Grease: Rise of the Pink Ladies 1x07 – Cruisin’ for Bruisin’

Mudança de perspectiva.

Bastante desconcertante. Como estamos habituados a acompanhar “Grease: Rise of the Pink Ladies” do ponto de vista justamente das Pink Ladies, “Cruisin’ for Bruisin’” nos pega desprevenidos ao entregar o protagonismo aos garotos da série: os T-Birds, de um lado, e Buddy Aldridge de outro – e, de alguma maneira, isso não parece certo. Não chega a ser um episódio ruim (até porque eu amo a série, o seu visual, as suas músicas e coreografias…), mas realmente ficamos com a sensação de que está faltando alguma coisa quando as garotas não estão em destaque. Ainda assim, “Cruisin’ for Bruisin’”, embora não avance tanto na história da série, pode ser considerado um episódio importante pela maneira como conferiu algum background a alguns personagens secundários.

Se Richie é o T-Bird que sempre conhecemos melhor (e é ele quem está liderando a fuga da escola para um dia no cassino!), esse episódio mostrou que os outros três T-Birds também têm suas próprias histórias e preocupações que os movimentam, e eu comecei a gostar muito mais deles do que eu gostava inicialmente, é verdade. Inusitadamente, como se escancarasse que um episódio centrado nos garotos não conseguiria empurrar a trama adiante, a escolha de “Crusin’ for Bruisin’” é se passar ao mesmo tempo que o episódio anterior – apenas sob um novo ponto de vista… e como eu já comentei em reviews de “How I Met Your Mother” e “Turma da Mônica: A Série”, ou até mesmo “Hamilton” (com “Helpless” e “Satisfied”), esse é um tipo de narrativa do qual eu gosto bastante.

Os T-Birds saem em uma aventura e começam a curtir um dia de drogas e jogos em um cassino com “High Rollin’”, uma música liderada por Richie e que funciona incrivelmente bem… tem tudo a ver com a vibe dos anos 1950, que “Teen Beach Movie”, inclusive, também homenageou ao trazer uma série de referências a “Grease” ao contar a sua história. Mas Richie está completamente descontrolado, essa é a verdade… apaixonado, frustrado e sabendo que estragou tudo, ele está tentando lidar com os próprios sentimentos, enchendo a cara e não sabendo a hora de parar, movido por uma irresponsabilidade que, surpreendentemente, não encontra correspondente em seus colegas – é interessante ver como eles, diferente de Richie, parecem mais pé no chão.

Mas eles também são bons amigos. Ainda que o Richie seja um babaca e ainda que eventualmente eles acabem brigando no estacionamento, eles estão lá por ele depois de “Hit Me Again”, quando “Richie conseguiu colocar tudo para fora” e volta a si. É quase cômica, mas também um tanto bonita, a cena dos quatro T-Birds sentados um do lado do outro, falando de seus traumas, medos e dores, tentando fingir que não estão chorando, mas todos eles conscientes de como estão expostos… curiosamente, eles formam um bom grupo que, à sua maneira, consegue se proteger e se fortalecer, e eles mostram isso de maneira muito evidente durante aquela sequência – e depois também, é claro, quando conseguem recuperar o carro rebocado.

Em paralelo, Buddy também precisa enfrentar uma série de coisas depois de ter sido “eleito” Presidente em Rydell High novamente. Ele já tinha se conformado com a ideia de que tinha perdido a eleição, mas também aceitou a possibilidade de ter havido um erro de contagem que, por fim, lhe dá a vitória, mas quando ele não pode mais negar que existe o dedo do seu pai naquele resultado, é como se o seu mundo desmoronasse… porque o pai sempre esteve nos bastidores, mexendo pauzinhos para que ele entrasse no time de futebol, vencesse as eleições, tirasse boas notas – agora, Buddy se sente um fracasso e uma mentira. “Pulling Strings”, sua música durante a peça, é bastante forte, e um momento bonito no qual ele coloca sua angústia para fora…

E entendemos por que ele saiu do palco durante o curtain call.

Foi um episódio inusitado. Diferente do esperado, embora não seja o meu favorito, devo dizer que ele trouxe boas músicas e boas sequências musicais, e mesmo sem ter certeza de que focar inteiramente nos T-Birds e em Buddy durante um episódio inteiro seja a melhor estratégia para isso, “Cruisin’ for Bruisin’” entregou contexto e construiu profundidade em alguns personagens que, até então, víamos apenas como secundários, sem suas próprias histórias – mas todo mundo tem suas histórias, não?! Agora, no entanto, é hora de devolver o protagonismo às Pink Ladies. Queremos saber como a amizade delas vai continuar depois da injusta “derrota” nas eleições, e como elas vão continuar fazendo a diferença em Rydell High, estejam elas na presidência da escola ou não.

 

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