Doctor Who (2ª Temporada, 1964) – Arco 009: Planet of Giants
Segunda
temporada!
Escrito por
Louis Marks e dirigido por Mervyn Pinfield e Douglas Camfield, “Planet of Giants” é o primeiro
arco da segunda temporada de “Doctor Who”:
E QUE EXCELENTE HISTÓRIA DE ESTREIA! Exibido entre 31 de outubro e 14 de
novembro de 1964, em três partes, o nono arco da série traz o Doctor e seus companions – Susan, Ian e Barbara –
enfrentando um problema inesperado quando as portas da TARDIS se abrem sozinhas
durante a materialização da nave… o Doctor sabe que isso não é um bom sinal e
que pode haver consequências, mas ele
não sabe quais até que eles saiam para investigar os arredores e entender onde
eles estão. Onde eles estão acaba não sendo o grande problema, no fim das
contas, porque eles estão na Terra… mas
não como gostariam.
A história
é, para mim, uma das melhores histórias da era do Primeiro Doctor. Talvez seja
porque existe certa semelhança com “A
Chave do Tamanho”, livro de Monteiro Lobato com os personagens do Sítio do
Picapau Amarelo que foi escrito em 1942 e trazia a turminha enfrentando
aventuras e ameaças similares às que o Doctor e os companions enfrentam nessa história de 1964, e é o meu livro
favorito da coleção (!), mas não é só
por isso. A agilidade proporcionada pelo arco de apenas três partes é
bem-vinda, e o roteiro brinca com um conceito simples de maneira inteligente e
consciente, trazendo um pouco de drama e suspense bem dosados, bem como toda
uma discussão ecológica a respeito de inseticidas que é bastante pertinente.
Depois de
saírem da TARDIS para entender onde estão,
os viajantes vão entendendo aos poucos que estão onde queriam estar, mas não do
tamanho esperado. Talvez também haja uma influência de ter crescido com “Querida, Encolhi as Crianças!” na
Sessão da Tarde, mas essa trama toda de encolher
me chama muito a atenção, e eu gosto de como se pode brincar visualmente com
vários elementos, como um bloco de notas que parece do tamanho de um outdoor, ou um palito de fósforo que
precisa de duas pessoas para ser levantado e acendido… inclusive, Ian acaba se escondendo dentro de uma caixa de fósforo
“imensa”, e então ele é levado para longe dos seus companheiros de viagem,
pelo menos dentro da escala na qual eles se encontram.
Toda a
temática do poderoso inseticida é introduzida graças aos animais “gigantes” que
o Doctor e os demais encontram durante o seu percurso pelo jardim, todos
mortos: uma minhoca, uma formiga e uma abelha, por exemplo… isso indica que o
tal inseticida, o DN6, é perigoso a ponto de matar animais que vivem no solo,
sob o solo e no ar – inclusive animais que são vitais para a sobrevivência da humanidade. Apesar dos perigos
alarmantes do DN6, a pesquisa está sendo levada adiante… e se Farrow, o
cientista responsável por ela, não quer continuar, Forester, um dos
investidores determinados a não perder o dinheiro investido, vai fazer de tudo
para dar continuidade à fabricação e distribuição de DN6… inclusive, matando Farrow e escondendo o seu corpo.
Curiosamente,
então, o Doctor, Barbara, Ian e Susan se veem em uma trama que vai muito além
de “eles terem sido encolhidos”… eles também precisam chamar a atenção da
polícia para o assassinato de Farrow, de alguma maneira, e impedir que Forester
coloque a vida na Terra em perigo com o DN6. Assim, “Planet of Giants” é uma mistura interessantíssima das
“aventuras” proporcionadas pelo tamanho diminuto de seus protagonistas (com a
Barbara sendo machucada por “um grande pedaço de metal” que acaba sendo um clips de papel, ou o Doctor e Susan
tendo que escalar um cano que dá na pia do laboratório para onde Ian e Barbara
foram levados) com o suspense proporcionado pelo fato de que Barbara tocou em
uma semente de trigo com o inseticida…
E, bem,
nesse seu tamanho, ela é tão vulnerável quanto um inseto.
Eles precisam voltar ao tamanho normal
rapidamente, para salvar a vida de Barbara.
Barbara
tenta esconder de seus companheiros a sua realidade preocupante, inicialmente,
porque sabe que os planos envolvem impedir a distribuição do DN6 e voltar à
TARDIS para que possam voltar ao tamanho normal, de todo modo. Enquanto isso,
ela ajuda como pode nas tentativas do Doctor, Ian e Susan de chamar a atenção
de alguém a respeito do assassinato de Farrow – toda a sequência em que eles
fazem de tudo para usar um telefone, mas sem resultado, é espetacular, bem como
a cena na qual eles quase causam um incêndio, sabendo que alguém tem que
aparecer na casa… afinal de contas, Smithers está tentando convencer Forester a
acabar com tudo porque sabe o perigo que o DN6 representa para a humanidade,
mas Forester está mais preocupado com o seu dinheiro…
A conclusão
do arco é eletrizante, até um pouco acelerada (o que foi originalmente pensado
para ser o terceiro e o quarto episódio foram condensados em um só por questão
de ritmo), e funciona muito bem! É
conscientizador em relação a como o inseticida pode ser mais mortal que radiação, matando humanos que beberão e comerão
água e comida infectadas pelo fato de o inseticida penetrar no solo de maneira
tão consistente, e é também uma grande aventura para a turma da TARDIS – mesmo
que a vida de Barbara esteja correndo
perigo até que eles finalmente consigam voltar para a nave e o Doctor os
retorne para os seus tamanhos originais… um tamanho que torne
insignificante a quantidade de inseticida ao qual Barbara foi exposta naquele
grão de trigo.
Um ótimo
início para uma nova temporada!
Uma nova
fase para “Doctor Who”!
Para mais
postagens sobre o Primeiro Doctor, clique aqui.
Para todas
as publicações sobre “Doctor Who”, clique aqui.
Comentários
Postar um comentário