Cherry Magic! O Filme (2022)
Um passo adiante.
“Cherry Magic!” foi um dos primeiros BLs
que eu assisti… lançado em 2020, a série japonesa conquistou um grande número
de fãs que se apaixonaram pela história de Adachi, um homem que, ao completar
30 anos ainda virgem, começa a ouvir o
pensamento das pessoas; e, assim, ele descobre que o seu colega de
trabalho, Kurosawa, o cara mais bonito e
cobiçado do escritório, está apaixonado por ele. “Cherry Magic!” é uma comédia deliciosa e romântica, que nos fez
suspirar e torcer por esse romance – e que transformou muita gente em fãs de
BLs. Em 2022, Adachi e Kurosawa foram trazidos de volta para um filme de “Cherry Magic!”, que
continua a história da série e traz um pouquinho do que houve aos nossos
personagens depois que eles ficaram
juntos.
É
emocionante. Ao mesmo tempo, eu sinto que o filme ainda fica aquém da série em
si… talvez porque eu tenha um carinho imenso por “Cherry Magic!” e ela seja importante demais na minha vida de
“BLzeiro”, talvez porque eu vi muitos outros BLs muito bons desde que assisti à
série pela primeira vez, mas o fato é que o filme não me impactou tanto quanto
eu esperava que impactasse. Em alguns momentos, ele me parece um pouco lento demais e sinto que faltou ritmo,
algo que poderia ter sido corrigido “resumindo” aquela trama toda do trabalho
em Nagasaki – embora eu entenda a importância desse tempo separado e do
“acidente” de Adachi para a decisão que ele toma mais tarde, assim que volta
para casa e decide ir morar com Kurosawa.
Ainda que eu
diga isso, no entanto, eu completo: EU AMEI O FILME. Sinto que faltou algo e que ele poderia ser mais ágil, mas a sensação final que ele deixa é
recompensadora, porque ele tem um terceiro ato realmente emocionante, todo pautado sobre a relação de Adachi e Kurosawa, os
planos para o futuro e a decisão de não esconder o que eles sentem, de maneira
corajosa e bonita… assim, foi, sim, uma delícia reencontrar esses personagens
depois de tanto tempo, e me despeço novamente deles com um sorriso no rosto (e
talvez com algumas lágrimas nos olhos?), feliz com o caminho que eles trilharam
– e com o fato de o filme ser, de fato, uma
sequência de “Cherry Magic!”, sem
negar a série, mas também tendo coragem de levá-los adiante.
Começamos o
filme em uma época anterior à perda
da magia de Adachi – e fico feliz por não termos nada de “a magia voltando
misteriosamente”, como talvez o trailer sugerisse em um primeiro momento… é bom
poder ver um pouquinho do Adachi que ainda
pode ler o pensamento das pessoas, até porque o filme se aproveita disso
para nos lembrar de como algumas coisas no relacionamento dele e do Kurosawa
parece “depender” disso. Quando Adachi recebe uma oferta irrecusável de
promoção para ser gerente em uma filial em Nagasaki, ele pensa em rejeitar a
proposta porque não quer se afastar de Kurosawa ou que ele fique triste, e
então conversa sobre isso com ele… e embora Kurosawa o apoie com palavras, Adachi pensa na possibilidade de ler seus
pensamentos.
Isso é
problemático para a relação deles, de alguma maneira… é muito confortável para
o Adachi poder ler os pensamentos de Kurosawa e saber o que ele está sentindo de verdade, mas não é
assim que as coisas funcionam em uma relação madura e real, certo? Na verdade, precisamos confiar no que as
pessoas nos dizem. Assim, ele decide aceitar a proposta, com a qual passará oito meses distante, e embora
Kurosawa esteja, sim, triste e de coração partido com a distância, ele também
quer apoiar o Adachi porque é uma oportunidade imensa e é algo que o Adachi
quer fazer… ainda assim, é triste vê-los se separando não necessariamente nos
melhores termos. Sem término nem nada,
apenas um pesar. Que é resolvido depressa quando Adachi “sofre um
acidente”.
Felizmente,
o acidente de Adachi é um desmaio por exaustão de tanto trabalho, não um
atropelamento por caminhão (nossa, essas palavras me fizeram pensar em “Eternal Yesterday” e estou todo
arrepiado agora!), como inicialmente tememos, mas Kurosawa corre desesperado
para Nagasaki, sem saber direito o que aconteceu, para garantir que está tudo
bem com Adachi… e é um momento tão bonito
e tão definitivo entre eles. Não apenas (mas também) porque eles transam
pela primeira vez, mas porque Adachi percebe que Kurosawa não foi avisado do
seu acidente pelo hospital, e ele queria que Kurosawa ficasse sabendo. Como é
LINDA a relação que eles construíram, e eu fico muito orgulhoso do Adachi acordar diferente naquela manhã…
Ele não
consegue mais ler pensamentos, sabe?
E ele não se
arrepende de nada. (Por que se arrependeria?)
