Star Trek: Strange New Worlds 2x03 – Tomorrow and Tomorrow and Tomorrow

Viagem no tempo!

É impressionante como “Star Trek: Strange New Worlds” consegue entregar excelentes episódios, semana após semana… é, para mim, a melhor produção da franquia, sem dúvidas! A série consegue dividir e alternar seu protagonismo, entregando episódios razoavelmente independentes, mas que se conectam dentro da USS Enterprise em sua “missão de cinco anos”, todos com sua identidade. Depois do excelente episódio com o julgamento de Una na semana anterior, ganhamos agora “Tomorrow and Tomorrow and Tomorrow”, um episódio de viagem no tempo (e eu adoro viagem no tempo!) que se passa na Terra do início do Século XXI (!), e que é protagonizado pela inusitada dupla de La’An e o Capitão James T. Kirk. É um episódio diferente, eletrizante e emocionante.

Como “Strange New Worlds” se passa antes de “The Original Series”, em uma época em que Pike era o Capitão da USS Enterprise, e não o Kirk, foi uma deliciosa surpresa ver a estreia de Paul Wesley como o futuro Capitão Kirk na temporada passada. Aqui, ele ganha destaque ao lado de La’An quando um homem aparece entregando um dispositivo para La’An, a mandando “ir até a ponte”, e ela percebe que ela não está mais na sua própria linha temporal. Ela está no que parece ser a sua nave, mas não é a sua nave de fato, e embora tenhamos algumas semelhanças com a linha do tempo original, Kirk está sentado na cadeira do Capitão, onde Pike deveria estar, e parece que a Frota Estelar não existe… alguma coisa aconteceu e La’An quer voltar para casa.

La’An e o Capitão Kirk entram em um embate sobre quem ela é, de onde veio e o que ela quer fazer, e ambos terminam na Terra no início do Século XXI com o dispositivo que foi entregue a La’An, e ela entende parte de sua missão: alguma coisa foi alterada no passado por um viajante do tempo, e embora ela mantenha suas memórias da linha do tempo original, James T. Kirk fala sobre uma outra versão da história que é muito diferente da sua, e ela percebe que precisa descobrir em que ponto as linhas temporais divergem… e independente do que aconteceu, ela precisa impedir, para garantir o seu futuro, e não o daquele Capitão Kirk – que, convenhamos, não é um futuro assim tão promissor, tanto que faz o de La’An parecer o que ele chama de “utopia”.

A dupla formada por La’An e James em Toronto é ESPETACULAR e cheia de bons momentos! Paul Wesley entrega um Capitão Kirk que conseguimos assimilar ao Kirk original – meio despreocupado, meio rebelde… amo os comentários que La’An tem sobre o Século XXI, e amo o James tentando viver aquela experiência que é tão distante da sua realidade: ele pode tomar um banho quente, pode comer cachorro-quente na rua, pode jogar xadrez na praça e ganhar dinheiro (!) e ele pode assistir ao pôr-do-sol. Inicialmente, ele não sabe por que ele poderia querer ajudar La’An, se isso significa que toda a sua realidade vai deixar de existir e, consequentemente, ele também… pelo menos aquela versão dele. Mas, no fim, ele acaba a ajudando

Sua versão do futuro parece mesmo muito melhor.

Todo o episódio é extremamente bem-conduzido, o que é um máximo. Apesar de algumas outras participações, temos um episódio que é quase que inteiramente conduzido por dois personagens, em um cenário que “não combina” com “Star Trek: Strange New Worlds”, mas, como sempre, o roteiro se sobressai e trata-se de uma aventura muito gostosa de se assistir, com detalhes emotivos e conexões surpreendentes com a história da franquia. Eles descobrem que Romulanos estão por perto e que eles planejam explodir uma bomba que é o evento que vai causar a “separação” entre as linhas temporais de La’An e de James T. Kirk, e para impedir tal explosão, La’An precisa conseguir a ajuda da única pessoa que ela conhece e que já estava viva nessa época

A dinâmica e a química de La’An e James é tão BOA que conseguimos nos importar com um romance que nasceu e foi desenvolvido ao longo de apenas um episódio, a ponto de vibrarmos um pouquinho com o beijo dos dois e sofrermos com a morte daquela versão do James T. Kirk – ainda que não seja o Capitão Kirk que futuramente veremos na USS Enterprise, é estranho ver um Kirk morrer. E, para impedir alterações na linha temporal, La’An precisa assistir à morte de Kirk, precisa ela mesma matar uma Romulana que os enganou durante o episódio e, por fim, poupar a vida de Khan… ela tem a chance de apagar o seu legado sangrento, mas isso também seria uma alteração imensa da linha do tempo, e se era o que a Romulana queria, não pode ser totalmente bom…

Certo?

“Tomorrow and Tomorrow and Tomorrow” funciona em tudo aquilo a que se propõe: é uma boa história de viagem no tempo, é uma boa aventura, um bom romance e, é claro, uma boa história de “Star Trek”. Quando La’An retorna para o seu presente em sua própria linha temporal, as coisas estão de volta como ela deixou, com o Capitão Pike e a Una na ponte da USS Enterprise – e ela não pode falar com ninguém sobre o que aconteceu, porque esse é o pedido de uma divisão da Federação que ainda nem existe, mas que previne justamente mudanças na linha do tempo. O episódio traz interessantes possibilidades para o futuro de “Star Trek”, porque poderíamos explorar mais dessa divisão, além de um possível romance entre La’An e o Capitão Kirk da linha original?

 

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