Entrelazados 2x01 – Desafío

Bem-vindos a 1975!

Uma estreia incrível, surpreendente e promissora! E isso me deixa muito contente! Confesso que a renovação de “Entrelazados” para uma segunda temporada não algo com o que eu vibrei realmente, justamente por gostar demais da primeira temporada – e sempre senti que a primeira temporada de “Entrelazados” (se ignorarmos a cena final, na estreia de “Años Luz”) é muito redondinha. Temi que uma segunda temporada pudesse estender uma história que não precisava ser estendida, já que os nós já tinham sido desatados, mas mudar o protagonismo foi a melhor escolha possível. Continuamos acompanhando Allegra Sharp, mas o viajante no tempo, agora, é Marco Resco, que consegue a pulseira depois de se salvar do incêndio e 1994 e procurar Lucía.

“Desafío”, o primeiro episódio dessa segunda temporada, consegue apagar todos os meus principais medos derivados da renovação: Marco não era o meu personagem favorito na primeira temporada (e não porque eu não gostasse dele, isso nunca foi o caso, mas porque o romance dele com “Laura” era realmente o que menos me interessava, quando tínhamos toda a história das três gerações da Família Sharp), e eu temi que sua viagem a 2021 estivesse ligada apenas a um reencontro com Allegra e perdêssemos, de quebra, o tom nostálgico que as cenas no final nos proporcionavam… foi gostoso assistir a esse episódio sem ter visto nenhum trailer para a temporada (!), porque fui positivamente surpreendido com aquela viagem de Marco no fim do episódio!

Quando Marco fugiu do incêndio e chegou à casa de Lucía, tomando a pulseira à força (interessante que, para ele, a luz da pulseira é roxa, e não verde, como era para Allegra… pequenos detalhes, mas que nos mostram que estamos em outra história, com outros “nós” a serem desatados), ele estava pensando realmente em ir em busca de Allegra; talvez seja por isso que a pulseira o tenha levado a 2021, mas claramente esse não é o destino final de sua jornada. E, tendo passado por isso em suas próprias viagens, Allegra no fundo sabe disso: o número de viagens é limitado, e a pulseira não funciona o “deixando ficar em 2021”, na verdade… em algum momento ele terá que voltar a 1994. Embora o fato de ele ter supostamente “morrido” em 1994 me faz pensar que seu destino final não é lá.

Ter Marco no presente é interessante… não gosto muito do triângulo amoroso entre Marco, Allegra e Félix, e torço para que a série não se reduza a isso (até porque eu acho o Félix um fofo e eu sofro ao vê-lo sofrer!), mas foi legal ver o Marco descobrindo algumas novidades do mundo moderno – afinal de contas, muita coisa mudou de 1994 a 2021. Foi divertido vê-lo brincando com os óculos de realidade ampliada de Félix, ou se surpreendendo com a ligação de Caterina para Allegra, na qual elas podem se ver enquanto conversam, e coisas desse tipo. É toda uma sequência clichê, como o próprio Félix comenta, mas que funciona para situar o Marco nesse mundo repleto de novidades que ele está descobrindo, e que explorará até descobrir por que a pulseira o levou ali.

Estar no presente, mesmo que o viajante agora seja Marco, nos dá a oportunidade de saber mais sobre a Família Sharp – e as coisas ainda não estão indo às mil maravilhas para Cocó, Caterina e Allegra. Houve um avanço significativo graças à temporada anterior, e elas produziram juntas um musical, mas é justamente esse musical que está começando a fazer alguns pequenos desentendimentos acontecerem, porque existe um produtor querendo levar “Años Luz” para a Espanha, mas, para isso, ele quer “fazer algumas alterações”. Cocó parece determinada a permitir essas mudanças, e Allegra está contente com a chance de começar a fazer sucesso no mundo todo, mas Caterina (e com razão) é extremamente protetora do texto, que foi a adaptação de um conto da avó…

A sequência final do episódio é a grande surpresa bem-vinda do episódio, e que esclarece algumas coisas. Independente do que Marco acredita, a pulseira não o levou para 2021 para reencontrar Allegra… ou, pelo menos, não apenas para isso: tem alguma coisa a ver com o seu pai. Quando ele vê o pai, no entanto, em um encontro forçado que o Félix tenta armar para eles, ele sai correndo porque não quer falar com ele, e então a pulseira se ilumina, o que nos faz pensar que ele está sendo levado de volta para 1994. Mas, na verdade, a sua viagem ainda não acabou, e vemos Marco cair não em 1994, como esperávamos… mas em 1975. Assim como Allegra, na primeira temporada, Marco está prestes a conhecer um pouco do seu pai na época da juventude.

Estar em 1975 me deixou EXTREMAMENTE FELIZ. Gosto do fato de “Entrelazados” não esquecer seus dois pilares: que é a característica nostálgica da viagem no tempo, e as complicadas relações familiares. Certamente existe muita coisa que Marco não sabia sobre o pai e que ele está prestes a descobrir… em 1975, Franco, o pai de Marco, é interpretado por Santiago Achaga (!), e o vemos trabalhando no bar da família, e já é possível notar a diferença entre esse Franco e o Franco que conhecemos em 1994, porque esse insistiu para o pai para que ele comprasse um piano e colocasse no bar, prometendo que isso atrairia mais clientes… e esse piano é o “palco” para a apresentação de alguém que, inicialmente, Marco deve ter pensado que era a sua mãe… mas é Amelia Sharp.

Franco Resco já namorou Cocó Sharp. E tudo acaba de ficar ainda mais complicado.

Curioso para explorar essa novidade!

 

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