American Born Chinese (A Jornada de Jin Wang) 1x06 – Hot Stuff
O aniversário de Jin Wang.
Wei-Chen
acredita ter chegado finalmente ao Quarto Rolo – mas como ele pode ter certeza?
Esse é um trabalho, então, que fica para Guanyin, que sabe exatamente com quem
ela pode conversar: a Rainha das Pedras. Existe muito mistério em toda e
suspense em toda essa coisa de “encontrar o Quarto Rolo e impedir uma rebelião
no Céu” e tudo o mais, mas acho que o grande destaque de “American Born Chinese”, ao menos para mim, é a maneira como existe
sensibilidade nessa narrativa, e as relações entre os personagens é certamente
um ponto alto… destaque, por exemplo, para aquela sequência inicial que mostra
Wei-Chen e Guanyin arrumando o novo apartamento, decidindo o que vai ser
guardado e o que vai ser jogado fora e conversando.
Eu sempre
falei: o Wei-Chen É UM MÁXIMO. Ele é o melhor personagem de “American Born Chinese” e não existe nem
discussão: ele tem um carisma imensa, é um cara legal, e sua inocência é muito
fofa, na verdade. Jin Wang, por outro lado, é um personagem mais difícil de digerir, mas eu devo dizer
que, de alguma maneira, eu gosto dele. Enquanto acompanho comentários na
internet sobre a série, eu vejo que a maioria esmagadora dos espectadores não gostam do Jin, mas eu realmente me
sensibilizo com as suas dores e tento ver além da sua aparente “chatice”. Jin
Wang tem seus defeitos, sim, mas a maioria deles fruto da sua insegurança, da
sua vontade/necessidade de sentir que “pertence” a algum lugar, e ele também
tem um coração muito bom…
A maneira como se importa com os pais mostra
isso, por exemplo.
Por isso, eu
fiquei muito feliz com o Jin ganhando uma festa de aniversário organizada por
Amelia em um boliche, quando ele estava disposto a ter um dia sem graça em
casa, como em todos os outros anos… infelizmente, eu não sei quantas daquelas
pessoas realmente se importam com Jin e estavam ali de fato para celebrar seu aniversário, mas a atitude de Amelia é
muito fofa, o presente que ela escolhe para o Jin é certeiro (e tem tudo a ver
com a primeira interação deles, mostrando o quanto foi significativo), e eu
acho que o Jin se sentiu feliz por ter pessoas realmente prestando atenção nele, talvez pela primeira vez na vida. E toda
sua relação com Wei-Chen ainda é algo que ele vai precisar processar para que
possa funcionar de verdade, mas eles chegarão lá…
Até porque
Wei-Chen é um fofo, gosta de Jin Wang e o considera seu amigo, e não desiste
com facilidade. Amelia convida Wei-Chen para a festa de Jin, na esperança de
que eles possam conversar e se acertar, e eu realmente não sei como o Jin
consegue não perdoá-lo só de olhar
para ele entrando daquele jeitinho dele na festa e entregando um presente para
ele. São tantos detalhes que tornam o Wei-Chen encantador, como o seu jeito ao
fazer um estrago no boliche, ou o fato de ele usar a camiseta que o restaurante
do qual pediram comida mandou com a encomenda grande e tudo o mais… e talvez
porque gostamos tanto de Wei-Chen e nos importamos tanto com ele é que nos doa
tanto ver o estado de Wei-Chen no final do episódio, depois do pai ser levado.
É doloroso vê-lo daquele jeito.
Enquanto
isso, Guanyin tem uma sequência interessante com a Rainha das Pedras, que é uma
personagem curiosa e interessantíssima – me diverti bastante com as suas
negociações, tanto com uma cliente que aparece na loja antes de Guanyin, quanto
com a própria Guanyin depois, tentando conseguir um pagamento por avaliar o
pingente que Wei-Chen conseguira, e que eles acreditam ser o Quarto Rolo… tudo
o que ela pode dizer, no entanto, se refere à natureza das pedras e ao poder
delas, mas é impossível ter certeza de que é mesmo o Quarto Rolo porque, para
isso, é necessário o Bastão, que foi perdido por Wei-Chen há algum tempo… será
que ainda teremos tempo até o fim dessa temporada de conseguir tudo e impedir a
tal rebelião que está para acontecer no Céu?
Também vemos
um pouquinho mais de Jamie Yao, o personagem interpretado por Ke Huy Quan – e
cuja função dentro da narrativa ainda estamos tentando entender. A cena do
personagem é uma cena pós-créditos que parece completamente alheia à trama de “American Born Chinese”, mas eu sei que
esse não é o caso… só fico curioso para saber como as coisas se conectarão. Vimos Jamie recorrentemente na série
como um personagem de uma sitcom
problemática dos anos 1990, e agora o vemos 30 anos depois, ensinando em uma
escola e recebendo um convite para um reencontro do elenco da série, com a
possibilidade, inclusive, de fazerem uma nova temporada, mas não é o que ele
quer… ele passou esse tempo todo lembrado pela série, pelo personagem e por
aquele bordão…
Ele quer fazer coisas diferentes.
E, agora, eu
preciso divagar brevemente. Não sei ainda qual é o propósito de Jamie Yao em “American Born Chinese” (temos dois episódios
para desvendar isso), mas toda essa história é bastante pertinente, e me fez
lembrar um pouco do próprio Ke Huy Quan… assim como Jamie Yao não tem a
oportunidade de fazer o filme que ele
quer fazer, Ke Huy Quan também passou 20 anos sem atuar porque, diziam,
“não tinham papel para ele”. Fiquei muito feliz pelo papel de destaque de Ke
Huy Quan em “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo
Tempo”, e pela maneira como ele foi devidamente reconhecido por ele
(ganhando o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo papel, inclusive), e como
isso parece ter aberto portas para o ator… que bom que as coisas estão
finalmente mudando!
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