Malhação 2008 – Rita tenta conversar com Angelina
O grupo de apoio para Angelina!
TUDO
ACONTECE PARA A ANGELINA DE UMA VEZ. Não, não basta tudo o que já aconteceu a
essa menina e a recente gravidez na
adolescência, agora ela ainda tem que lidar com o retorno de sua mãe
biológica, Rita de Cássia. Para Angelina, Rita de Cássia é só “a mulher que a
abandonou quando ela nasceu”, mas Rita só quer a oportunidade de conversar com
ela, de explicar como foram as coisas e, quem sabe, a chance de poder construir
uma relação com ela agora… Angelina está no limite e não está preparada para
isso (ela faz uma defensa linda à Conceição e ao direito que ela conquistou de
ser chamada de “mãe”), mas agora ela precisa aprender a ver as coisas sob
outras perspectivas – afinal de contas, você não pode julgar todo mundo pela
sua ótica e pela sua verdade. E isso é algo que Angelina finalmente está conseguindo enxergar.
Aos poucos,
mas está indo.
Eu acho que
a rejeição inicial é natural. Angelina nunca soube nada de Rita de Cássia: tudo
o que ela sabe é que ela a deu para adoção. Assim, Rita vai à escola para
conversar com a filha, e embora Angelina inicialmente não queira conversar com
ela, ela acaba dando a Rita aquilo que ela está pedindo: uma única conversa. E, então, Rita de Cássia conta a sua história,
fala sobre como ela era muito pobre, como não tinha condições de ter um bebê,
mas como isso nem foi o pior agravante, porque ela ainda tinha o Félix que a
estava perseguindo e ameaçando, dizendo que “ia acabar com as duas”. Por isso,
Rita de Cássia vivia com medo e teve uma gravidez muito difícil, mas, nesse
momento, Angelina ainda não está realmente disposta
a ouvi-la. Ela ouve Rita de Cássia, mas imediatamente julgando cada uma de suas
falas, porque ainda não as entende.
Então,
Angelina pergunta o que ela quer.
Pergunta se ela quer que ela pule no seu colo e a chame de “mamãe”, mas Rita só quer uma chance – e ela merece essa
chance; ela não é a vilã, como Angelina pensa. Ela não é o Félix. Angelina é dura, diz que não entende “como
alguém pode deixar o filho que saiu de dentro de si”, e embora Rita diga que
“não é tão simples assim” (porque não é!), Angelina ainda precisa ver com os próprios olhos. Rita de Cássia é
maravilhosa em suas falas, e ela diz que, na época, acreditou que estava
fazendo o que era melhor para ela, e agora ela não é a mesma que era há tantos
anos, e podemos sentir o quanto ela está sendo sincera, o quanto ela quer essa
chance de se aproximar de Angelina – e a verdade é que Angelina está em um
momento muito difícil da sua vida, e ela vai precisar desse apoio. Quando ela aceitar recebê-lo.
O que me
incomoda um pouco é que, mesmo com pressão externa, Angelina foi morar com o Félix quando descobriu que
ele era seu pai biológico, né? Mas enfim… Angelina termina a conversa
dizendo a Rita de Cássia que elas não são nada (nem amigas, nem conhecidas,
muito menos mãe e filha), e vai embora, e eu acho que Angelina foi injusta, no
fim das contas. Antes de ir embora do colégio, Rita de Cássia acaba conhecendo
Montanhas (“Maria das Montanhas. Eu sou a
segunda mãe adotiva da Angelina”), e a conversa das duas é MUITO BONITA.
Porque Rita conta novamente sua história, fala das ameaças do Félix, do medo
que sentiu, fala de como a entregou para protegê-la e como não tinha condições de criá-la, e Montanhas se emociona e a
entende, até porque, para a Montanhas, é um pouco mais fácil. E, agora, Rita de
Cássia ganha o seu apoio.
O que,
eventualmente, vai ser muito importante!
Rita está ali para reencontrar sua filha e
recuperar o tempo perdido.
As coisas
começam a mudar na cabeça de Angelina quando ela aceita ir a um grupo de apoio para adolescentes grávidas
que a Montanhas indica. Lá, ela conhece Leila, por exemplo, uma garota que está decidida a entregar o filho para a
adoção quando nascer – inclusive, ela já até sabe para quem vai doar. Aqui,
“Malhação” faz toda uma discussão
pertinente sobre como talvez isso seja o
melhor para o bebê… é melhor estar com uma família que o queira e que
esteja preparada para recebê-lo do que com pais adolescentes que não o querem
ou não sabem o que fazer, ou não têm condições de criá-lo… são muitas situações
possíveis, e por isso não podemos sair julgando as pessoas. Bruno até fala com
Angelina sobre como os dois são adotados
e os dois amam as suas respectivas famílias, não iam querer ter tido outra. Angelina não preferia ter crescido com Rita
do que com Conceição.
Montanhas
também ajuda Angelina a, aos poucos, entender isso, e eu gostei MUITO do que
ela falou, sobre como “cada um tem a sua verdade, por isso não temos que
julgar, mas compreender”. Entregar para a adoção não é o fim do mundo e nem
sempre é um abandono: às vezes é uma
demonstração de amor. Mesmo assim, aos poucos começando a ver essas
histórias das garotas do grupo de apoio, Angelina ainda não quer dar uma chance a Rita de Cássia… e tudo bem. Isso é
algo que virá com o tempo. Angelina, agora, está lidando com as suas próprias
dúvidas e angústias, e ainda tem que mediar discussões entre suas duas novas amigas
grávidas: Leila, a garota que está decidida a entregar o seu filho a uma
família que vai amá-lo e cuidá-lo, e Lurdinha, a garota que, apesar da gravidez
inesperada, quer cuidar do seu bebê e criá-lo.
E, agora,
Angelina terá que ver a história de Rita se repetir.
Na frente dos seus olhos, com a sua
participação… e talvez seja a hora de rever seus conceitos.
E preconceitos.
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