Severance (Ruptura) 1x05 – The Grim Barbarity of Optics and Design

Quantos são os departamentos da Lumos?

Talvez um dos mais intrigantes episódios de “Severance” até aqui, “The Grim Barbarity of Optics and Design” é uma proposta interessante de expansão do universo da série – basicamente, a Lumos –, e nos perguntamos o que isso pode significar. Ao mesmo tempo em que parece que a Sra. Cobel está perdendo o controle da equipe liderada por Mark, e uma espécie de “revolução” pode estar começando a nascer, também parece que ela está deixando que eles fiquem mais “livres”, para ver o que acontece, o que me faz pensar, em parte, que tudo não passa de algum tipo sádico de experimento… gosto do tom de mistério de “Severance”, gosto de ter teorias, mas, no fundo, não imaginar o que está acontecendo de fato, e aguardo surpresas interessantes para o restante da temporada.

Depois de fazer de tudo para escapar do trabalho na Lumos e de ouvir da sua própria Externa que “ela não era uma pessoa e, portanto, não tomava decisões”, Helly R. tentou se matar no elevador no fim do seu expediente – mas, como imaginamos, ela não morreu. Não conhecer nada a respeito da Externa de Helly é uma das coisas mais intrigantes de “Severance” para mim, porque essa insistência em manter sua Interna lá, por mais evidente que seja que ela está sofrendo, me faz pensar que a) ela é uma pessoa muito ruim; ou b) ela é uma das chefes da Lumos. Possivelmente ambos. Só posso imaginar o desespero da Helly Interna despertando novamente no elevador para “mais um dia de trabalho” depois de tudo o que aconteceu a ela recentemente.

E isso segue afetando Mark de alguma maneira… como comentei em outras reviews, acho que ainda teremos um Mark se revoltando contra a Lumos, e esse episódio traz indícios disso novamente. Tudo começou com o “sumiço” de Petey, e agora Mark está lendo o livro do cunhado, que tem umas passagens interessantes e que parecem ter sido escritas diretamente para ele de alguma maneira – ou diretamente para qualquer um que tenha feito a ruptura. E, do lado de fora, nos poucos minutos que passamos com o Mark Externo, o vemos visitar a irmã que está prestes a dar à luz, o vemos ser questionado pelo cunhado sobre o livro que essa versão dele nunca recebeu, e o vemos confessar à irmã que ele está desconfiado de que a Lumos faz alguma coisa errada.

O Mark Interno, por sua vez, está se transformando aos poucos. Encontrar Helly quase morta no elevador mexeu muito com ele (perversa a maneira como ele é colocado dentro do elevador e faz a transição para o Mark Externo e simplesmente não se lembra de nada até o dia seguinte), e existe algum tipo de sentimento bom dentro dele, porque ele tenta “livrar” a Helly da sua vigia constante que agora está parada ao seu lado o tempo todo no escritório. Toda a situação de Helly é DESESPERADORA, e embora não haja muito que Mark possa fazer, foi legal vê-lo tentar distraí-la a levando para um passeio não muito calmante por aqueles corredores medonhos da Lumos, que inusitadamente os faz descobrir um novo setor – onde, aparentemente, cabras são criadas.

Ainda não sabemos o que isso significa.

Também vemos mais de Irving, que volta a ver aquela gosma preta que nos remete à sequência de abertura e me faz pensar que é alguma manifestação visual de como o cérebro está se deteriorando – há quanto tempo Irving fez a ruptura? Sentindo-se mal, tudo em que Irving consegue pensar é em ir ver o Burt, e Milchick arma para que ele veja um quadro que supostamente retrata um massacre que aconteceu entre dois departamentos há muitos anos na Lumos… é uma narrativa inventada (como tudo ali, provavelmente) e usada para manter os departamentos isolados em seus próprios escritórios, e quase funciona, porque Dylan acha um absurdo que Irving esteja se aproximando e nutrindo sentimentos por alguém de um “departamento tão traiçoeiro e perigoso”.

A relação de Irving e Burt é uma das poucas coisas fofas que podemos acompanhar em “Severance”, dentro das limitações que todo o cenário e a situação permitem. No geral, a série é perturbadora e intrigante (eu estou realmente amando muito o tom da série, os mistérios e a construção da trama), mas, quando vemos Irving e Burt flertando tão descaradamente, é como se pudéssemos respirar aliviados e saber que ainda existe algo bom nesse mundo todo destruído e perverso controlado pela Lumos. E é impressionante a QUÍMICA que eles compartilham mesmo quando Dylan tenta sabotá-los e eles ficam conversando através do vidro, e depois quando eles saem caminhando, ou quando eles param, olhando um quadro no departamento de Burt, e tocam a mão um do outro.

Eu quero tanto que Irving e Burt sejam felizes!

Dylan, no entanto, é paranoico o suficiente para tentar acabar com tudo – mas acaba, talvez, provocando mais uma fagulha para uma futura revolução? Afinal de contas, ele encontra o “mesmo” quadro que Irving viu agora no departamento de Burt, mas o próprio Irving percebe que o quadro não é o mesmo: nessa versão, é o pessoal do Processamento de Macrodados que está invadindo e atacando, e não o pessoal da Óptica e Design – o que quer dizer que existem duas versões do quadro, manipuladas para que um departamento acredite que o outro é o problema. Então ambos são mentira. E, com essa conclusão, Burt resolve levar Irving e Dylan para dentro do seu próprio departamento e apresentá-los a todos os seus colegas como “amigos”.

Estou curioso pelo que isso tudo vai virar!

 

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