Heartstopper 2x05 – Heat

“Mon amour”

Sempre corro o risco de ser repetitivo comentando “Heartstopper”, porque eu não consigo não dizer O QUANTO ELA É INCRÍVEL! A viagem a Paris é um dos meus momentos favoritos em toda a história de Nick e Charlie, além de ser um arco essencial para o desenvolvimento da trama, tanto por começar a introduzir oficialmente o transtorno alimentar de Charlie Spring, quanto por aquele momento icônico de Nick Nelson que veremos no próximo episódio – e não vou dizer qual é, para quem está vendo a série sem ler os quadrinhos. Mas se prepare. “Heat” faz o que “Heartstopper” comumente consegue fazer com muita maestria, que é misturar o drama com romance e momentos absolutamente fofos, e ainda ganhamos o Nick chamando o Charlie de “Mon amour”.

Podia ser mais perfeito?!

No fim do episódio passado, Charlie descobrira um chupão no pescoço deixado por Nick na noite anterior – e é claro que isso se torna rapidamente o assunto da viagem, porque adolescente pode ser bem insuportável, nós sabemos disso. “Heartstopper” é uma representação bem fiel da reação adolescente ao chupão de Charlie, quando todos começam a especular “quem é o responsável”, e surgem teorias de que foi o único outro garoto assumidamente gay da viagem, o que é bem preconceituoso, e comentários a respeito de Nick, dos quais ele se sai muito bem, e é muito legal ver esse amadurecimento do personagem de Nick em relação à primeira temporada. Estava aguardando ansioso o “E se tiver sido? Está com inveja?” e não fui decepcionado.

Gosto de como a série, com mais tempo para desenvolver as suas tramas e sem precisar correr (já que a terceira temporada já está confirmada e o sucesso da série traz esperanças para o futuro além dela), consegue, também, se dedicar a tramas paralelas com cuidado e atenção… dei uma boa risada com o menino que está interessado em Isaac conversando com Charlie sobre o chupão antes de eles subirem a Torre Eiffel, e Tara e Darcy estão com uma história que está aos poucos sendo construída desde que Tara dissera “Eu te amo” sem ter planejado fazê-lo, e parece que existem coisas que ela não sabe a respeito de Darcy e o que ela vive na própria casa, e essa pode ser uma trama interessante de se acompanhar quando ela finalmente vier à tona por completo.

E, é claro, TEMOS TAO E ELLE. Eu já comentei outras vezes, mas vou dizer de novo: eu amo o Tao. De verdade. Toda a parte de Tao se sentindo culpado por ter sido o “responsável” por tirar o Charlie do armário foi bem mais breve e menos dramático do que eu esperava, mas foi extremamente cabível à construção da amizade de Charlie e Tao, e tudo o que eles já passaram na série… acho a amizade deles a coisa mais fofa do mundo, e aquele flashback do dia em que eles se conheceram não poderia ter sido mais fofo e mais a carinha deles mesmo! Nick, por sua vez, tem um momento, intencional ou não, no qual tem uma conversa com Elle e que também meio que a motiva a agir de acordo com o que sente, entendendo o sentimento por completo ou não

Tudo resulta no beijo de Tao e Elle no Louvre. Cenário perfeito para eles.

Se no episódio passado, no primeiro episódio da viagem a Paris, a turma começou a explorar a cidade, esse episódio trouxe dois pontos turísticos importantíssimos da cidade: a Torre Eiffel e o Museu do Louvre. E é muito gostoso poder explorar um pouquinho disso através da série – me senti turistando também. Gosto muito da energia do grupo, dos momentos que eles compartilham, das risadas de coisas idiotas que são as que deixam a melhor sensação em nós… cenas como a Darcy dizendo que se achou parecida com uma das estátuas, ou o Sr. Ajayi querendo tirar uma foto do Sr. Farouk em frente a um quadro, pedindo que ele faça a mesma pose da pintura… eu sinto que poderíamos facilmente ter uma temporada inteira se passando em Paris.

E é no Museu do Louvre que vemos Charlie passar mal pela primeira vez. A série incluiu, até o momento, sequências nas quais Charlie comia pouco ou não conseguia comer, e uma cena em que ele dissera ao Nick que comeria alguma coisa quando chegasse em casa e, ao chegar, mentira ao pai que tinha jantado na casa do Nick, por exemplo. Agora, depois de ele não tomar café-da-manhã, andar o dia inteiro e subir tantas escadas na Torre Eiffel, Charlie está fraco demais no Louvre, e ele acaba desmaiando nos braços de Nick… é um momento, uma introdução e um aceno ao que veremos com mais detalhes durante a terceira temporada de “Heartstopper”, e eu adoro a maneira como a série, assim como os quadrinhos, vai construindo isso aos poucos.

Toda a sequência que vem depois do desmaio de Charlie também é muito interessante e bem-construída… ele faz de tudo para convencer a todos de que ele está bem, porque é isso o que ele está acostumado a fazer, mas Nick fica verdadeiramente preocupado com ele, e a conversa breve que eles têm depois de os professores e os amigos os deixarem sozinhos é muito bonita, quando Nick pede que Charlie sempre conte para ele quando não estiver em um dia bom, e Charlie conta sobre como isso acontecia bastante no ano anterior (!), quando ele sentia que “essa era a única coisa na sua vida que ele podia controlar”. Destaque para a fofura que o é o Nick ter guardado um croissant do café-da-manhã, justamente para que o Charlie pudesse comer depois.

Surpreendentemente, depois de o Charlie passar mal, comer alguma coisa e se sentir melhor, Nick e Charlie compartilham uma série de cenas MUITO FOFAS – e com o visual lindíssimo do Museu do Louvre como cenário, o que é muito romântico, sabe?! E eu acho uma graça o Charlie ficando todo bobinho ao ouvir o Nick conversando em francês com o pai dele por telefone (!), e o Nick percebendo o quanto isso mexeu com o namorado, o chamando de “Mon amour”. Sério, os dois são muito lindos! Isso introduz uma outra trama: o pai ausente de Nick, que ele está tentando encontrar porque, afinal de contas, ele mora em Paris! Então, os dois “escapam” do passeio da escola e correm para o metrô, para um encontro que Nick marcara com o pai em 20 minutos…

Mais um episódio perfeito de “Heartstopper”.

 

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