Sítio do Picapau Amarelo (2006) – Chico conhece o eremita!

A missão do eremita!

Um dos personagens mais enigmáticos da sexta temporada do “Sítio do Picapau Amarelo” é, certamente, o eremita – mas, graças ao Chico Maciel, o personagem finalmente ganha um nome! O eremita é um homem que fala pouco e que vive na mata, quase “escondido”, falando pouquíssimo sobre si mesmo e sua história, e sempre buscando proteger a natureza… ele tem uma relação muito próxima com os seres da mata, mesmo sendo apenas um humano. O mistério é interessante, e eu gosto de ir o explorando aos poucos, como quando o Visconde de Sabugosa chegou por acaso até uma caverna que escondida um cristal mágico e poderoso, enquanto buscava a medalha desaparecida de Thirza, e então o sábio sabugo ficou sabendo um pouquinho sobre a história do eremita e a sua missão, que envolve proteger aquele importante cristal e guardar esse segredo.

Agora, é a vez de Chico Maciel conhecê-lo… Chico sofre um acidente na mata, caindo de um barranco depois de assustar com uma cobra, e ele acaba machucando o tornozelo – e recebe a ajuda do eremita, que não tem os poderes curativos dos caiporas, mas que tem a boa vontade e dedicação de que o Chico precisava naquele momento… e ele sabe que Chico é um amigo da mata e que merece aquela ajuda. A interação dos dois é interessante e rende alguns bons momentos, especialmente porque o eremita é uma figura que exerce curiosidade, então o Chico tem algumas perguntas a fazer, sobre o motivo pelo qual ele não quer que Chico conte a ninguém sobre tê-lo encontrado, por exemplo, ou por que não fala nem mesmo com o pessoal do Sítio do Picapau Amarelo, sendo que eles são boas pessoas e certamente os mais confiáveis do Arraial…

Nem mesmo com Dona Benta…

Não é um “grande mistério” a história de amor entre Dona Benta e o eremita no passado, e gosto de como a temporada faz questão de dar “dicas” disso continuamente, mas Chico parece não perceber a maneira como o eremita reage à menção do nome dela – até porque ele está muito mais interessado em tentar se lembrar de onde conhece o rosto do eremita, porque ele percebe que o rosto lhe é familiar, e diz que “é muito bom em fisionomia”. Então, Chico Maciel finalmente dá um nome ao eremita, e diz que ele é o Professor Lúcio Lobo, um folclorista que desapareceu na mata há alguns anos. Chico fica radiante ao reconhecê-lo, porque sabe tudo sobre ele, sobre sua história, ele leu todos os seus livros durante a faculdade, e, inclusive, colecionou todas as reportagens sobre o seu desaparecimento na época… não tem como o eremita negar que seja ele.

Gosto muito de ver o Chico emocionado e feliz por encontrar o professor Lúcio Lobo (posso dizer que o Chico fica ainda mais bonito, se é que é possível, feliz e animado daquele jeito?), alguém que ele sempre admirou, e agora ele quer conversar com ele, saber tudo o que ele tem para lhe contar, e o eremita confia nele e conta várias coisas – embora não tudo. O mais importante parece ser a informação de que o eremita não “desapareceu” na mata, na verdade, mas escolheu abandonar toda a sua vida antiga e morar ali, mesmo que não tenha sido, de fato, uma escolha pessoal: “Eu só posso dizer que eu fui escolhido para viver nesse lugar. Incumbido de tomar conta disso tudo”. Mais do que isso, infelizmente, Lúcio Lobo diz a Chico Maciel que ele não pode contar – mesmo assim, é muito mais do que Chico esperava encontrar depois daquele acidente na mata!

 

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