Agora, no
entanto, as coisas são diferentes
para Adachi. Ele se acostumara a ter a “facilidade” de ler o pensamento das
pessoas, e precisa aprender a viver sem essa “magia” – e é muito lindo ver essa
relação se estabelecendo em seus novos termos quando Adachi finalmente volta
para a cidade e ele e Kurosawa passam a dividir o apartamento no qual Adachi
morava sozinho até então… sério, eu
poderia passar dias apenas assistindo à felicidade de Kurosawa e Adachi agora
que eles estão morando juntos. Os detalhes como as duas canecas e as duas
escovas de dentes, o Kurosawa tirando fotos de Adachi com um pijama que ele
comprara para ele, a lista de afazeres de cada um deles na parede… os passeios
e sorrisos no escritório. Eles são muito
fofos e me fazem sorrir.
E, com o
filme, o relacionamento de Adachi e Kurosawa dá um passo adiante… em um momento muito fofo, Adachi diz a
Kurosawa que até pouco tempo atrás ele estava
feliz apenas em estar ao seu lado, mas agora ele quer passar o resto da sua vida com ele – e, para isso, ele não quer
esconder o que eles vivem, quer conversar com as pessoas que importam para
eles, e quer que Kurosawa seja o primeiro contato para o qual vão ligar quando
precisarem de alguma coisa a seu respeito… e vice-versa. Assim, Kurosawa e
Adachi decidem conversar com as famílias, porque existe essa necessidade de
aprovação, e “Cherry Magic! O Filme”
traz dois momentos muito diferentes,
primeiro com a família de Adachi e depois com a família de Kurosawa, que são
muito importantes.
Primeiro,
Adachi e Kurosawa visitam a família de Adachi… existe toda a tensão natural de apresentar um namorado para a família,
mas Kurosawa é recebido com sorrisos e braços abertos em uma sequência
emocionante – e dali em diante eu fiquei
bastante emotivo. O rápido discurso da mãe de Adachi acolhendo o filho e o
genro é muito bonito, mas os olhinhos de Adachi repletos de lágrimas e de
alegria quando diz “Obrigado” para a
mãe é a coisa mais preciosa do mundo… deve ser porque eu amo o Adachi incondicionalmente, e me faz muito feliz vê-lo feliz.
Depois, o pai de Adachi chamando o Kurosawa para jogar um jogo, muito feliz
porque agora tinha com quem jogar… dá
para entender porque o Adachi é tão precioso: ele tem uma família incrível.
O encontro
com a família de Kurosawa é um pouquinho
mais dramático e mais difícil – e quase achei que não teríamos tempo para
isso, com as ligações do pai de Kurosawa dizendo que a mãe “ainda estava
confusa” e talvez ela nem quisesse que ele fosse… no fim das contas, a mãe de
Kurosawa resolve receber o filho e Adachi, e existe um preconceito ali, algo
que me deixou apreensivo o tempo todo,
mas Adachi faz um discurso tão sincero e tão bonito sobre como ele ama o
Kurosawa e como ele não pode ter certeza do futuro, mas quer passá-lo ao lado
dele, que não tem como não entender que o que eles têm é amor verdadeiro… e se um está fazendo o outro feliz, o que a mãe de
Kurosawa poderia fazer além de dar a sua benção? Felizmente, tudo acaba bem.
As cenas
finais são emocionantes… tanto os dois encontros com as famílias, quanto aquele
passeio rápido na praia de Adachi e Kurosawa, quando Kurosawa surpreende ao
Adachi e a todos nós com alianças que ele comprara antes de irem falar com a
sua mãe, para “dar sorte” e para que “o dia acabasse bem”. Agora que eles têm a
benção de ambas as famílias e pretendem viver o amor deles plenamente, eles
estão prontos para se casar… tudo é
realmente PERFEITO: a maneira como eles estão apaixonados e emocionados quando
trocam alianças, a maneira como eles caem rindo na areia e colocam as mãos para
cima para avaliar as alianças que acabaram de colocar ali, e o casamento em si,
que é uma cena rápida demais para
todos os fãs de Adachi e Kurosawa.
Eu teria
escolhido reduzir a parte inicial do filme e dar mais tempo à cerimônia de
casamento, porque Adachi e Kurosawa estavam felizes, realizados e lindos, mas a
cena passa a sua mensagem de todo modo, e é isso o que importa… além disso,
também existe MUITA FORÇA naquela cena final, quando Adachi está olhando um
livro em uma biblioteca móvel no parque e Kurosawa chama por ele, e então os
dois saem andando juntos, de mãos dadas,
sem se importar com as pessoas que podem ou não estar olhando para eles. Não é isso o que importa: o que importa é
que eles se amam e eles não têm motivo para esconder isso de ninguém… eles só
querem ser felizes um ao lado do outro. É uma cena muito poderosa e muito
emocionante, uma bela maneira de nos despedirmos de “Cherry Magic!”.
Foi uma
grande série. E é um filme lindo!
Adachi e
Kurosawa para sempre em nossos corações!
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Verei hoje mesmo. :D
ResponderExcluirFilme vidio
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