Absolute Zero – Episode 2: Will a cup of coffee be even bitter if there’s a tear drop in it?

Teorias de viagem no tempo!

EU ESTOU AMANDO CADA SEGUNDO. Como eu comentei na minha review da estreia de “Absolute Zero”, essa era uma série pela qual eu estava esperando há muito tempo, e eu não poderia estar mais feliz com esses dois primeiros episódios… e mais curioso em relação ao que vem pela frente (inclusive, tenho teorias). Além de tratar de um tema que eu gosto bastante, que é a viagem no tempo (e com o personagem principal interferindo na própria linha do tempo, e não um salto muito longínquo como em “I Feel You Linger in the Air”, outro BL atual que eu estou amando demais!), “Absolute Zero” tem um visual bonito e um tom de melancolia que, por algum motivo, me atinge em cheio… acho que é uma das maneiras mais perspicazes de se fazer drama.

“Absolute Zero” é da mesma empresa e do mesmo diretor responsável por “Until We Meet Again”, o que quer dizer que eles entendem de drama – apesar de que “Absolute Zero” não parece, até o momento, ter o contrabalanço do humor que a história de Pharm e Dean trazia. E posso dizer? Eu gosto! Gosto especialmente porque “Absolute Zero” tem sua própria identidade, sua história para contar, e está fazendo isso muito bem nesse início de série… o primeiro episódio nos apresentou os primeiros encontros de Ongsa e Suansoon, em 2008, daquela cena no cinema quando Ongsa conversou com Suansoon pela primeira vez à noite em que eles foram ver um filme ao ar livre e Ongsa o pediu em namoro. E então a história avançou até 2018, quando eles estavam prestes a celebrar 10 anos juntos.

Então, alguma coisa acontece a Ongsa, ele acaba internado e Soon sente que seria capaz de qualquer coisa para salvar a sua vida… esse segundo episódio nos permitiu acompanhar mais a versão de 2018 de Soon, interpretada por Teng Kanist, e toda a construção do seu sofrimento é perfeitamente palpável em toda a cena em que ele está ao lado de Ongsa no hospital, segurando a sua mão, ou o momento em que o mandam para casa, para que ele possa descansar um pouco, e ele desaba em lágrimas sentado na escada do lado de fora do quarto… há tanto sentimento e tanta dor naquele momento! E Soon acaba nunca chegando em casa. No meio do caminho, ele vê uma chuva de meteoros como aquela de 10 anos antes, e faz um pedido – para que Ongsa fique bem, custe o que custar.

Quando Soon sai do táxi em que estava, ele está em 2008.

As possibilidades que se abrem com a viagem no tempo são infinitas, e me agrada muito perceber que “Absolute Zero” pretende explorá-las – e me pergunto qual é a teoria de viagem no tempo que será utilizada. Será que teremos algo mais como “Efeito Borboleta”, em que cada ação modifica o passado e reverbera em uma nova versão do futuro? Ou será que teremos algo mais como em “Lost”, em que os acontecimentos sempre aconteceram da mesma maneira, mesmo quando os experenciamos de maneira não-linear? Eu particularmente acredito muito mais nessa segunda teoria, até porque nós tivemos uma cena em que vimos o Suansoon de 2008 conversar com “alguém” do outro lado de sua sacada, e esse alguém tem que ser o Suansoon de 2018.

Ainda que, para ele, a viagem no tempo ainda não tivesse acontecido.

Bem, o tempo é menos linear do que a gente imagina.

E logo que chega a 2008, a primeira pessoa que Suansoon vê é Ongsa… não o “seu” Ongsa, que segue em coma no hospital em 2018, mas o Ongsa de 2008, e me pergunto por que ele foi colocado justamente naquele momento, para conhecer aquela versão de Ongsa – e isso me faz pensar que Soon tem um papel importante na relação de Ongsa com o Soon de 2008, assim como Marty McFly tem um papel importante na relação de George e Lorraine em 1955. É totalmente compreensível o choque e a surpresa de Soon vendo aquela versão do Ongsa na sua frente, e alguma coisa acontece ali… aparentemente perdido, Soon é levado até a delegacia de polícia por Ongsa, porque tudo o que Soon consegue dizer é que “acha que perdeu a memória”, e depois Ongsa está esperando por ele do lado de fora.

