Hoje é dia de Maria, Segunda Jornada – Episódio 2: A Cidade
Dom Chico Chicote.
Surpreendentemente
curto (com aproximadamente 24 minutos, muito menos do que a média dos episódios
de “Hoje é dia de Maria”), “A Cidade” é um episódio simples, mas
de extrema importância para essa nova jornada de Maria, porque ela descobre que
Asmodeu (em suas várias formas) continua na sua cola (!), e o destino a designa
um amigo, companheiro e protetor: o célebre Dom Chico Chicote. Dessa vez, Maria
não fugiu de casa, e foi levada por
acidente pelas franjas do mar, que a jogaram em uma praia desconhecida e,
eventualmente, na cidade grande – onde tudo é diferente daquilo que ela
conhece… por isso, qualquer ajuda de bom coração é muito bem-vinda, para dar
uma pausa nos sofrimentos sem tamanho da pobre e pequena Mariazinha.
Mais ou
menos um mês depois de a Dona Boneca ser literalmente descartada por Cartola e Maria ter sido colocada em seu lugar para
dançar em um palco sem saber bem o que está fazendo, Maria pede que Cartola lhe
pague o que lhe deve porque, como ela bem o lembra, “ela só está na cidade de
passagem”: e tudo o que ela quer é poder retornar para a sua casa… acusada de
ser ingrata, Maria não apenas não
recebe o que lhe devem por seu um mês de trabalho, como ela ainda descobre que
esteve trabalhando para o coisa ruim
durante todo esse tempo. Desde a primeira vez em que vira Cartola, alguma coisa
avisava Maria de que ele era perigoso,
mas ela não conseguiu lembrar “de onde o conhecia”, e precisava de um lugar
para ficar.
Agora, de
volta sozinha nas ruas, Maria esbarra em Dom Chico Chicote – o personagem de
Rodrigo Santoro na segunda jornada de “Hoje
é dia de Maria”, um cavaleiro nobre e um tanto quanto perdido claramente inspirado no Dom Quixote. E é muito bonita a amizade que naturalmente nasce entre eles desde os
primeiros momentos… até porque, a Dom Chico Chicote, é dada a responsabilidade de cuidar de Maria e de
ser seu amigo, quando a voz de Laura Cardoso aparece inusitada e extraordinariamente
no meio do episódio, interferindo na
trama diretamente pela primeira vez, de uma maneira muito teatral (uma cena
incrível que coloca um sorriso sincero no meu rosto). E é com alívio que
percebemos que as agruras de Maria podem ter uma pausa.
Uma das
cenas mais bonitas de “A Cidade” vem
quando Dom Chico Chicote se coloca à disposição para atender a qualquer pedido da pequena Maria, e
ela pede algo simples, mas que, na verdade, ele não tem como atender: um pouco de comida. Toda a sequência em
que eles comem na imaginação é
profundamente poética, bela e, como tanta coisa em “Hoje é dia de Maria”, melancólica – até que Chico Chicote
realmente receba uma comida, que ele e os amigos preferem entregar a Maria,
porque ela está com fome e ela, com todo o seu bom coração, resolve
compartilhar com eles, porque não se sentiria bem comendo aquele sanduíche
sozinha enquanto Chico Chicote e as outras pessoas que a acolheram ficassem só
olhando, também com fome.
Eventualmente,
Maria voltará a ter que enfrentar tristezas e injustiças… e todos nós sabemos
disso, até porque a segunda jornada ainda está apenas começando. Mas, naquele
breve momento em que sua vida está “tranquila” ao lado de Chico Chicote,
ficamos felizes – e é um alívio ver Maria de volta ao seu figurino tradicional,
de cabelo preto e laços vermelhos no fim das tranças. Enquanto o Dom Chico
Chicote, grande inventor, está distraído tentando criar asas para voar pelo mundo ou qualquer coisa assim, no
entanto, Asmodeu está na cola de Maria, andando pela cidade e perguntando a seu
respeito – e não demora muito para que ele reencontre a sua “estrela”, que ele
quer, de todo modo, levar de volta para o teatro. Será que Dom Chico Chicote
poderá protegê-la?
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