Up Here (Amor nas Alturas) 1x07 – Baggage
“Please like me”
Lindsay não
tem conseguido terminar de escrever seu livro infantil… e talvez seja, em
parte, porque ela ainda se sente culpada por ter abandonado o Ned seis dias
antes do casamento, não ter ligado para saber como as coisas estavam nos
últimos oito meses, e ainda ter ficado com o vestido de casamento da mãe dele,
que ela deveria usar na cerimônia. Apesar de querer estar presente no
lançamento de um jogo que Miguel ajudou a fazer (ao qual ele nem ia, na
verdade, mas Lindsay o convenceu de que ele era parte dessa história e era
importante que ele estivesse presente), e de ter dito a ele que iria, Lindsay
acaba abandonando tudo para voltar para sua cidade natal para poder voltar a se
sentir bem consigo mesma: ela precisa
encerrar logo esse capítulo em sua vida.
E o retorno
de Lindsay à sua cidade é uma verdadeira confusão que a pega desprevenida. Ela
está desesperada para que as pessoas não a odeiem (“Please Like Me” tem uma letra interessante, na qual ela pede que
as pessoas gostem dela, para que ela também possa pensar que não é assim tão
má), e quase preparada para lidar com pequenas explosões que ela espera que
possam ser superadas eventualmente, mas ela não está preparada para encontrar a
mãe de Ned ou o próprio Ned a acolhendo com um abraço. E, por mais desconcertante
que tudo seja (e é), Lindsay eventualmente entende: a sua própria mãe tentou vender na cidade a ideia de que ela teve um
surto psicótico ou qualquer coisa assim… então, está todo mundo meio que preocupado com ela.
“Baggage” é um episódio importante para
o desenvolvimento de Lindsay – assim como o episódio anterior foi importante
para o desenvolvimento de Miguel. Uma vez de volta à sua vida antiga, ainda que
felizmente não seja para ficar, Lindsay precisa enfrentar todos os seus
fantasmas de uma vez por todas: ela não voltar para Nova York sem resolver
tudo. Então, embora ela pense em retornar deixando as coisas mais ou menos como
estão, a voz na sua cabeça que se parece com Ned faz com que Lindsay confronte
uma verdade: não é ele o seu bloqueio, no
fim das contas; é ela mesma e a pressão que coloca sobre si para que todos
gostem dela e de tudo o que ela faz. E essa é, provavelmente, uma das
amarras mais restritivas na vida de uma pessoa.
Lindsay
resolve se livrar delas… para isso, ela precisa ser ela mesma e com orgulho, a
começar por esclarecer toda a história que a mãe inventou e dizer que não foi
embora por causa de um surto psicótico, mas porque ELA QUIS, e que deixar Ned,
por mais que talvez não tenha sido da maneira mais sensível possível, foi o
melhor que ela poderia ter feito, porque pela primeira vez ela se sente como
ela mesma… “The Truth Is” é um
momento de revelação e de livramento para Lindsay, e é possivelmente a melhor
música que a personagem teve em toda a série (!)… fico muito orgulhoso dela, e
tenho certeza que, depois disso, ela poderá voltar para Nova York se sentindo muito mais livre, e podendo
terminar o seu livro da “Squid the Squirrel”. E será excelente.
Uma pena que
o relacionamento com Miguel não esteja na melhor fase… estamos naquele momento
em que tudo desanda antes de melhorar.
Lindsay não foi sincera com Miguel sobre a sua viagem e nem sobre a sua vida
antes de ir para Nova York (ela nunca contou que tinha um noivo que ela
abandonou seis dias antes do casamento, por exemplo), e quando Miguel descobre
essas coisas, ele entra em um surto que o faz questionar tudo o que ele e
Lindsay viveram e se alguma coisa foi verdade… ainda que Lindsay pudesse ter
sido mais sincera (!), Miguel errou feio
ao se reaproximar da ex-namorada na festa à qual Lindsay acabou não indo com
ele – era importante encerrar aquela
história para ele também, mas ele não faz isso e deixa que ela o beije.
E Lindsay
aparece na festa bem nesse momento.
Agora as coisas desandam.
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