O Trapalhão e a Luz Azul (1999)
Onde está a felicidade?
Eu vou dizer
uma coisa: eu amo esse filme. Eu
tenho um carinho imenso por filmes que eu considero clássicos dos Trapalhões,
como “Os Trapalhões na Terra dos
Monstros”, e não cheguei realmente a viver a época de filmes como “O Rei e os Trapalhões” ou “Os Vagabundos Trapalhões”, mas eu sou
apaixonado pelos poucos filmes do grupo que foram lançados na década de 1990 –
talvez pela quantidade de vezes que eles foram exibidos na Sessão da Tarde em
uma época em que eu era criança/adolescente e, portanto, tive um contato muito
grande com eles… consequentemente, a nostalgia fala alto quando eu assisto a um
filme como “O Trapalhão e a Luz Azul”,
o último filme dos Trapalhões feito até o novo “Os Saltimbancos Trapalhões”, em 2017.
Os filmes
dos Trapalhões sempre souberam aproveitar sucessos de sua época para chamar a atenção, seja produzindo
legítimas paródias de grandes filmes da época (como “O Trapalhão no Planalto dos Macacos” ou “Os Trapalhões na Guerra dos Planetas”), ou contando com a
participação especial de grandes nomes da cultura pop, como a Angélica e a
Xuxa, que fizeram alguns filmes com
os Trapalhões, ou bandas como Dominó (que eu amo!). Em “O Trapalhão e a Luz Azul”, temos a história acontecendo durante um
festival de música, o que quer dizer que o filme tem a “desculpa perfeita” para
trazer participações como Raimundos, SNZ e O Rappa, proporcionando momentos
musicais ao som de “Mulher de Fases”
e “Longe do Mundo”, por exemplo.
Gosto muito
de “O Trapalhão e a Luz Azul” porque
ele é uma grande fantasia divertida com uma proposta e um visual bacanas – e é
interessante como o filme consegue trabalhar com algo simples para criar a ideia de “um outro reino” distante do nosso mundo,
e como embarcamos nessa aventura meio que sem questionar… também acho que,
aqui, o humor estava bem no ponto. Enquanto André Segatti assume a posição de galã do filme (e ele está realmente lindo nesse filme), como Davi/Príncipe
Levi, Renato Aragão está solto o suficiente para fazer graças, e eu sinto que
elas realmente funcionam… me peguei gargalhando de bobeiras enquanto assistia
novamente ao filme para escrever esse texto e me senti bem, que é exatamente o que eu busco ao assistir a
um filme d’Os Trapalhões.
A história
de “O Trapalhão e a Luz Azul” começa
quando uma figura misteriosa a la
Gandalf aparece no parque para o Didi, depois de ele ler a história dos Três
Mosqueteiros, procurando pelo desaparecido Príncipe Levi… um cara que parece demais ao seu amigo Davi. Convocado, então, para
ajudar um reino distante que está em perigo, Didi arrasta Davi para longe do
festival no qual ele tem que se apresentar dentro de pouco tempo e os dois se
veem levados para longe: o Reino de Taniz – um lugar que precisa
desesperadamente de ajuda porque está desprotegido desde que o Príncipe Davi
partiu em busca da Luz Azul, e agora o reino está sofrendo ataques do brutal
Naval, enquanto o Vizir tenta se casar com a Princesa Allim para se tornar o
novo Rei de Taniz.
O filme é
ágil… até rápido demais, quase, mas certamente nos diverte e nos envolve nas
suas piadas (adoro a sequência do Didi sendo declarado “um mago poderoso” por
causa das coisas que tem dentro da sua mochila, como papel higiênico,
refrigerantes e um rádio), na sua aventura e nos seus romances. Davi se
apaixona pela Princesa Allim, interpretada por Christine Fernandes, embora ela
esteja apaixonada pelo verdadeiro Príncipe Levi, que ela sabe que não é ele,
enquanto o Didi se apaixona por Anajuli, interpretada pela incrível Adriana
Esteves, quando ela se coloca à disposição do “grande mago”. Ela é, inclusive,
a primeira pessoa para quem Didi confessa que ele não é um grande mago coisa
nenhuma, dizendo que não pode enganar essas pessoas…
Ainda assim,
Didi é o grande salvador do Reino de
Taniz. Quando Davi é “popotizado” pela Bruxa Corona, interpretada pela Danielle
Winits, cabe ao Didi, com a ajuda dos pequenos Tatu e Pedrinha, encontrar a
mítica Luz Azul, que supostamente “realiza todos os seus desejos” e, portanto,
pode trazer novamente paz e alegria para Taniz… visualmente, a sequência do
Didi em busca da Luz Azul me lembra muito “Os
Trapalhões na Terra dos Monstros”, e é um clímax razoavelmente simples e
rápido, no qual Didi consegue a Luz Azul sem grandes dificuldades extras, e a
usa à sua maneira para substituir a Princesa Allim pela Bruxa Corona no
casamento com o Vizir, e trazer D’Artagnan (interpretado pelo Rodrigo Santoro)
e os Três Mosqueteiros para lutar contra Naval.
E, é claro, funciona.
O filme tem
algumas piadas datadas, como é de se esperar, mas de modo geral é uma delícia e
proporciona diversão durante aqueles rápidos 80 minutos. Com o Reino de Taniz à
salvo, Davi ainda consegue retornar para casa a tempo de se apresentar no
festival (cantando “Pode Me Dar”, um
nome que me arrancou risadas sinceras quando olhei para as faixas do álbum
lançado!), e tanto ele quanto o Didi encontram nesse mundo as versões das
mulheres pelas quais eles se apaixonaram em Taniz… Davi conhece Milla, uma
repórter que é sua fã há muito tempo e que está emocionada em conhecê-lo; e
Didi conhece Juliana, uma mulher que está no mesmo barco que ele, se sentindo
excluída e sem esperança, até Didi ensinar para ela que às vezes a felicidade está bem na nossa frente…
Basta saber encontrar.
(Mas um
monte de diamantes certamente ajuda)
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.
Adoro esse filme também. Estou ansioso pra sua resenha da "Árvore da Juventude".
ResponderExcluirGosto muito de "O Trapalhão e a Luz Azul". Os próximos nos meus planos são "Simão, o Fantasma Trapalhão", "A Árvore da Juventude" e "A Princesa Xuxa e os Trapalhões" :)
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