Ongsa acaba gostando de Suansoon… tanto que resolve ajudá-lo, e o leva para passar a noite em um quartinho que fica em cima do café no qual ele trabalha, e esse é um momento decisivo para mim. Quando Ongsa pergunta o nome do homem que ele ajudou, eu fiquei esperando para ver se Suansoon talvez fosse mentir o próprio nome, ou qual seria a reação de Ongsa ao ouvir “Suansoon”, e quando Suansoon se apresenta com o seu nome de verdade e Ongsa só faz um comentário sobre como “é um nome diferente” ou qualquer coisa assim, fica suficientemente claro que aquele Ongsa de 2008 ainda não conhece Suansoon… ou seja, ali entendemos que toda aquela cena do cinema e tudo o que aconteceu depois entre eles ainda não aconteceu para ele.

A presença de Soon ali vai interferir e mudar tudo?

Ou é ele quem vai tornar tudo possível?

Parece cedo demais para algumas especulações… mas o episódio se dedica bastante a desenvolver a aproximação do Ongsa de 2008 com o Soon de 2018, de uma maneira quase inesperada. Eu não acho que Suansoon esteja apaixonado por aquela versão de Ongsa, de fato, mas aquele é o Ongsa, o homem por quem ele está apaixonado há 10 anos, com quem ele compartilha uma vida por todo esse tempo, e que atualmente está em uma cama de hospital, em coma; é natural que ele fique feliz em vê-lo bem, em se aproximar dele, tudo é muito confuso dentro dele, eu acredito. Ongsa, por outro lado, ainda não conhece o Suansoon de 2008, mas eu acho que o seu encantamento pelo Suansoon de 2018 tem a ver com algo inerente à adolescência, que é esse amor platônico por alguém mais velho.

Muita gente já passou por isso na vida!

Suansoon é bonito, educado, levemente misterioso e perfeitamente gentil com ele o ajudando com as tarefas de casa – nas quais Ongsa nem precisa de ajuda de verdade, na verdade ele está só encontrando uma desculpa para poder passar mais tempo no café e na companhia de Soon… todo esse fascínio de Ongsa por Soon e essa aproximação que o episódio desenvolve talvez passe quase despercebido pelo Suansoon que veio do futuro… dá para ver a maneira como a ficha dele cai quando, no fim do episódio, Ongsa o convida para o cinema, e mostra o ingresso que tem para a sessão, na poltrona G7. É aquele o momento em que Soon percebe que é no cinema, nas poltronas G8 e G9, que a sua história com Ongsa precisa começar, com a sua versão do passado… e ele não pode interferir nisso.

Como comentei antes, portanto, eu prevejo algo numa vibe meio “De Volta Para o Futuro”, onde Marty McFly precisa fazer com que os pais se apaixonem… diferente de “De Volta Para o Futuro”, no entanto, eu acredito que, aqui, as coisas sempre foram assim. Afinal de contas, se olharmos em retrospecto para o primeiro episódio, algumas coisas fazem mais sentido assim: afinal de contas, foi meio “abrupta” a maneira como Ongsa se aproximou de Suansoon no cinema naquele primeiro encontro, não? Enquanto assistia ao primeiro episódio, nem me passou pela cabeça uma interferência do Soon de 2018, acreditei que fosse só porque essa parte da história precisava ser “ágil” para partirmos para o futuro, mas agora me parece menos isso… agora me parece que Ongsa sabia quem era o Soon quando se sentou ali…

Quando puxou conversa…

Curioso para ver como isso se desenvolverá!

Por fim, preciso comentar a maneira como Suansoon presencia momentos de sua própria vida, e como isso rendeu talvez as cenas mais fortes desse segundo episódio de “Absolute Zero”, e é algo que a viagem no tempo pode explorar. Aquela cena em que que o Soon-2018 vê o Soon-2008 passar por ele, com fones de ouvido, me impactou quase tanto quanto impactou ao Soon-2018, e minha cabeça estava pensando uma só coisa: “COMO EU AMO HISTÓRIAS DE VIAGEM NO TEMPO!” Além disso, revemos uma cena do primeiro episódio, aquela na qual o Soon visita o túmulo da mãe e deixa flores para ela, e dessa vez percebemos que existem duas versões do personagem ali, vivendo o mesmo momento e compartilhando a mesma dor, pela mesma perda…

Para o Soon de 2018, talvez haja também o medo de perder Ongsa.

Que momento emblemático!

 

Para mais postagens de “Absolute Zero”, clique aqui.