Merlin 2x08 – The Sins of the Father
“You were
born of magic”
QUE EPISÓDIO
INTENSO! Gosto muito de histórias como as duas últimas contadas nessa temporada
de “Merlin”. Assim como o episódio
anterior, quase expôs a magia de Merlin e trouxe bastante tensão constante, “The Sins of the Father” faz com que
Arthur enfrente a verdade reveladora das circunstâncias do seu nascimento, a
hipocrisia de Uther, e Merlin precisa tomar uma decisão – e embora em parte eu
entenda os seus motivos, eu realmente não consigo deixar de pensar que era uma oportunidade perfeita para nos
despedirmos de Uther. O episódio começa com a chegada de Morgause, uma
mulher misteriosa que mata alguns guardas no seu caminho até a Sala do Trono,
onde ela misteriosamente desafia o Príncipe Arthur para um duelo…
E ele
precisa aceitar o desafio.
Assim como
senti no episódio anterior, as coisas acontecem depressa e em menos de dez
minutos de episódio tanta coisa já
aconteceu que só podemos ter a certeza que “The Sins of the Father” tem uma grande história para contar!
Arthur até tenta escapar do duelo com Morgause, porque não quer matá-la, mas
tampouco quer sair como “covarde”, mas Morgause é irredutível e claramente tem
um plano que, para ser colocado em prática, depende daquele duelo – que poderia
ser até a morte, mas não é. Morgause teria vencido o duelo, e ela deixa isso
muito claro, derrubando Arthur e colocando uma espada em seu peito… com a vida
do Príncipe de Camelot em suas mãos, no entanto, ela lhe oferece um acordo: se
ele aceitar se encontrar com ela em três dias e fazer o que ela pedir, ela
poupará sua vida.
Naturalmente,
Arthur aceita o acordo – é isso ou ter sua vida ceifada. Já é humilhação demais para ele que ele tenha perdido aquele duelo.
Uther, no entanto, não pensa em permitir que o filho vá ao encontro dessa
mulher (que, eventualmente, descobrimos se tratar de uma meia-irmã de Morgana
e, portanto, uma feiticeira), mas
Morgause disse o suficiente para deixar Arthur intrigado: ela disse que conhecia sua mãe. Agora, Arthur não pode perder a
oportunidade de, quem sabe, saber alguma coisa a respeito de sua mãe (afinal de
contas, o pai nunca fala sobre ela, como se ela nunca tivesse existido), e ele
tem a desculpa perfeita ao dizer que “deu a sua palavra”. De todo modo, ele
precisa sair escondido do seu quarto, e para isso precisa da ajuda de Merlin…
Por sinal, uma cena e tanto a do Merlin não
conseguindo segurar a corda!
“The Sins of the Father” é um episódio
intenso e íntimo em vários sentidos, até para a relação de Arthur e Merlin,
porque eles conversam bastante durante a caminhada sem destino certo, pela qual
eles estão sendo guiados pelo cavalo que fora enfeitiçado por Morgause antes de
deixar Camelot. Merlin está verdadeiramente
preocupado com a integridade física de Arthur, e acha que talvez o melhor
seja voltar para a segurança do castelo, mas ele não tem muitos argumentos
quando Arthur pergunta se ele não faria o mesmo que ele se tivesse a oportunidade
de saber mais sobre o seu pai… o fato de eles compartilharem essa dor faz com
que, de certa maneira, a amizade deles se torne ainda mais verdadeira, e eu gosto de como “Merlin” desenvolve isso.
Toda a
sequência de Arthur com Morgause é ELETRIZANTE – e bastante reveladora.
Morgause lhe dá a chance de ver a mãe por
alguns minutos, e o espírito da mãe de Arthur aparece para contar algumas
verdades para ele, como o fato de que Uther estava tão obstinado em conseguir
um herdeiro para dar sequência à Dinastia Pendragon, que ele resolveu recorrer
à ajuda de uma feiticeira para ajudá-la a engravidar, já que ela não podia ter
filhos… Arthur foi concebido através de
magia e, além disso, Uther é o responsável pela morte dela, porque ele
sabia qual seria o preço: para que uma
nova vida seja gerada, outra deve ser dada em troca. SEMPRE detestamos o
Uther, mas esse é um episódio que intensifica
esses nossos sentimentos de uma maneira assombrosa.
E é ótimo
ver o Arthur retornando a Camelot com sangue nos olhos, pronto para tirar
satisfações e, se for necessário, para matar o próprio pai… a cena é
fortíssima: a maneira como Arthur desafia o pai com tudo o que descobriu e como
Uther tenta negar tudo dizendo que Morgause está mentindo, mas Arthur sabe que
ele não está. Arthur confronta Uther com a sua imensa hipocrisia ao impulsionar
toda aquela caçada contra a magia, como se a magia fosse a responsável pela
morte de sua mãe, quando na verdade o
culpado é ele: Uther tirou a vida de muitas pessoas inocentes que
praticavam magia na esperança de que isso aliviasse, de algum modo, a sua
própria culpa. A intensidade com que
Arthur desafia o pai e como o teria matado se Uther não tivesse se defendido…
Uau.
A luta de
espadas entre Arthur e Uther é, definitivamente, uma das melhores cenas de “Merlin” até o momento, e é uma grande
ironia que, depois de tudo, seja o Merlin que salva a vida de Uther… quer
dizer, não é a primeira vez que ele faz isso (sério, Merlin, você precisa
aprender a se abster!), mas dessa vez ele talvez tenha ido contra seus próprios
princípios e sua segurança para defender a vida de Uther – ou talvez para
defender o próprio Arthur… é nisso que Merlin acredita: que ele não poderia
deixar que Arthur matasse o próprio pai porque isso pesaria sobre ele para
sempre, e talvez ele não fosse mais ser a pessoa que precisava ser para se
tornar o grande Rei que Camelot espera. Ainda
assim, foi preciso muito sangue frio para convencer Arthur de que Morgause
mentiu.
Até porque
isso faz com que Arthur chegue a uma conclusão preocupante para Merlin. Durante
o episódio, Arthur se mostrou muito mais maleável que o pai em relação à magia,
e chegou a dizer que talvez nem todas as pessoas que praticam magia são ruins,
o que é exatamente a mudança que Merlin espera em Camelot, é a mudança que vai
fazer com que a sua vida seja muito melhor do que é e que injustiças não sejam
cometidas o tempo todo… quando Merlin (justamente o Merlin!) convence Arthur de
que Morgause estava mentindo, ele acaba reforçando para Arthur a crença de que
todos que usam magia são pessoas más e traiçoeiras, e não se deve confiar
nelas. É um final particularmente
melancólico, e a cabeça de Merlin deve estar um caos.
Mas já não é
hora do Arthur descobrir verdades como essa?
Até quando
isso vai ser encobertado?
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