Amazing Stories 1x03 – Dynoman and the Volt!!
Superpoderes.
EU AMEI
TANTO ESSE EPISÓDIO! Eu gosto de comentar a paixão
que eu tenho por séries antológicas, porque eu amo assistir a diferentes
histórias compartilhando algum elemento e, em “Amazing Stories”, temos o elemento do fantástico – e talvez “Dynoman
and the Volt!!”, protagonizado por Robert Forster e Tyler Crumley, tenha
sido o que melhor aproveitou esse conceito… e eu gosto muito de como o
fantástico, aqui apresentado na forma de superpoderes
dados por um anel que foi pedido através de um gibi há 60 anos (!), é
apenas um elemento da narrativa que, no fim das contas, não é sobre isso, e
fala muito mais sobre relação geracional. E é um episódio fofo, divertido,
emocionante e envolvente… deve estar empatado com a estreia como meu favorito.
A história
acompanha Joe Harris, um senhor rabugento que vai passar seis semanas na casa
do filho depois de sofrer um acidente e machucar o joelho, e que se recusa a se
aposentar porque passou 45 anos trabalhando na mesma oficina e acha que lá é
seu lugar… a presença de Joe muda a rotina da casa, e é muito interessante
acompanhar a relação dele com o neto, Dylan, que custa a entender “por que o
avô é tão mau”. Achei muito bonita toda a sequência na qual Joe recebe pelo
correio, misteriosamente, o anel que pediu há 60 anos e nunca chegou,
especialmente porque é o primeiro momento em que Dylan descobre o quanto tem em comum com o avô… o fato
de os dois serem fãs de quadrinhos, de os dois terem criado as suas próprias
histórias…
O uso do
anel pelo roteiro, que era para ser uma réplica de brinquedo do anel que dava a
Dynoman seus poderes – de força, velocidade e voo –, mas acaba dando poderes reais a Joe, é brilhante
para estabelecer uma conexão real entre Joe e Dylan, e apenas um símbolo dela,
no fim das contas, e essa é a grande vitória de “Dynoman and the Volt!!”, o fato de a história se aproveitar de
elementos fantásticos para contar uma história pertinente e real… conforme Joe
começa a explorar “seus novos poderes”, ele e Dylan compartilham algo que os
aproxima, e Dylan confia no avô quando seu
único amigo na escola o abandona e não parece se importar com o bullying que ele está sofrendo na sala
de aula… Joe se torna a única pessoa em quem Dylan pode confiar.
E Joe o decepciona.
É muito
intensa a cena em que Michael, o pai de Dylan, vai até o pai no trabalho para
dizer algumas verdades que, enfim, precisavam ser ditas… enquanto Joe acredita
que não fez nada demais e não reconhece o quanto fez Dylan sofrer ao combinar
que sairia pedir doces no Halloween com ele, mas não aparecer, Michael
confronta o pai com uma verdade que Joe nunca quis aceitar: que ele sempre se importou mais com o
trabalho do que com a família, e nunca esteve presente. Ele pode dizer o
que quiser, sobre como “fez tudo por ele e pela esposa”, mas a verdade é que
ele sempre fez tudo por ele mesmo, e essa atitude abandonando Dylan para ficar
trabalhando na oficina e “impressionar os amigos” é uma prova clara disso. E assim como ele magoou o filho a vida toda
com sua ausência, agora ele magoou o neto.
Por isso,
Joe precisa fazer alguma coisa… e
ganhamos um clímax muito interessante para o episódio. Depois de ter sido abandonado pelo avô, Dylan acaba fazendo
um capacete que lhe dá os mesmos poderes do anel, assim como Volt nas histórias
do Dynoman, e então ele tenta “se tornar uma lenda”, na esperança de ser aceito
pelos colegas de classe e ser “popular” como o avô era na adolescência. Existe
tensão e emoção bem dosados na reta final do episódio, quando Dylan coloca o
carro do diretor no telhado (!), mas se coloca em perigo ao fazê-lo, e Joe vai
até ele para salvá-lo, mesmo que esteja sem seus poderes, e quem resgata o pai
e o filho, no fim das contas, é o Michael, proporcionando uma bonita e
emocionante reconciliação entre os três.
“Dynamon and the Volt!!” é, para mim,
um episódio lindíssimo. Eu gosto do elemento de anel e superpoderes, mas eu não
acho que tenha sido esse o destaque do episódio, mas a maneira como isso foi
utilizado para contar uma história que é, na verdade, muito fácil de se
relacionar… grandes histórias do cinema e da literatura têm a ver com traumas geracionais, e “Amazing Stories” abordou isso de
maneira competente através do lúdico e do fantasioso, proporcionando um
encontro para Joe, Michael e Dylan, da maneira mais bonita possível… os Harris
têm uma relação muito melhor do que
jamais imaginaram ao fim do episódio, e sem precisar do anel de Dynoman.
Curioso para saber o que “Amazing
Stories” vai entregar nos seus próximos episódios agora.
Para mais
postagens de “Amazing Stories”, clique
aqui.
Comentários
Postar um comentário