Doctor Who (1ª Temporada, 1963) – Arco 002: The Daleks, Parte 1
Estreia dos Daleks!
Exibido
entre 21 de dezembro de 1963 e 01 de fevereiro de 1964, e dividido em sete
episódios, “The Daleks” é o
segundo arco da primeira temporada de “Doctor
Who”, e possivelmente um dos mais importantes na história do programa,
porque foi o arco responsável por começar a popularizar
o seriado, chamando a atenção dos espectadores – tanto que é a apresentação
daqueles que se tornaram uns dos vilões mais icônicos de “Doctor Who” até hoje: OS DALEKS. Muito mais empolgantes do que os
episódios de “An Unearthly Child”,
parece que a série começa a encontrar o seu ritmo, e mescla aventura, diversão
e perigo em uma história com pitadas de ficção
científica, personagens convidados interessantes e vilões
surpreendentemente icônicos.
Em “The Dead Planet”, o primeiro episódio
do arco, o Doctor e seus companions
(sua neta Susan e os professores Barbara e Ian) chegam a um planeta aparentemente morto, e não percebem o
indicador de radiação da TARDIS mudar para a zona de perigo antes de saírem
para dar uma olhada onde estão…
trata-se de uma floresta misteriosamente petrificada e aparentemente sem
qualquer indício de vida, em um planeta instigante que, naturalmente, o Doctor
quer explorar. Eu acho muito interessante essa dinâmica do início de “Doctor Who”, que conta com os companions não confiando no Doctor, por
exemplo. Barbara e Ian só querem voltar para a segurança da Terra e daquilo que
conhecem, e até mesmo Susan está apavorada depois de sentir uma mão no seu
ombro…
Mas o Doctor não vai descansar enquanto não
olhar o planeta – tem uma cidade magnífica a uma distância aceitável que
ele não quer ir embora sem verificar… nem que, para isso, ele precise “sabotar”
a TARDIS e mentir que precisam buscar mercúrio, convencendo todo mundo a ir com
ele até a cidade misteriosa… curioso e descuidado, o Doctor acaba colocando a
vida de todos os viajantes em perigo, tanto porque eventualmente eles começam a
sentir os efeitos da radiação, que os deixa fracos e tontos até para continuar
caminhando, quanto porque, diferente do que parecia a uma primeira olhada, o
planeta não está realmente morto e
sem qualquer tipo de vida… e os
Daleks fazem sua primeira aparição encurralando Barbara no fim do primeiro
episódio.
Ou quase.
Só vemos os
Daleks e escutamos suas icônicas vozes de verdade no segundo episódio do arco, “The Survivors”, quando já pode ser tarde demais para escapar deles. Eu gostaria
muito de saber qual foi a reação aos Daleks na época, como seria conhecê-los
pela primeira vez nesse momento, mas eu fui apresentado aos personagens por New
Who, então eu já olho para eles aqui com certa nostalgia, e embora
racionalmente eu saiba que é a primeira aparição deles, parte de mim não
consegue realmente “apagá-los” da memória para emular essa emoção. De todo
modo, conforme a radiação começa a pesar sobre os viajantes da TARDIS, o Doctor
tenta conversar com os Daleks e pedir que eles deixem um deles retornar em
busca de medicamentos que encontraram na floresta.
Quem acaba indo é a Susan… afinal de
contas, o Doctor e Barbara estão muito fracos para a viagem, e Ian foi atingido
por um Dalek que paralisou suas pernas e elas ainda não voltaram ao normal.
Mesmo apavorada com o toque que
sentiu no ombro mais cedo e com medo de andar sozinha pela floresta petrificada, Susan acaba aceitando a missão,
que a leva a algo surpreendente no começo de “The Escape”: um encontro com Alydon, um representante de um outro
povo que habita Skaro, os Thals. Com aparência humana e muito mais amigáveis do
que os Daleks, os Thals sobreviveram à radiação graças a remédios que agora
eles oferecem a Susan e seus companheiros, e que os Daleks querem para si.
Tendo achado um aliado, Susan retorna para a cidade dos Daleks.
Esse
terceiro episódio do arco é extremamente divertido, talvez um dos meus
favoritos em “The Daleks”,
porque existe certa simplicidade prazerosa e convidativa em acompanhar o grupo
planejando uma maneira de escapar dos Daleks – e, para isso, eles precisam
entender como os Daleks funcionam, como se locomovem e, consequentemente, como
eles podem ser detidos. Como eles parecem
drenar sua energia do solo, o casaco que Alydon deu a Susan para a sua viagem
de volta pode ser uma maneira de capturar um Dalek. É bem aventuresco como
as produções da época, e uma cena deliciosa quando o grupo “vence” um Dalek e
Ian entra na carcaça vazia com um plano: ele
vai se passar por um deles e fingir que está levando os demais para
interrogatório.
E, assim,
quem sabe eles possam escapar.
“The Ambush” traz alguns momentos de
pura e deliciosa TENSÃO, concluindo a difícil fuga do Doctor, Susan, Barbara e
Ian. Gosto de como eles interpretam, de como eles improvisam, e de como é uma
corrida contra o tempo a fuga especialmente de Ian, que precisa encontrar uma
maneira de sair da carcaça emperrada de um Dalek e pegar um elevador antes que
os demais Daleks consigam abrir a porta – e, surpreendentemente, ele consegue,
embora isso ainda não lhe garante de verdade a segurança, porque os Thals estão chegando à cidade dos Daleks, em
resposta a uma carta que os Daleks fizeram Susan escrever, que parece um
convite para uma negociação, mas é, na verdade, uma armadilha… Ian fica para trás para avisar os Thals
enquanto os demais voltam para a floresta.
Esse é um
episódio importantíssimo para o arco, porque explora a relação entre os Thals e
os Daleks, os dois grupos sobreviventes da radiação de Skaro, cada um à sua
maneira. Embora os Thals estejam dispostos a conversar pacificamente e se
ajudar mutuamente, os Daleks são representações de seres perversos que temem o
que é diferente, e então atacam sem dar aos Thals qualquer chance de conversarem… e, depois de algumas
perdas, os Thals sobreviventes precisam retornar para a floresta sem qualquer
avanço que lhes garanta comida para os próximos anos, mas eles pretendem se
retirar, porque o pacifismo é sua natureza agora. E o Doctor está disposto a
deixar isso tudo para trás e ir embora de Skaro em segurança na TARDIS, mas não
pode fazê-lo…
O fluído que estava com Ian ficou para trás,
em algum lugar da cidade…
Sem ele, a TARDIS não pode partir.
Eles ainda
precisarão encontrar os Daleks novamente!
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