[Series Finale] Manifest 4x20 – Final Boarding
“Forgiveness lightens the heart”
Estou feliz
porque a série teve a oportunidade de ser finalizada, e estou contente por ter
vindo até aqui – mas não é uma série que eu vou lembrar com tanto carinho, e
provavelmente não estarei morrendo de vontade de reassisti-la dentro de alguns
anos, como fiz com “Lost”. O último
episódio tem um quê de emoção, traz um momento catártico pelo qual estávamos
esperando há muito tempo, mas também
tem momentos extremamente bregas e uma finalização que parece ser simples e conveniente demais. Ainda
assim, conseguimos tirar coisas boas, como a cena de Michaela e Zeke, que era
mais ou menos tudo o que eu queria
que acontecesse em “Manifest”.
Encerramos a jornada dos passageiros do Voo 828, e eles recebem uma nova
oportunidade.
No fim do
episódio anterior, Cal descobriu o que precisava fazer, e uniu a sua própria
Safira à Safira da Arca de Noé que Saanvi tinha jogado em uma cratera no
asfalto há muito tempo, e isso ergueu um pilar de luz azul – uma espécie de farol que reuniu todos os passageiros… e
enquanto Ben estava fazendo mais um dos seus discursos (ele gosta de discursar,
né?), a terra simplesmente manda de volta o avião no qual os passageiros
pousaram há anos… o próprio Voo 828 vai
ser a sua Arca de Noé. E enquanto Ben e os demais estão conduzindo a
entrada dos passageiros, eles também precisam lidar com Angelina, que chega com
o seu próprio grupo achando que pode reclamar para si a posse da Arca, e que
apenas ela pode escolher quem entra e quem não.
Foi tão bom vê-la perder os poderes ali e
ser “desmascarada”.
Sinto que,
no lugar de Ben, eu estaria condenado… porque eu duvido muito que eu tivesse a
bondade o suficiente para fazer o que ele faz, que é voltar no meio de toda
aquela lava que está começando a devorar o chão, para salvar Angelina – como um desenho que foi interpretado
anteriormente de maneira equivocada mostrava. De todo modo, Olive entende
finalmente o que o pai tem que fazer, e que a maneira de salvar o mundo é
perdoando Angelina, mas é bonito que ela tente e não consiga falar com o pai, porque quando o Ben tem justamente
essa atitude, ele não toma essa decisão porque a Olive disse que era isso o que
ele “tinha” que fazer, mas porque foi o que ele sentiu que queria fazer… foi o que ele sentiu que era o certo, e isso
provavelmente salvou a sua vida.
De volta no
avião, temos uma sequência interessante
– na qual o julgamento está de fato
acontecendo, e algumas pessoas que “não merecem ser salvas” entram em combustão
instantânea e viram cinzas. Destaque para o Eagan tentando se sacrificar no
lugar de Adrian, o que acaba por salvar a vida de ambos (Adrian é salvo por
Eagan e, de certa maneira, Eagan é salvo por Adrian, quando ele fala sobre como
alguém disposto a dar a sua vida para salvar a de outra pessoa não é realmente tão egoísta assim), e a
Saanvi, que quase é levada (o que nos deixa profundamente desesperados), mas um
momento com Ben em que ambos confiam no quanto ela é uma boa pessoa a salva. E,
por fim, Angelina não é salva – e
posso dizer que tive uma sensação de satisfação
a vendo explodir em cinzas?
Quer dizer,
FINALMENTE!
No total, 11
passageiros são levados durante o julgamento, mas ninguém com quem nos
importássemos de verdade… os demais precisam enfrentar a sombra da morte que
está disposta a levar o restante dos 180 passageiros, e quem sabe o mundo todo com eles. Aqui temos uma
cena que me incomodou muito, para
dizer a verdade – foi extremamente cafona
aquela cena de Ben liderando os 828ers para enfrentar a sombra, de braços dados
e tudo o mais… acho que a mensagem até que é boa, e eles começam a listar tudo
de bom que as pessoas ali fizeram, provando que eles não são perfeitos, mas deram o seu melhor e isso significa
alguma coisa, mas a maneira como foi conduzida foi brega e com um tonzinho
de autoajuda que não me agrada muito.
Mas tudo
bem.
Eventualmente,
o mundo é salvo… a atividade vulcânica cessa, o céu limpa e, à frente deles, a Consciência Divina, na qual eles
entram novamente – e da qual eles saem não mais em 02 de junho de 2024, mas em
07 de abril de 2013, no dia em que
partiram e no dia em que deviam ter pousado. Infelizmente, achei tudo isso
bastante decepcionante… ainda que eles tenham as memórias e que, teoricamente,
tudo o que aconteceu tenha sido “real” (Saanvi ainda está com o machucado
causado pelo tiro recente de Angelina, por exemplo), fazer com que o Voo 828
pouse normalmente no dia em que deveria pousar parece “anular”, de certa
maneira, o que veio depois, e embora não seja o mesmo caso, é muito similar a
conclusões em que tudo foi um sonho, uma premonição, um aviso…
Por isso, eu não tenho certeza de que gostei.
Tudo é
excessivamente colorido, feliz, perfeito… todos os traumas foram apagados, até
mesmo pessoas que morreram estão de volta (menos as que morreram no julgamento,
como a Angelina, o que quer dizer que 11 pessoas simplesmente “desapareceram”
do 828, e o voo continua, portanto, envolto em mistério), e as pessoas seguem
suas vidas normalmente – talvez e esperançosamente melhores do que elas eram anteriormente. É o que entendemos com a
vida dando uma nova chance ao Eagan, por exemplo, que liga para os pais assim
que tem a oportunidade. Vemos TJ se reencontrar com a mãe, vemos Ben
reencontrar Grace, vemos Saanvi reencontrar Alex, e vemos Cal e Olive sem memórias de tudo o que aconteceu,
tendo ganhado suas infâncias de volta…
É um final
que me divide. Eu não nego a beleza dessa segunda chance, e foi bom ver os
personagens felizes “recomeçando” naquele momento, mas sinto que é quase um reboot e que isso pode soar como
preguiçoso… ainda assim, não vou negar que fiquei FELICÍSSIMO pelo final de
Michaela – ela faz o que já devia ter feito desde o começo e dispensa Jared
gentilmente, porque eles querem coisas diferentes e ela sabe que eles vão ser felizes com os caminhos
separados, e então ela o deixa seguir sua vida (e ele encontra Drea naquele
mesmo dia!), enquanto uma conversa com Ben a faz lembrar de uma conversa que
tivera com o Zeke depois de sua morte, quando ele aparecia do Brilho para ela e
falou sobre os quases… há um “quase” ali
que ela pode tornar realidade.
Então,
Michaela sai correndo do aeroporto porque sabe que, em um dos táxis do lado de
fora, o Zeke está esperando por algum passageiro, E FOI MUITO LINDO VÊ-LOS SE
REENCONTRANDO – ainda que ele não se lembre dela, ela se lembra dele, e nós
sabemos que eles foram feitos para ficar
juntos, e é o que vai acontecer agora. Assim como Cal e Olive poderão crescer
sem nunca se separarem, assim como Ben e Grace poderão fazer o casamento dar
certo, como Saanvi poderá se reconectar com Alex… é estranho pensar que, para
algumas pessoas como a Olive e o próprio Jared, 11 anos inteiros foram simplesmente “apagados” da existência, mas
queremos acreditar que o milagre que
transformou os 828ers para sempre trará para todos uma vida um pouquinho mais feliz.
Para mais
postagens de Manifest, clique aqui.
Comentários
Postar um comentário