Merlin 2x07 – The Witchfinder

Caçador de bruxas.

Um dos episódios MAIS DESESPERADORES dessa segunda temporada de “Merlin” – e um salto em termos narrativos, se pensamos que o episódio anterior estava lidando com uma noiva troll para o Rei Uther. “The Witchfinder”, como o nome sugere, traz a Camelot um caçador de bruxas, depois de Merlin cometer um deslize bobo que coloca seu segredo em xeque: uma mulher vê uma fumaça enfeitiçada por ele ganhar vida na forma de um cavalo, e ela parte imediatamente para fazer uma denúncia ao rei e dizer que a magia voltou a Camelot. Desesperado para acabar com qualquer vestígio de magia no reino há anos, Uther chama Aredian, um antigo conhecido e implacável caçador de bruxas que não vai medir esforços até que qualquer sinal de magia tenha sido expurgado.

“The Witchfinder” é um episódio cheio de acontecimentos e com a narrativa acelerada – talvez ideal para um episódio extremamente dramático em duas partes, mas não foi a escolha da série. A chegada de Aredian deixa todos apreensivos, especialmente Merlin, que sabe de sua própria culpa, e de Gaius, que talvez tenha uma rixa antiga com Aredian, da última vez em que ele estivera em Camelot. De todo modo, Aredian está de olho em ambos e não tarda em acusar Merlin de feitiçaria, já que ele estava presente no dia em que a mulher vira a fumaça ganhar forma e vida, e, como Merlin mesmo diz, não tem como provar que não foi ele quem fez aquilo com a fumaça… então, Merlin é formalmente acusado na frente de todo mundo, e como ele pode escapar?

Toda a cena da casa de Gaius e Merlin sendo revistada é REVOLTANTE. Existe, ali, uma crueldade e um desprezo que movem os caçadores a revirarem brutalmente a casa e destruírem tudo o que veem pela frente, até que um bracelete suspeito, que curiosamente não pertence nem a Merlin nem a Gaius (!), é encontrado na casa… seria o suficiente para condenar Merlin, mas Gaius assume a culpa e pede que ele não faça nada para tentar salvar a sua vida: é arriscado demais e ele pode se denunciar se tentar. Mas, naturalmente, Merlin não ficaria sentado assistindo enquanto tamanha injustiça é cometida, mesmo que Gaius o tenha advertido a não fazer nada, e que o Grande Dragão diga que não se importa com Gaius porque ele não significa nada para ele.

Aredian é uma pessoa desprezível. Ele traz uma série de testemunhas para falar sobre outras visões além da fumaça, coisas que nunca foram feitas por Merlin, e tortura Gaius com a autorização de Uther (!) em busca de uma confissão, que ele não está disposto a dar porque, na verdade, não é culpado… eventualmente, no entanto, Gaius percebe que ele precisa confessar ser um feiticeiro e se entregar para a morte na fogueira se quiser proteger pessoas que ama, como o Merlin e a própria Lady Morgana. Afinal de contas, Aredian está tão interessado em conseguir culpados e uma confissão a qualquer custo que ele ameaça levar Merlin e Morgana com Gaius, a não ser que ele confesse e poupe os dois… e é exatamente o que Gaius faz perante o rei.

O Príncipe Arthur tem uma participação reduzida nesse episódio, mas, ainda assim, vale a pena comentá-la, porque podemos ver certo amadurecimento no personagem, que às vezes parece meio perdido com as novas tramas. No início da série, Arthur teria desconfiado de Gaius e de Merlin, mas não é o caso aqui, como não tem sido há alguns episódios, como quando Merlin foi acusado pela noiva troll de Uther de ter roubado algo que lhe pertencia e Arthur o ajudou a escapar, sem duvidar de sua índole… dessa vez, quando Merlin se volta contra Aredian na Sala do Trono, o chamando de mentiroso, Arthur o tira de lá antes que alguma coisa de ruim aconteça, e o leva para visitar Gaius, quebrando uma regra, porque ele não tinha autorização para isso.

E é essa visita que permite que as coisas comecem a se ajeitar… afinal de contas, Merlin sabe que não foi o responsável pelas outras coisas que as testemunhas de Aredian estão dizendo ter visto, e agora ele também sabe que o bracelete encontrado em casa não pertencia a Gaius: então, Aredian armou contra eles, em sua busca por conseguir um culpado – não importa se a pessoa é inocente ou não, tudo o que Aredian quer é que alguém seja preso para que ele possa receber o seu pagamento… ele só precisa encontrar uma maneira de provar isso, e precisa o fazer o mais rápido possível, porque a execução de Gaius na fogueira está marcada para a manhã seguinte. Assim, vemos Merlin recrutar a ajuda de Gwen e correr contra o tempo para salvar a vida de Gaius.

Uma sequência muito boa, por sinal. Merlin e Gwen conseguem descobrir que Aredian “fabricou” as visões das testemunhas com alucinógenos propositalmente administrados, mas embora tenham uma testemunha como prova, eles precisam de algo mais concreto… algo que seja realmente irrefutável, para não caírem em uma cilada de a palavra de Aredian contra a palavra de Merlin – até porque sabemos em quem o Rei Uther acreditaria em uma situação como essa. Então, Gwen fica responsável de falar com Arthur e atrasar a execução de Gaius o máximo que puder (não há muito que ele possa fazer, mas Gwen tem certeza de que existe um bom coração dentro do príncipe), enquanto Merlin lida com provas, reais ou não, contra Aredian.

E posso dizer? MERLIN ARRASOU!

Suspendendo temporariamente a execução, Merlin consegue falar com Uther e lhe contar o que descobriu, e faz o jogo virar contra Aredian da maneira mais irônica possível: quando se sugere que os aposentos dele sejam revistados, Aredian diz que “não tem nada a esconder”, me uma virada perfeita do que aconteceu no início do episódio, quando a casa de Merlin foi revistada. E assim como havia uma prova plantada contra Merlin ou Gaius na casa do médico, agora existem várias provas plantadas contra Aredian em seus aposentos… e Merlin em parte se diverte assistindo à sua derrocada, com direito a um pequeno exagero quando ele o faz vomitar um sapo, mas é SENSACIONAL. Aredian realmente mereceu aquilo, e foi ótimo vê-lo pagar por tudo o que fizera.

Não só dessa vez, mas em todas as outras.

Por ora, o segredo de Merlin está à salvo… mas por quanto tempo? Afinal de contas, Uther nunca acredita em nada do que Gaius lhe diz e quando alguém aparecer com algum plano similar, talvez eles não tenham tanta sorte de escapar com vida como escaparam dessa vez. De todo modo, o episódio traz uma sequência MARAVILHOSA no final, quando Uther vai pessoalmente até a casa de Gaius e, depois de um pouco de rodeio, pede desculpas “por tudo o que ele sofreu nas mãos de Aredian”. FELIZMENTE, Gaius responde à altura e diz umas verdades ao rei, dizendo que ele não sofreu “nas mãos de Aredian”, mas nas mãos dele, porque Aredian estava trabalhando sob as suas ordens. Foi ótimo ver Gaius colocar para fora o que eu nunca achei que ele diria.

Ele acabou com o Uther, e isso valeu muito a pena!

 

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