Vale o Piloto? – Amazing Stories 1x01 – The Cellar
“All my
love, Sam”
QUE EPISÓDIO
LINDO! Protagonizado por Dylan O’Brien e Victoria Pedretti, “The Cellar” é uma ótima estreia para “Amazing Stories”. A produção da Apple
TV+, de 2020, é um reboot da série
homônima de 1985, do Steven Spielberg, e tem a ideia de trazer “histórias
incríveis” em formato de antologia – um formato pelo qual eu sou
particularmente apaixonado. A ideia de ter histórias autocentradas e
independentes que, de alguma maneira, compartilham algo em comum me interessa
demais, e “The Cellar” já me fascina
por dois motivos: a) eu sou apaixonado pelo Dylan O’Brien; e b) eu amo
histórias de viagem no tempo. O episódio tem um ritmo bacana, um visual bonito,
uma excelente condução do roteiro, e mescla romance e drama em uma história
bonita e envolvente.
A história
se passa, inicialmente, em 2019, quando Sam e o irmão chegam a uma casa antiga
para reformá-la, e uma tempestade acaba levando Sam para 1919, onde ele conhece
Evelyn e a vida dos dois muda
completamente… a excelente atuação de ambos e a química que eles
compartilham nos envolve e faz com que torçamos pelos personagens, conforme
tudo acontece de maneira razoavelmente abrupta, mas intensa. No início, tudo o
que Sam quer é voltar para casa, e
por isso ele precisa ter acesso ao porão da casa de Evelyn, onde ela se esconde
para ouvir os discos do irmão que morreu há pouco tempo, e ter o apoio de
Evelyn pode ajudá-lo… portanto, ele a ajuda a manter os discos quando a mãe
tenta tirá-los dela falando sobre a “perversidade da música” ou qualquer coisa
assim.
Aos poucos,
no entanto, Sam vai conhecendo e se importando mais e mais com Evelyn… ela não
é mais apenas a garota cuja foto ele encontrou em 2019, mas uma garota que
precisa ser “resgatada” em 1919, porque aquele claramente não é o seu lugar – ela está infeliz ali, prestes a se
casar com um homem que não ama, enquanto coisas incríveis estão acontecendo em
2019, e ela adoraria estar lá… durante uma semana, enquanto esperam uma nova
tempestade da mesma magnitude que transportou Sam 100 anos para o passado, eles
vivem um romance tórrido e bonito, com Evelyn finalmente tendo perspectivas em
relação ao futuro, e Sam talvez se encontrando no passado, conforme vai
trabalhar consertando a porta de um celeiro em 1919…
Quando Sam
consegue retornar a 2019 na próxima tempestade, no entanto, ele volta sozinho
porque o romance clandestino de Sam e Evelyn é descoberto e ela é capturada, e agora ele precisa voltar
para lá de qualquer jeito e reencontrá-la. A atuação de Dylan O’Brien é
realmente tocante conforme ele conta para o irmão sobre Evelyn, ou quando ele
faz uma nova viagem no tempo… dessa vez, no entanto, para o futuro: ele está em
2034, e ele vê um cartaz de Evelyn na parede, revelando que ela não só
conseguiu ir para o futuro, como realizou o seu sonho de se tornar uma cantora
de sucesso, e que ela teve um filho que se chama Sam e que acabou de completar
cinco anos. Quando ele retorna para 2019, ele sabe que precisa ir para 1919 e
resgatá-la.
Toda a
sequência de Sam e Evelyn em 1919, agora, é dramática e bonita, em um estilo
trágico shakespeariano que sempre funciona para corações apaixonados. Conforme
Sam e Evelyn correm embaixo da chuva rumo ao porão que pode levá-los para o
futuro, nos perguntamos se eles conseguirão escapar, e quando uma viga cai
prendendo Sam na escada enquanto o porão se alaga (!), percebemos um drama no
estilo “Titanic”, e o próprio Sam
percebe que ele não estava em 2034: ele viu apenas Evelyn e o filho dela, o que
quer dizer que ela teve um filho… mas não necessariamente com ele. Então,
dizendo que a ama, ele a deixa ir, porque ela
precisa ficar livre, e permanece em 1919 enquanto Evelyn parte para 2019 e
encontra Jake, o irmão de Sam.
Curiosamente,
embora com toques de melancolia, o final não
é trágico conforme imaginamos… é profundamente bonito e poético, para dizer
a verdade. Jake e Evelyn descobrem, na parede onde ela escondera os discos do
irmão, cartas que Sam deixara para os dois, contando que, no fim das contas,
ele não morreu na tempestade em 1919, porque foi resgatado – e, então, fez a
sua vida ali no passado. É uma carta lindíssima de amor e de despedida, agora
que ele e Evelyn seguem caminhos distintos, separados por 100 anos… Evelyn está
livre para viver em um mundo cheio de opções para ela, enquanto Sam parece
realmente ter encontrado o que buscava e estar feliz em 1919, o que nos deixa
muito felizes por ele, também. Uma história realmente
incrível, como prometido.
Amei!
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