Heartstopper 2x07 – Sorry
O jantar.
Um dos maiores episódios de “Heartstopper” – e estou impressionado
com como coube tanta coisa em um tempo normal de episódio! Intenso, importante,
dramático e bonito, “Sorry” é,
provavelmente, a preparação perfeita para mais um Season Finale marcante, e eu
gostei muito de como o episódio foi utilizado para “encerrar” as tramas de
alguns personagens, além de trazer um pouquinho do Volume 4 dos quadrinhos, e
se aprofundar em tramas que são apenas pinceladas na obra original… amo o
destaque que a série, como adaptação, consegue dar a personagens como a Elle e
a Darcy, porque embora seja a história de
Nick e Charlie (e eu os amo de todo o coração!), os personagens ao seu
redor também têm muitas histórias interessantes para contar.
E assuntos para trazer à tona.
Elle, por
exemplo, BRILHA novamente. Ela acaba de ser aceita na Escola de Artes para a
qual se inscreveu, e um quadro seu vai ser exposto em uma exposição chamada
“Here and Queer”, para a qual ela convida todos os amigos… e ganhamos uma
variedade de cenas muito importantes, como o Isaac provavelmente se descobrindo
assexual, o Charlie dando um basta na insistência de Ben, e a Elle falando
sobre “o seu lugar seguro”. Eu fico muito
feliz por tudo o que a Elle está conquistando, e ouvir o seu discurso sobre
a sua obra, antes da revelação desta, foi muito emocionante… mas quando o
quadro é revelado e vemos que “o lugar seguro” de Elle é Tao, Charlie e Isaac,
eu desandei a chorar. É, facilmente, um dos meus momentos favoritos nessa
segunda temporada.
A exposição
ainda traz uma cena grandiosa para Charlie e Ben. Há tempos que Ben está
tentando falar com Charlie, de maneira insistente e opressora, e ele finalmente
tem uma conversa com Charlie, pedindo desculpas por como agiu e dizendo que
gostava dele de verdade, mas que precisa de tempo para se entender e sabe que a
família nunca vai aceitá-lo. Eu devo dizer que, em parte, o seu pedido de
desculpas me pareceu sincero, e parte de mim doeu quando ele disse a Nick e a
Charlie que “queria ser como eles”, mas isso tampouco apaga o que Ben fez com
Charlie, como o machucou, e Charlie diz coisas fortes e sensatas que precisavam
ser ditas, e eu fico muito orgulhoso
da pessoa que o Charlie está se tornando, de como ele parece mais forte do que
antes.
Mas, no
fundo, talvez ele não esteja, não é? A cena tem muitas nuances e é bastante
complexa… até um assunto difícil sobre o qual comentar. A fala do Charlie é
muito sincera e cheia de informação, quando ele fala sobre como foi usado e como, em parte graças ao Ben,
ainda tem uma vozinha no fundo da sua cabeça que fica dizendo que “ele não merece” quando coisas boas
acontecem a ele, e isso é um sofrimento sem tamanho. O quanto tudo o que ele
viveu o machucou, o traumatizou e desencadeou problemas que mal começamos a
explorar… Charlie e Ben escolheram maneiras diferentes de lidar com a mesma
situação: Ben nunca se aceitou, e quando o arco-íris
queer tenta alcançá-lo e ele dá um passo para trás e vai embora, entendemos
que talvez será sempre assim…
Ele vai
reprimir sua sexualidade, viver uma vida infeliz e machucar outras pessoas no
caminho.
Também
estamos nos preparando para o baile que vai acontecer no próximo episódio – e
que é uma maneira perfeita de terminar
a temporada, eu acredito, e me enche de curiosidade pelo fato de também ser uma novidade para mim, porque
é algo que não temos na obra de Alice Oseman. Fiquei muito animado em vê-los se
preparando para o baile, ver o convite fofinho do Nick para que ele e Charlie
vão juntos, como casal, e sofri demais por causa da Darcy, quando finalmente
vemos em tela o motivo pelo qual ela tem agido como age… e é tão triste pensar
que aquele jeito brincalhão e cheio de piadas dela é para esconder todo o
sofrimento que ela tem em casa com uma
mãe que não a aceita por ela ser lésbica. A cena final da Darcy e da mãe é
fortíssima e angustiante.
Por fim,
outro grande momento desse episódio
de “Heartstopper” é o jantar na casa
de Nick. Um jantar que, além de Nick, Charlie e a mãe de Nick, também conta com
a presença do pai de Nick, que está visitando por um milagre, David, o irmão
babaca e os pais de Charlie e Tori também são convidados… essa, sim, é uma cena
que temos no Volume 4 de “Heartstopper”,
e ela parece ainda mais intensa na
adaptação: eu acho incrível como esses atores entendem os seus personagens, e
como o roteiro e a direção conseguem passar verdade
nas cenas mais complicadas, porque também é um jantar complexo, cheio de
camadas… temos o Nick nervoso porque quer se assumir para o pai, o David sendo
o babaca de sempre, Tori tentando proteger o irmão…
Nick tem um
momento e tanto – e, novamente, eu preciso dizer o quanto eu me orgulho de quem
Nick Nelson é atualmente, e da força que ele conquistou. Enquanto o pai faz
comentários desavisados sobre como “rúgbi atrai namoradas” ou qualquer coisa
assim, e David fica provocando o Nick sobre o Charlie, Nick resolve contar para
o pai que CHARLIE É SEU NAMORADO, e a força em suas palavras quando diz que ele
se preocupava com o que o pai ia dizer, mas não se preocupa mais, porque o pai
nunca se importou com eles, por que ele deveria se importar? Por que se
importar com alguém que mal vê duas vezes ao ano e nunca mostra qualquer
interesse por sua vida? Não quer dizer que não doa, de qualquer modo, mas Nick não se importa.
É o melhor
que poderia ser.
Amo como
tudo é feito com realidade e com responsabilidade. Amo a maneira como,
sutilmente, o pai de Charlie o instiga a sair e ver como o Nick está, e como a
mãe do Nick, pouco depois, diz ao filho que o pai precisava ouvir aquelas coisas mesmo (ele arrasou!). Amo como todo
o plot do David também chega ao fim,
porque Nick também acaba com ele no
jantar, dizendo que ele se comporta como uma criança de 10 anos e que o seu bullying não o afeta mais, e, é claro,
temos a cereja do bolo que é a Tori ouvindo o David sendo babaca no telefone e
chutando o celular dele escada abaixo (estava tão ansioso para ver isso!), o
chamando de patético. É como eu disse
outras vezes: nem sempre é fácil; mas, se
temos sorte, encontramos algumas pessoas incríveis no caminho.
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