranhas estão discretamente acontecendo, como a maneira como um colega de escola mexe a mão inquietamente, ou como a esposa do relojoeiro a “expulsa” de lá e a manda para casa, dizendo que eles vão fechar mais cedo naquele dia. Isso cria uma atmosfera de suspense excelente que culmina na ação.

Toda a sequência de ação na madrugada, quando várias pessoas “infectadas” estão atacando (há um quê de histórias de zumbis, como “The Walking Dead” ou “Resident Evil”, embora eles sejam bastante rápidos e, consequentemente, assustadores) rende um dos momentos mais interessantes de “When You’re Lost in the Darkness”, porque é uma ação que te deixa vidrado e angustiado, e me passa uma sensação gostosa de videogame, mesmo que eu nunca tenha jogado “The Last of Us” – essa é a sequência necessária nesse primeiro episódio para que entendamos, junto com as informações que ganhamos dos epidemiologistas de 1968, o que está acontecendo e qual é a extensão do perigo dessas “coisas” nas quais as pessoas se transformaram depois de serem “tomadas”.

A parte do episódio dedicada a 2003 termina com a morte de Sarah – impressionante como o episódio conseguiu fazer com que NOS IMPORTÁSSEMOS tanto com ela, mesmo com poucos minutos de episódio… esse também é um momento decisivo para Joel, o protagonista de “The Last of Us”, já que tínhamos acompanhado a sua relação com a filha, e parecia ser uma relação muito bonita (eu adorei a maneira como ela o tratava, como tentou alegrá-lo no aniversário, tudo foi bastante intenso e verdadeiro), e agora ele a vê morrer nos seus braços depois de levar um tiro de um soldado assustado que tinha ordens para matar todos à sua frente, estando eles “infectados” ou não. O terror e o medo certamente fizeram com que as pessoas passassem por momentos assustadores naquele tempo.

Vinte anos depois do outbreak, encontramos Joel morando em Boston, em um lugar controlado pela FEDRA, usando habilidades de contrabandista para tentar conseguir uma bateria de carro para deixar a zona de quarentena, mesmo que não tenha autorização para isso (!), e poder buscar o irmão, Tommy, com quem não tem contato há algumas semanas, pelo menos… a busca pela bateria leva Joel e Tess, sua companheira, até as instalações de um grupo rebelde que tem uma missão para Joel: ele precisa escoltar uma adolescente até Massachusetts, porque ela parece ser mais importante do que todos – a julgar pela trama do episódio e a “revelação” final, Ellie está “infectada”, mas ela não responde ao fungo como os demais, que se “transformam” naquelas coisas.

Ela pode ser a resposta para uma cura?

De todo modo, talvez Joel precise de uma missão… e proteger Ellie talvez lhe dê a oportunidade de fazer o que não conseguiu fazer por Sarah. Além disso, ele recebe de Marlene a promessa de que, se levar Ellie em segurança até o seu destino, ela lhe dará um carro completo com o qual ele pode ir atrás de Tommy, então ele resolve aceitar o caso. Acredito que teremos uma interação bacana entre Joel e Ellie, e mal posso esperar para ver como isso se desenvolve, e se eles se comportarão, eventualmente, como pai e filha – acredito que, apesar das turbulências e dentro do possível, sim. Agora, “The Last of Us” promete entregar uma jornada longa e interessante através de um cenário pós-apocalíptico destruído e repleto dos mais variados perigos.

Estreia promissora!

 

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