[Season Finale] Up Here (Amor nas Alturas) 1x08 – Y2K

“Can I ever know you?”

Embora divertida e com um quê carismática, “Up Here” não é tudo o que eu esperava que ela fosse, e não chega a se destacar de verdade nem como uma série de comédia inspirada ou engraçadíssima, nem como um musical com trilha sonora marcante que eu vou querer ficar ouvindo sem parar ao terminar de assistir à temporada. De todo modo, “Up Here” entregou uma temporada consistente, com uma ideia e uma ambientação bacanas, e a possibilidade de uma segunda temporada – que eu não sei se vai chegar a acontecer e, se acontecer, se eu vou chegar a assistir. “Y2K”, o último episódio dessa temporada de “Up Here”, traz algumas cenas bonitas de Lindsay e Miguel, enquanto eles finalmente conseguem trilhar o caminho que os leva de volta um ao outro.

As coisas desandaram de maneira séria no episódio anterior. Enquanto Lindsay estava realmente resolvendo assuntos pendentes do seu passado que era importante que fossem esclarecidos para que ela pudesse virar a página e seguir em frente (ela visitou Ned, conversou com ele sobre o porquê de ter terminado tudo seis dias antes do casamento e falou sobre como estava se sentindo melhor agora, sendo ela mesma em Nova York), Miguel estava surtando por causa do que descobrira a respeito de Lindsay e o fato de ela não ter contado nada, e isso não justifica o fato de ele estar beijando a sua ex-namorada em uma festa (!), quando Lindsay chega… agora, Lindsay está procurando um novo lugar para ficar, onde também pode se dedicar à sua carreira.

Separados, Lindsay e Miguel cantam uma divertida música natalina nada convencional – “A Christmas Prayer”. Gosto muito de como esse último episódio é, em grande parte, sobre a Lindsay focando novamente em sua carreira, e sabendo exatamente o que ela quer. A sua história sobre a lula que acha que é um esquilo ou do esquilo que acha que é uma lula e que, no fim, não é nem uma coisa nem outra tem muito a ver com ela mesma – e confesso que fiquei bem curioso para ler seu livro na íntegra. Uma vez pronto, Lindsay sabe que aquilo é o que ela queria escrever, embora existam pessoas que tentem “mudar sua protagonista” para que ela se torne “mais atraente” para o público ou qualquer coisa assim. Mas é isso o que Lindsay quer para a Squid?

O livro de Lindsay é algo que une os protagonistas novamente – de uma maneira muito bonita, por sinal. Quando eles se encontram novamente, Lindsay entrega para ele uma cópia para que ele leia, e ele se envolve tanto com o livro e, consequentemente, com Lindsay, que ele se dá conta do que realmente importa, do que ele ama e do que ele quer para a sua vida: e não é ser um banqueiro. Assim, ele abre mão do emprego que não o faz feliz de todo modo, e devolve o manuscrito para Lindsay com alguns comentários sensíveis sobre como ele acha que está perfeito e sobre como ele não sabe o que as pessoas envolvidas na possível publicação do livro querem que ela mude, mas ele não acha que nada deve ser mudado… ela gosta da protagonista do jeito que ela é.

Além disso, Miguel também adiciona ilustrações ao livro de Lindsay – algo que nós sabíamos que ele tinha feito, mas que Lindsay demora para perceber. E EU ACHO ISSO TÃO INCRÍVEL, E TÃO CHEIO DE CAMADAS. Em primeiro lugar, temos o fato de que o primeiro possível ilustrador do livro de Lindsay queria fazer uma protagonista completamente diferente da que ela tinha imaginado, e agora ela tem alguém que pode desenhar o livro como ela imaginou e, além disso, Miguel pode voltar a fazer algo que ele gosta de fazer: afinal de contas, antes de se tornar um banqueiro, ele trabalhava desenhando artes conceituais para videogame, e ele é ótimo nisso. Além disso, os desenhos de Miguel para a história de Lindsay mostram para ela que ele entende o livro, entende sua visão…

…a entende.

É surpreendente emocionante a cena de Lindsay virando as páginas e vendo os esboços da sua personagem da maneira mais perfeita possível – e Miguel ainda encontra uma maneira de “deixar um recado” para ela. Se Squid the Squirrel é uma alegoria para a própria Lindsay, talvez ele possa ser Dog the Frog? Enquanto Lindsay fica feliz com o livro que escreveu e com alguém que realmente a vê da maneira correta, Miguel se liberta das suas próprias amarras, e temos uma conversa particularmente emocionante de Miguel com o pai, depois de ele perder o emprego e estar bem com isso… mas ele não está bem com perder Lindsay. Então, ao mesmo tempo, os dois correm um em direção ao outro, como naqueles grandes gestos de comédia romântica.

“Can I Ever Know You?” é a minha música favorita de “Up Here”. Não só porque é a música de abertura, também, então já temos certa familiaridade com ela, mas porque Miguel e Lindsay estavam realmente INCRÍVEIS durante a música, e nós estávamos torcendo pelos personagens. Além disso, a música usa um recurso muito comum do teatro musical (me lembrou “Man Up” no fim do primeiro ato de “The Book of Mormon”, por exemplo), que é trazer de volta trechos e melodias de outras músicas, incorporadas à nova canção, e as vozes das cabeças de Lindsay e Miguel, todas que conhecemos ao longo da temporada, estão trazendo de volta trechos de músicas como “To Really Know Someone”, “Tiger Shark”, “You Don’t Belong”, “You Gotta Be You” e “It’s a Sign”.

Musicalmente? Funciona perfeitamente. Romanticamente? OS DOIS ESTÃO INCRÍVEIS. É um final feliz para um romance cheio de altos e baixos que finalmente encontra uma maneira de funcionar… não que a felicidade plena possa durar mais do que alguns poucos segundos, é claro, porque o beijo apaixonado de Lindsay e Miguel é seguido por um diálogo que parece indicar uma coisa: talvez Lindsay esteja grávida. O susto dos dois e os desesperos das vozes ao redor deles surtando é uma excelente maneira de terminar a temporada. Como disse, não sei se “Up Here” chega a ser renovada para uma segunda temporada, mas, se for, a ideia de Lindsay e Miguel tendo um filho certamente é algo que pode render bons momentos… afinal, os surtos continuam!

 

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