Todas as Flores – Queda e ascensão de Zoé

“Com o poder vêm as responsabilidades”

OBRIGADO POR EXISTIR, ZOÉ! Depois de um início promissor, “Todas as Flores” ficou tão sofrível que, sinceramente, cada capítulo me parece uma tortura interminável – e antes que venham me chamar de amargurado e soltar o clássico “Se não gosta, é só não assistir”, eu respondo: já vim até aqui, agora eu vou até o final. É um PRAZER quando os capítulos são, de alguma maneira, centrados em Zoé e/ou Vanessa, que são as personagens que ainda salvam essa novela e não me fazem ficar continuamente irritado (a lista de personagens de quem não gosto em “Todas as Flores” só cresceu e, atualmente, Rafael e Judite estão no topo). A Mauritânia, por exemplo… eu não tenho ranço dela nem nada, mas é triste ver o que ela se transformou depois de ter brilhado tanto na primeira fase.

A Mauritânia do início estaria decepcionada com a Mauritânia que cai no golpe do Humberto.

Dito isso, vou dizer outra coisa: eu não consegui ter pena da Mauritânia, sabe? Quando os personagens fazem alguma coisa que é extremamente estúpida, minha mente tende automaticamente ao “bem-feito”, antes do “ai, que dó”, não consigo evitar. E o Humberto pode ser o filho da p*ta que for, mas não vou dizer que não foi prazeroso ver o Humberto chegando à Rhodes cheio de pompa, humilhando o Rafael e o demitindo… e ele ainda fez menos que o Rafael fez com ele quando a situação era invertida, hein? Tenho um pavor da arrogância de Rafael que só reviro os olhos com ele saindo cheio de marra e fazendo ameaças, até porque ele se sente superior a todo mundo. Quando ele conseguir derrubar o pai, vai ser insuportável de se assistir.

Então, Rafael resolve se concentrar em ajudar Maíra a derrubar Zoé – afinal de contas, tudo está conectado. Ele e Maíra levam o Galo até a delegacia para denunciar a Zoé, e o depoimento dele e as evidências que Vanessa conseguira para Rafael são o suficiente para formalizar uma denúncia sobre a qual a polícia age imediatamente… um grupo de policiais invade o “projeto social” da Zoé e encontram um monte de armas, e então chegam ao evento beneficente da Zoé, para prendê-la ali, no meio de tudo – é uma humilhação, é claro, mas a Zoé faz com que tudo seja HILÁRIO, não vou negar. É muita ironia a maneira como Zoé interpreta uma personagem no evento, falando de “corrente do bem” e das “crianças que ela ajudou”, e a ironia e o absurdo são tão grandes que são divertidíssimos.

Zoé é levada para fora do próprio evento pelos policiais, enquanto a imprensa tira um monte de fotos, e ela sai gritando, dizendo que “se alguém publicar, ela vai meter processo”, o que me arrancou uma gargalhada sincera. Naturalmente, Zoé é mais esperta do que parece, então ela não fica presa por muito tempo, e sai rapidamente e com um plano: como os repórteres estão esperando pela sua soltura para perguntar a respeito da denúncia de tráfico humano, ela faz um show, dizendo que lhe dói, mas ela tem que dizer a verdade, e a Maíra é a verdade criminosa, envolvida nisso há muito tempo. E, novamente, minha mente tende ao “bem-feito” ao invés do “que dó”, porque O PLANO DA MAÍRA ERA RIDÍCULO. Ela de fato comprou crianças do tráfico humano…

O QUE ELA ESPERAVA?!

Por isso, não tenho nem um pingo de pena da Maíra quando a polícia chega na casa dela anunciando que ela está presa – e ela ainda tem a cara-de-pau de perguntar “o que fez”, enquanto o Rafael a defende dizendo que “ela não fez nada, é um engano”. O mais hilário e absurdo da sequência é que Maíra tenta se defender, mas, no fim ela só se entrega mais, dizendo que comprou mesmo a criança, por exemplo… presa por tráfico humano, com direito a confissão. É um drama IMENSO para a prisão da Maíra, tirando as fotos e chegando à cela, e eu não consegui sentir nada, porque são consequências da imensa burrice dela… também não tenho paciência para aquela repetição do discurso dela sobre como “precisa sair logo porque não aguenta ficar ali”.

Comprou crianças, em breve será fugitiva, e o roteiro vai querer vendê-la como inocente e injustiçada.

Ai ai.

Zoé, enquanto isso, está prestes a curtir o seu maior momento de glória. Depois de entregar um momento SENSACIONAL no qual prepara uma feijoada para Humberto, Vanessa e Pablo (“Foi feito com tanto carinho e com amor de mãe, que é uma coisa eu entendo”), Zoé descobre que Débora encomendou a Garcia a sua morte, e ela acaba sendo salva por Galo e armando algo contra Débora, em uma das cenas mais absurdas (mas, de alguma maneira, profundamente hilárias) de “Todas as Flores”. Quando Débora vai sozinha para verificar o corpo de Zoé, ela se levanta com um “Surpresa, querida!” e mata Débora. É UMA GALHOFA, MAS ME TIROU RISADAS… melhor do que as cenas que se levam tão a sério e são simplesmente absurdas e patéticas.

A risada da Zoé depois!!!

Quando é “capturada”, Zoé acredita que é seu fim, mas se surpreende quando descobre que o assassinato da Débora, na verdade, significa a sua ascensão… a mãe do Samsa, responsável pela fazenda, lhe diz que ela vingou a morte do seu filho matando a Débora, e então explica para Zoé que ela precisa continuar na fazenda, fazendo as coisas caminharem, e oferece a Zoé o cargo de líder da organização na cidade, o que Zoé aceita prontamente, é claro… e pode ser uma grande transformação para a personagem. Sempre deslumbrada, agora com poder, Zoé deve ser imparável e mais perigosa do que nunca – e eu estou curioso para ver o que ela vai entregar agora. A sua satisfação jogando o cabelo enquanto a mãe do Samsa a anuncia à organização como líder é impagável!

 

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