Doctor Who (1ª Temporada, 1964) – Arco 005: The Keys of Marinus, Parte 2
Investigação.
Esse é, sem
dúvida, o meu arco favorito até o momento! “The
Keys of Marinus” tem uma estrutura muito convidativa, que ajuda o
episódio a fluir de maneira
interessante do início ao fim, sendo partes, sim, de uma mesma história maior, mas tendo certa independência de temas dentro
do episódio, levando os personagens a diferentes cenários – isso impede que o
episódio fique, eventualmente, cansativo.
Nas três últimas partes de “The Keys
of Marinus”, o Doctor e os seus companions
precisam encontrar as duas últimas Chaves
de Marinus, atrás das quais foram enviados por Arbitan, e temos histórias
bem interessantes – especialmente toda a sequência na Cidade de Millennius, que
traz Ian Chesterton sendo acusado injustamente de um assassinato e tendo que
provar sua inocência.
A quarta
parte do arco, “The Snows of Terror”,
traz os personagens em uma paisagem desolada, fria e perigosa, onde eles podem
facilmente morrer pela neve, por lobos famintos ou por um caçador assustador
que tenta se livrar de Ian e se aproveitar de Barbara… a busca pela Terceira
Chave de Marinus traz uma batalha, física e intelectual, contra Vasor. Quando
Ian encontra Altos depois de ele ser amarrado
por Vasor, os dois voltam para salvar Barbara, mas não podem matar Vasor, até porque eles precisam de
sua ajuda para saber onde está Susan e Sabetha, que estão presas em alguma
caverna fria nas montanhas… o cenário gelado causa, por si só, uma angústia, e
é uma verdadeira corrida contra o tempo para encontrar essa Chave e poder
seguir em frente, para outro lugar.
O episódio
traz uma ação interessante quando o grupo se vê entrando cada vez mais fundo em
uma caverna fria, onde acabam encontrando a Terceira Chave de Marinus, mas isso
não é o suficiente para permitir que eles usem os dispositivos dados por
Arbitan para ir para longe dali, já
que Vasor roubou seus pertences – dentre eles, as demais Chaves de Marinus já
encontradas anteriormente. Assim, eles precisam encontrar uma maneira de sair
da caverna (curiosamente, fomos poupados de gritos da Susan em um momento em
que eu tinha certeza que eles
viriam!) e fazer todo o caminho de volta até a casa de Vasor, em uma cena
catártica na qual eles não precisam fazer nada, a não ser deixar que ele morra, depois de ter falhado miseravelmente em matá-los.
Então, os
viajantes partem para a Cidade de Millennius, na quinta parte do arco: “Sentence of Death”. Aqui, Ian é
acusado de um assassinato que não cometeu e, de quebra, ele perde a
oportunidade de pegar a Quarta Chave de Marinus, que estava ao seu alcance…
toda a trama desse quinto episódio gira em torno de descobrir o verdadeiro assassino, o que é
essencial para salvar a vida de Ian
Chesterton – afinal de contas, em Millennius, Ian é considerado “culpado
até que se prove o contrário”, ao que tudo indica. Por isso, o Doctor (de volta
de sua ausência nos dois últimos episódios!) assume a posição de advogado do Ian, determinado a descobrir
o verdadeiro assassino e encontrar a última Chave, antes que a sentença de morte dada a Ian seja
cumprida.
“Sentence of Death” e “The Keys of Marinus” são os únicos
episódios do arco diretamente conectados,
e acompanhamos a história do julgamento e salvamento de Ian se prolongar de um
episódio ao outro – e é a melhor parte do arco, sem dúvida! Aqui, enquanto
Tarron acredita na culpa de Ian e está determinado a fazer com que ele seja
executado, o Doctor e Sabetha armam um pequeno subterfúgio que prova que Aydan foi quem roubou a última Chave de
Marinus, e portanto tem culpa no crime, mas isso não é o suficiente por si só
para inocentar Ian, porque ele morre dizendo que “foi obrigado” ou algo assim,
e Ian é tratado ainda como cúmplice… afinal
de contas, ele estava na cena do crime, não estava? Quando Susan é
sequestrada (!), eles precisam agilizar.
Gosto muito
da condução da história nessa reta final de “The Keys of Marinus”, e de como temos a “surpresa” de
termos como culpada a pessoa que eles
mesmos não esperavam que estivesse envolvida – Kala, a esposa de Aydan.
Então, ganhamos uma reviravolta interessante, descobrimos o verdadeiro culpado
da morte pela qual Ian está sendo acusado, e ainda temos o Doctor bancando o detetive, tirando conclusões lógicas dos
elementos e evidências que conseguiu reunir, o que É MUITO GOSTOSO DE SE VER.
Nós adoramos o Doctor sendo inteligente
e vendo coisas que ninguém mais conseguiu ver, mas que fazem todo o sentido.
Então, Ian acaba sendo inocentado e eles podem partir da Cidade de Millennius,
de volta para Arbitan e para a TARDIS.
Uma última
surpresa ainda os aguarda, no entanto… os Voords mataram Arbitan e Yartek
assume o seu lugar na esperança de enganar os viajantes e colocar as mãos na última Chave de Marinus – e estando
tarde demais para salvar a vida de Arbitan, eles ao menos precisam encontrar
uma maneira de impedir Yartek de acionar a Consciência de Marinus e usar a
máquina para controlar todos os
habitantes do planeta ao seu modo… como o próprio Doctor conclui, no fim
das contas, não é bom deixar toda essa responsabilidade para uma máquina, de
todo modo. O encerramento do arco é muito bom, traz bons momentos para Ian, uma
conclusão satisfatória para Altos e Sabetha, e uma despedida emocionante
enquanto Doctor e os seus companions
retornam para a TARDIS.
Rumo a mais
uma aventura.
Dessa vez, com os Astecas.
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