A Madrasta (2022) – O amor de Lucía
Declaração.
Lucía é uma
personagem difícil. Na verdade, dos
filhos de Esteban, apenas o Rafael se salva, mas é claro que isso é proposital
para que a trama de “A Madrasta”
funcione. Lucía e Hugo precisam ser jovens
problemáticos para que vejamos uma diferença neles a partir do momento em
que Marcia conseguir se aproximar deles – e eles farão de tudo para transformar
a vida dela em um inferno antes disso, é claro. Durante os primeiros capítulos
de “A Madrasta”, acho bastante
difícil sentir qualquer coisa que não seja revolta
em qualquer cena de Lucía e Hugo. Lucía é mimada, mal-educada e trata o seu
professor de filosofia da pior maneira possível; com o tempo, no entanto, o
roteiro se preocupa em colocar cenas que lentamente vão revelando um lado mais humano de Lucía.
É um
equilíbrio interessante, mas que mostra potencial.
Acredito
que, em algum momento da trama, Lucía e Pablo serão um par romântico… o começo
das interações deles, no entanto, é extremamente problemática, e conta com a
Lucía propositalmente passando com o
carro em uma poça d’água para molhá-lo – e ela não faz isso só uma vez, porque
quando ele reclama, ela volta e faz de
novo. Sério, a Lucía sabe ser uma completa babaca. É assim que Pablo chega,
então, todo molhado para uma reunião
com Esteban (!), porque ele é o mais novo
professor particular de Lucía… quer dizer, isso se ele aceitar o emprego
depois de saber quem é a sua aluna. E quem pode culpá-lo se ele não aceitar?
Ele até pensa em desistir quando a vê, mas acaba voltando atrás e decidindo
tentar… não vai desistir tão fácil.
E, assim,
começa um enemies to lovers.
Pode
funcionar, eventualmente, mas Lucía está fazendo com que os dias de Pablo sejam
um inferno… ele fica falando sozinho, enquanto ela ou não está ouvindo, porque
está mexendo no celular ou fazendo qualquer outra coisa, ou ela simplesmente sai e deixa o Pablo lá, dando aula para
o vento. É um completo desrespeito. Nós só não detestamos Lucía 100% porque,
eventualmente, vemos um lado mais humano e vulnerável dela, porque ela cresceu
sentindo que o pai não a vê e não a ama (e o Esteban sempre duvidou mesmo que
Lucía fosse sua filha, porque acredita que Marcia o traiu), e quando ela chora
olhando para o quadro da “mãe” e pergunta por
que ela tinha que morrer e deixá-la com um pai que não a ama, eu senti pena
dela pela primeira vez.
Lucía e Hugo
também apresentam uma faceta muito mais
tranquila quando estão com o Padre José, e é bonito ver Marcia se aproximar
dos filhos ali, sob o nome de “Marisa Jones”. Aquela cena em que eles se sentam
em volta da mesa para compartilhar uma refeição, conversar e rir é linda, e
eles se dão genuinamente bem, com direito à “Marisa” dando conselhos a Lucía e
a Hugo a respeito da faculdade e do trabalho, e eles chegam a ser carinhosos com ela, com sorrisos e
beijos e abraços de despedida. Quando vão embora, depois de proporcionar a
“Marisa” um momento profundamente significativo para ela, Lucía comenta com os
irmãos que “a amiga do padre é ‘bem cool’”, e Hugo concorda que também gostou
dela… é mais fácil conquistá-los assim do
que virando a madrasta deles…
Só dizendo.
Aos poucos,
no entanto, eles vão aprender a não gostar de “Marisa Jones”… especialmente a
Lucía. Para começar, tem a Lucrecia determinada a envenená-los contra “Marisa”,
dizendo que ela destroçou o coração de Esteban no passado e que “o enganou com
outro homem”, e embora eles não caiam tão fácil, dizendo que ela é amiga do
padre, ajuda na paróquia e é bem legal, Lucrecia é determinada e venenosa o
suficiente, e diz que “Marisa” está tentando reconquistar o Esteban através deles… e isso nem é o mais grave
para Lucía, no fim das contas. Descobrimos que Lucía nutre uma paixão quase
platônica por Omar (!), e o fato de ele estar apaixonado por “Marisa Jones” vai
ser o suficiente para que ela subitamente passe a detestá-la… afinal de contas,
é sua “rival”.
Lucía
correndo atrás de Omar parece quase surgir do nada, e tem um quê de vergonhoso ali, mas eu gosto do fato de
ela ser direta o suficiente e mandar o Omar “abrir os olhos” porque “o amor
pode estar bem na sua frente”, mas quando ela diz que desde pequena ele sempre
foi seu herói, forte, corajoso,
inteligente e que ela sempre compara qualquer cara com quem sai com ele,
ele diz que ela está confundindo
admiração com amor, porque ela é incrível e ele também a ama… mas como sua
irmãzinha. Ambos foram bem sinceros durante toda a cena, e dou esse crédito a
eles. Me intriga, no entanto, a reação do padre quando descobre que Lucía está
“apaixonada” por Omar, e isso fortalece uma teoria minha: e se Omar for, na verdade, filho do Esteban?
Afinal de contas, ele e Rebecca namoraram no
passado.
Vamos ter
que descobrir!
Para mais
postagens de “A Madrasta”, clique
aqui.
Para as outras produções da “Fábrica de
Sonhos”, visite
essa página.
Comentários
Postar um comentário