609 Bedtime Story – Episode 5: The Relativity of Parallel World
Mum e o espaço-tempo.
Acho “609 Bedtime Story” bem fofo e gosto
muito de acompanhar esses personagens, mas sinto que a história demora um pouco para andar, talvez
porque eles estejam brincando com temáticas da ficção científica e queiram
“deixar tudo bem explicadinho” para quem é fã de BL, mas não necessariamente
familiarizado com sci-fi – assim, ganhamos um episódio como “The Relativity of Parallel World” que
pode parecer um episódio com respostas, mas só se você for daquelas pessoas que
gostam de tudo mastigadinho e
excessivamente didático, porque a verdade é que o episódio não traz nenhuma grande novidade sobre os universos
paralelos e/ou a teoria da relatividade: todas são informações já disponíveis
nos episódios anteriores através das situações e diálogos.
Sempre fui
muito fã de ficção científica (acho
que já comentei por aqui, inclusive, que minha pesquisa de mestrado foi sobre o
gênero, portanto tenho uma dissertação escrita sobre isso e, caso te interesse,
é só buscar pelo título no Google que é o primeiro resultado apresentado: “A ficção científica como escrita de poder
ideológico: leituras a partir de O Homem do Castelo Alto, de Philip K. Dick”),
o que quer dizer que eu amo o tema e estou familiarizado
com ele. Além disso, fui “treinado” por “Lost”,
que foi uma das primeiras séries que eu acompanhei fielmente, e embora “Lost” traga (ao contrário do que muita
gente pensa) todas as respostas importantes de seus mistérios, elas estão
diluídas ao longo dos episódios e diálogos, sem que a série “pare para explicar
tudo”.
Dito isso,
eu reforço: “609 Bedtime Story” é bem
gostosa de se assistir – e estou curioso para ver o desenvolvimento. Ainda que
não sinta que o episódio tenha feito grandes avanços, “The Relativity of Parallel World” foi legal porque os personagens
fazem com que ele o seja. Pouco vimos de Dew no Mundo de Mum, mas descobrimos
algumas diferenças básicas e importantes que o diferenciam do Dew do outro
mundo: o fato de que, ao invés de ir trabalhar na empresa do pai, ele levou
adiante a ideia de sua marca, mas agora precisa fazer com que a sua própria
loja prospere, para não ter o mesmo destino do outro Dew. Além disso, Mint
insiste pela 15489ª vez que Dew aceite namorar com ela ou, então, que “prometa
ficar solteiro para sempre” (?), o que eu achei um absurdo.
Alguém
precisa dar um toque em Mint, sério.
Vidrado nas
suas experiências com Dew em um “universo paralelo”, Mum vai em busca de mais informações a respeito disso, e
acaba ouvindo palestras na internet e desenhando equações, enquanto quase se
transforma no meme da Nazaré Confusa. Toda a sequência, na qual Mum estava
muito fofo, oficializa as informações previamente adaptadas, como o fato de estarmos
lidando com uma outra realidade, e o tempo, de certa maneira, correr em
direções opostas nos dois universos – como já mencionei, os encontros de Mum e
Dew lembram os do Doctor e da River Song, em “Doctor Who”. E, por isso, ainda não vimos a primeira vez que Dew
viu o Mum, porque pode ser a última vez
que Mum viu o Dew e, consequentemente, isso traria informações demais.
E é
necessário manter o mistério.
A próxima
visita de Mum ao Mundo de Dew, no entanto, traz algumas respostas. Primeiro,
Mum começa a teorizar a respeito do porquê de ele não ter morrido quando caiu
do prédio da outra vez, e quando achamos que ele vai ter uma teoria realmente
sensata, ele diz a Dew que acha que, naquele universo, “ele é imortal” – mas
está tudo bem, porque isso rende uma das cenas mais fofas do Mum, se sentindo o agente secreto e lutador de artes
marciais, fazendo estripulias adoráveis pelo quarto, até que Dew o detenha
finalmente, antes que ele decida pular do
alto do prédio de novo ou qualquer coisa assim… porque, na verdade, Dew
sabe mais ou menos o motivo de ele não ter morrido: ele deve ter caído do prédio justo na hora que ele tinha que voltar
para o seu universo.
Ao que tudo
indica, a passagem entre as duas realidades fica aberta num momento em que “o
hoje e o amanhã se conectam”, entre a meia-noite e a 1:05 da manhã – e,
exatamente à 1:05 da manhã, Mum sempre volta para o seu próprio universo… Dew
sabe disso: ele o viu desaparecer várias vezes antes. Mum fica particularmente
intrigado com a ideia de ser 1:05 e não 1:00, e se pergunta o motivo desses cinco minutos extras
(estou curioso para uma resposta a esse respeito, confesso), mas Dew não parece
pensar muito a respeito disso, até porque são cinco minutos a mais que ele tem
com Mum… mais cinco minutos que ele passa ao seu lado antes de precisar “voltar
para o mundo real”. Até porque a vida
real de Dew, nesse outro universo, não é das mais felizes.
Na verdade,
a vida de ambos está mais feliz naqueles
minutos da madrugada, quando eles podem estar juntos… e Mum e Dew compartilham
alguns momentos bem fofos nesse episódio, como quando estão dividindo uma
refeição e recriam a cena clássica de “A
Dama e o Vagabundo”, com um beijinho, ou a despedida dos dois com Dew
sabendo que Mum está prestes a
desaparecer novamente, que faz com que Mum acorde na sua própria cama com
uma ereção… como tudo isso ainda é muito
novo para Mum, ele quer se convencer de que não está apaixonado por esse garoto, mas seu corpo, sua mente e seu
coração não mentem: ele não para de
pensar nele, ele reage ao seu toque, seu coração dispara quando eles estão
juntos… ele está, sim, apaixonado.
E quanto
antes se entregar a esse sentimento, melhor.
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