Doctor Who (1ª Temporada, 1964) – Arco 005: The Keys of Marinus, Parte 1
Caça ao tesouro.
Exibido
entre 11 de abril e 16 de maio de1964, “The
Keys of Marinus” é o quinto arco da primeira temporada de “Doctor Who”, que consiste em seis episódios. É, na minha opinião, um
dos arcos mais interessantes desse
começo de temporada, talvez porque eu goste muito dessa ideia de termos
“pequenas histórias” que fazem parte de uma trama maior, enquanto o Doctor,
Barbara, Ian e Susan precisam encontrar as
Chaves de Marinus para ajudar Arbitan e voltar para a TARDIS. Escrito por
Terry Nation, mesmo roteirista que trouxera “The Daleks”, um estrondoso sucesso da temporada, o quinto
arco tem um quê aventuresco imparável, com diferentes personagens sendo
apresentados o tempo todo, e
diferentes cenários que conhecemos e abandonamos a cada episódio.
Em “The Sea of Death”, o primeiro dos seis
episódios, a TARDIS pousa em um planeta alienígena aparentemente vazio, mas com
algumas estranhezas como o fato de a areia da praia ter sido substituída por
vidro… e por algum motivo quase insano,
Susan quer de qualquer maneira nadar um
pouco – mesmo contra todos os conselhos ao contrário. Felizmente, ela é
impedida de entrar na água por Ian e Barbara, que percebem que o mar é feito de ácido… o que é um primeiro
indício de que eles não estão em um lugar assim tão amigável. Em Marinus, o
Doctor e seus companions são
apresentados a novos vilões, os Voords, a uma sociedade aparentemente
destruída, e a uma Consciência que era responsável por tomar todas as decisões
no lugar dos habitantes do planeta.
A
Consciência de Marinus é algo que se aproxima demais do estilo de narrativa que
“Doctor Who” assumiu mais tarde, e
esse sempre é um ponto fascinante
quando retornamos para ver os primórdios da série, e como ela estava encontrando seu tom… a
Consciência de Marinus, uma espécie de
inteligência artificial em quem os moradores depositaram toda a sua confiança,
começou como um júri e um juiz, mas foi aperfeiçoada a ponto de “invadir” a
mente de todos os habitantes de Marinus e isentá-los da preocupação de ter que
escolher entre o certo e o errado, porque ela
fazia isso por eles – me parece um conceito assustador, mas que Arbitan, o
representante de Marinus que conhecemos, idolatra. E parecia funcionar, até a Consciência ser sabotada.
Então, veio
a violência, a destruição, as mortes…
Agora, o
Doctor e os demais são impedidos de retornar à TARDIS e colocados em uma missão
para buscar as quatro Chaves de Marinus,
para trazer a Consciência de Marinus de volta, acabar com os Voords e, quem
sabe, devolver a grandiosidade de que o planeta gozava anteriormente. Gosto
muito da premissa do arco, e de como ele é dividido, com os quatro episódios
seguintes sendo ambientados em diferentes
partes do planeta, para onde os viajantes vão com uma pulseira que Arbitan
deixa com eles, cada episódio sendo a busca por uma Chave diferente. O segundo
episódio, “The Velvet Web”, leva os
viajantes a Morphoton, uma cidade que aparenta ser perfeita – mas talvez perfeita até demais. Um lugar
onde todos podem ter o que eles quiserem.
Naturalmente,
a perfeição exacerbada esconde um segredo, e Barbara é a única a notar o que
está de errado naquele lugar, quando uma espécie de hipnose não funciona inteiramente nela e ela consegue “enxergar a
verdade”. Enquanto os demais veem salas luxuosas, vestidos de seda e
equipamentos de laboratório avançados, Barbara vê tudo como realmente é, além
da ilusão projetada diretamente na mente dos seus companheiros de viagem… é um
dos episódios mais interessantes do arco, e eu gosto de ver Barbara novamente
em destaque, conseguindo perceber o que ninguém mais percebeu. No fim, eles
conseguem a Primeira Chave de Marinus e fogem de Morphoton com Sabetha e Altos,
e o grupo se separa, com o Doctor indo atrás da Quarta Chave sozinho…
Assim, o
Doctor está ausente dos próximos dois
episódios, enquanto os demais ficam responsáveis pela Segunda e a Terceira
Chave de Marinus. No terceiro episódio, “The
Screaming Jungle”, Susan é a primeira a chegar e a ser atormentada pelos “gritos” da floresta, que machucam os seus
ouvidos – o que, se você me perguntar, parece apenas um castigo pelo tanto que ela
já nos machucou com os seus próprios
gritos. Nessa floresta perigosa e cheia de sussurros e gritos quando a
escuridão chega, os viajantes precisam encontrar a próxima Chave de Marinus, e
quem parece encontrá-la é Barbara, embora eles acabem percebendo que se trata apenas de uma réplica, e
Barbara cai em uma armadilha e precisa provar a Darrius que é amiga de Arbitan.
Sempre gosto
muito quando o destaque da ação é dado a Barbara e Ian, e gostei de ver os dois
trabalhando juntos para tentar desvendar as últimas palavras de Darrius, em
busca do esconderijo secreto da Segunda Chave de Marinus, e eles acabam se
deparando com uma série de potes com substâncias estranhas, e dentro de uma
delas está a peça que eles procuram, o que quer dizer que eles podem finalmente seguir em frente… quando a coisa fica mais difícil do que nunca na floresta
que grita, Barbara e Ian conseguem escapar por um fio, tendo completado a sua
missão, e então eles partem para o próximo cenário de “The Keys of Marinus” – dessa vez, um lugar gelado, como
quando eles começaram “Marco Polo”.
E segue a busca pelas duas últimas Chaves.
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