Vale o Piloto? – XO, Kitty (Com Carinho, Kitty) 1x01 – XO

K.I.S.S.

EU ACHEI UMA DAS COISAS MAIS FOFAS DO MUNDO. Kitty Song Covey é a irmã mais nova de Lara Jean, de “Para Todos os Garotos Que Já Amei”, e agora ela ganhou o seu próprio spin-off – o que eu acho muito legal, porque a Kitty é uma das melhores personagens tanto dos filmes quanto dos livros de Jenny Han. Suficientemente independente, no entanto, “XO, Kitty” se passa depois de Lara Jean ter ido, assim como a Margot, para a faculdade, e Kitty está prestes a viver a sua própria aventura: ela acaba de ser aceita na Korean Independent School of Seoul, ou K.I.S.S., o internato onde sua mãe estudou no seu próprio Ensino Médio, e onde “coincidentemente” o namorado de Kitty, Dae, também estuda… é como se fosse o destino a chamando.

Kitty só precisa convencer o pai a deixar que ela vá, e essa não é uma grande parte da estreia da série: sabemos que Kitty vai ter a permissão necessária para se mudar para a Coreia do Sul, e “XO” nos leva para lá em uma apresentação colorida, fascinante e convidativa… não é um dorama oficialmente nem se intitula como um, mas a influência do sucesso dos doramas em “XO, Kitty” é evidente e proposital, bem como o excelente uso dos elementos tradicionais de uma boa comédia romântica. O resultado é uma produção híbrida deliciosa de se acompanhar, que me deixou com um sorriso no rosto e querendo correr para os demais episódios, porque há muito a se explorar nesse cenário e com esses personagens… curioso para a trama de Q, por exemplo.

Existem dois motivos principais pelos quais Kitty está indo para a Coreia do Sul: a) ela quer estar no mesmo lugar em que sua mãe esteve, talvez conhecer pessoas que a conheceram em sua adolescência e encontrar sua própria maneira de estar próxima da mãe; e b) reencontrar o namorado que ela conheceu quando foi para a Coreia há alguns anos. O problema é que, apesar de ser oficialmente um namoro, Kitty e Dae nem se beijaram ainda, e ela não conta para ele que está indo para lá, porque pretende fazer uma surpresa na festa de boas-vindas na escola… e ela está tão empolgada com a situação que nós ficamos instintivamente apreensivos, sabendo que alguma coisa vai acabar dando errado (mas confesso que a situação é menos ruim do que eu imaginei).

Kitty é extremamente carismática. Empolgada e desastrada demais, ela consegue esbarrar em um futuro colega de escola no aeroporto, ainda nos Estados Unidos, e perder o ônibus quando chega a Seoul, então precisa dar o seu jeito pelas ruas desconhecidas da cidade, sem nem falar coreano… Kitty é aquela protagonista desastrada de comédias românticas que faz com que nos afeiçoemos a ela e torçamos por ela, e ela consegue chegar até a K.I.S.S. depois de ser “atropelada” por um carro e pedir uma carona… sem imaginar que ela acabou de pegar carona com Yuri, a filha da diretora da K.I.S.S., que tem sua própria história complicada, e cujo caminho está prestes a cruzar com o seu da maneira mais inusitada e mais desconcertante possível, muito em breve.

Na festa de boas-vindas.

As coisas não saem exatamente como Kitty imaginou, é claro. Ela está linda, e a festa também está linda, mas o momento de conto de fadas com o qual ela estava sonhando não vem… ou vem e vai embora muito rápido. Kitty conhece os amigos de Dae antes de encontrar o Dae propriamente dito, e isso rende um bom momento de reconhecimento, porque tanto eles já ouviram falar sobre a Kitty quanto a Kitty já ouviu falar sobre eles… um deles, Min Ho, é o cara em quem Kitty esbarrou no aeroporto e que mentiu que não sabia falar inglês; o outro, Q, é um dos personagens que eu mais estou curioso para conhecer, porque gosto muito do Anthony Keyvan desde “Love, Victor”. E, então, eles veem Dae entrar na festa, lindíssimo com um terno que ele não conseguiria pagar.

E é aí que entendemos tudo.

Dae está verdadeiramente feliz e emocionado de reencontrar Kitty. Dá para ver na maneira como ele se aproxima dela, como eles se abraçam, no sorriso que está no seu rosto antes de se tornar confusão porque ele precisa explicar algo… mas ele não tem tempo de explicar nada, porque Yuri aparece colocando o braço em volta do braço de Dae e Kitty percebe que a garota que conheceu mais cedo está namorando o seu namorado – e, então, o seu mundo desmorona. É muito mais complicado (mas menos problemático) do que eu pensei, porque Dae não enganou a Kitty, não de verdade… o episódio nos mostrou Dae sofrendo para conseguir pagar a mensalidade da escola, e também mostrou Yuri tentando encobrir o seu relacionamento com Juliana…

Então, o “namoro” de Dae e Yuri só pode ser de fachada.

Mas como Kitty poderia saber naquele momento?

A estreia é UMA DELÍCIA. A história pode não ser realmente surpreendente, mas uma coisa que eu digo sempre: nem tudo precisa ser surpreendente, nem sempre a roda precisa ser reinventada. Clichês só se tornaram clichês por um motivo: porque foram feitos várias vezes… e só foram feitos várias vezes porque funcionam. Esse primeiro episódio de “XO, Kitty” provou que a série tem força e carisma para ser uma surpresa gostosa de aquecer o coração. Estou animado com o cenário, com o estilo de narrativa, com o romance de Kitty e Dae, e com as promissoras histórias secundárias, como o próprio relacionamento de Yuri e Juliana… e quaisquer histórias que Q vai contar. Acho que estamos entrando em um universo aconchegante, eu estou empolgado!

 

Para mais Pilotos de séries, clique aqui.

 

Comentários