A última semana de “Todas as Flores”
“Zoé, a sua chance de viver sou eu!”
Humberto
sabia (ou devia saber) que Zoé não deixaria barato depois de ele a ter enganado
com um casamento falso e a abandonado drogada em uma ilha quase deserta… na
verdade, Humberto deveria ter aproveitado a oportunidade e depois de se achar
um máximo dando aquela banana para Zoé, ter fugido do país ou qualquer coisa
assim. Ele que escolheu ficar para trás
por retaliação. Como Zoé conseguiu recuperar os 40 milhões roubados
sequestrando a Judite, Humberto ainda achou mesmo que ele poderia ir atrás da
Zoé e recuperar esse dinheiro? É inocência (ou burrice?) demais. Humberto ainda
conta com a “ajuda” de Galo (?), e coloca Zoé contra a parede em uma cena que
rapidamente se torna UM CAOS, e termina com o Galo morto sem piedade.
E, agora, é a vez de Humberto.
Inicialmente,
Humberto realmente tem algum tipo de
vantagem… depois de ter matado Galo e estar segurando uma arma para Zoé,
Humberto pergunta onde está o dinheiro e, enquanto Zoé não fala nada, a faz
cavar uma cova para o Galo e jogá-lo lá dentro – o que foi mais um de seus
erros, porque Galo tinha uma arma com ele e Zoé percebeu isso enquanto o enterrava. Assim, quando é presa por
Humberto (e fica gritando o seu mais novo bordão de “Eu tô com fome!”), Zoé sabe o que precisa fazer: se ela conseguir
sair dali, ela só precisa ir ao local onde enterrou o Galo, pegar a arma que
está com ele e matar o Humberto… nem tudo sai exatamente como ela planejou, no
entanto, porque Zoé acaba caindo do telhado (!), quebrando as pernas e precisa
fazer todo o restante se arrastando.
Talvez seja
para ser dramático e intenso, mas é uma grande pataquada que me arrancou
risadas. Como eu não consigo detestar a Zoé nem nada, eu acabei dando boas
gargalhadas com o quão absurdas foram as cenas de Zoé rastejando sabe-se lá
quantos quilômetros para conseguir pegar uma arma e atirar em Humberto a
distância… fica tão patético que parece quase uma versão do “Casseta & Planeta”, sabe? Mas
precisamos aceitar que é nisso que “Todas
as Flores” se transformou em sua reta final… não são os típicos exageros novelescos, mas uma pataquada
sem tamanho mesmo que precisa ser relevada para que possamos ao menos assistir.
Então, Zoé mata Humberto e ela está em cima dele enquanto ele morre a chamando
de “Safada” e ela responde com “Gostoso”.
Bem a cara
deles, não dá pra negar.
Zoé passa
praticamente um capítulo inteiro rastejando para lá e para cá, da maneira mais
cômica possível, e acaba no meio da rua pedindo ajuda, mas quem para são Pablo e Vanessa – então ela sabe que
está perdida… Vanessa não tem compaixão
alguma. FELIZMENTE, para nós, ganhamos uma série de cenas protagonizadas
por Regina Casé e Letícia Colin, QUE SÃO OS MAIORES DESTAQUES DESSA NOVELA!
Vanessa está completamente fora de si, convertida em um monstro torturando e atormentando a mãe, e é quase absurdo como
Vanessa tem algo que nos fascina, porque ela está realmente hilária em toda a sua loucura, enquanto
Zoé se mantém firme e diz que nunca vai
dizer onde está o dinheiro, e que Vanessa e Pablo vão morrer pobre e vão
pro inferno.
Quando Pablo
manda para Maíra a localização de Zoé, o grande exemplo de inteligência de
Maíra (!) faz o quê? Vai para lá sozinha.
Bem, o que a gente espera de uma mulher cujo “grande plano de vingança” é
traficar crianças, fugir da cadeia e esperar um depoimento de Zoé que “prove
sua inocência”, quando os crimes de Zoé não apagam os seus próprios? Zoé fica quase emocionada quando vê Maíra no seu
cativeiro, porque sabe que ela é sua chance de sair dali, e diz que “foi Deus
quem a mandou”. Se sentindo um máximo (muito influenciada pelo Rafael, eu acho,
porque ela está tão chata quanto), Maíra fala um monte de coisa e faz um monte
de ameaças (embora não tenha feito nada até então e a “vingança” ficou só na
promessa), e diz a Zoé que quer sua vida
de volta…
Eventualmente,
Maíra vai embora e deixa Zoé sozinha, dizendo que “não é mais boa, porque
aprendeu com ela” ou qualquer coisa assim, e Vanessa retorna para atormentar
Zoé com o que ela mais tem medo: um rato.
Vanessa está surtada (a risada dela é assombrosa!), e Zoé está tão apavorada
que finalmente cede e conta onde está o dinheiro, que Vanessa e Pablo
desenterram… devo dizer que eu dei boas risadas com Vanessa toda feliz depois
de conseguir o dinheiro, bem como com as “conversas aos gritos” entre Vanessa e
Zoé, mas Maíra estraga tudo, sinceramente… é
tão chato aquele moralismo e aquele senso de superioridade dela, tentando
convencer o Pablo a “fazer a coisa certa” e ficar do seu lado – eu queria
mais é que ele e Vanessa fugissem com o dinheiro e pronto.
“Pablo, eu confio em você”
Infelizmente,
foi nesse quesito que “Todas as Flores”
mais pecou. Ao mesmo tempo em que construiu vilãs icônicas e carismáticas (em
grande parte graças a Regina Casé e Letícia Colin, que deram sua cara às
personagens também!), a novela não conseguiu entregar “mocinhos” por quem
realmente nos importássemos, e isso atrapalhou toda a experiência da novela…
era para estarmos do lado de Maíra nessas cenas, por exemplo, mas eu só
consegui achá-la irritante como eu acho o Rafael insuportável, e a cena é chata.
Pablo fica, sim, do lado de Maíra, coloca Vanessa no lugar onde Zoé estava
presa até há pouco, e Maíra joga uma escada para ajudar Zoé a sair… felizmente,
Vanessa acaba conseguindo escapar, e estamos loucos para ver o embate dela com
Zoé!
Afinal de contas, são as duas únicas
personagens com quem nos importamos de verdade.
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